António José Seguro, secretário-geral do PS, esteve esta quinta-feira à tarde reunido com o Presidente da República, Cavaco Silva, a quem alertou para um situação política que, disse, é “bastante grave e preocupante”.
Seguro sublinhou que o PS está interessado em “apaziguar os problemas, em fazer parte das soluções e não em agravar os problemas”. E voltou a criticar o Governo pela quebra de "consensos".
A audiência, que considerou "um encontro da maior importância" e que durou pouco mais de uma hora, terminou com uma declaração breve do líder socialista, que se escusou a avançar pormenores sobre o conteúdo da reunião que solicitou ao chefe de Estado.
Enquanto decorria a reunião entre Seguro e Cavaco, os líderes parlamentares do PSD e PS "trocavam acusações" no Parlamento.
Luís Montenegro, líder da bancada "laranja", recusou a quebra de consenso político com o maior partido da oposição. Mas admitiu que os sociais-democratas, lamentam o processo de apresentação do Documento de Estratégia Orçamental.
Montenegro referia-se ao facto de o Documento ter sido entregue aos deputados sem um anexo com projecções para o desemprego, tal como seguiu para a Comissão Europeia. “Era melhor [isso] não ter acontecido”, disse, mas sublinhou não haver razão para que “o PS possa dizer que está em causa o consenso relativamente à relação com o Governo e com a maioria parlamentar”.
Para o deputado social-democrata, a bancada do PS continua a ter “todas as condições para colaborar com o Governo”. Montenegro criticou ainda a atitude socialista de “ou é assim ou não há consenso” em matéria de política europeia.
Em resposta, o líder parlamentar socialista Carlos Zorrinho pediu ao PSD que passe “das palavras aos actos” e alertou que o "o país e o PS estão a ficar cansados destas lágrimas de crocodilo".
“Acho que já não vale a pena mais troca de palavras, o que é preciso é actos. Se verdadeiramente a maioria quer consensos com o PS, então tem de manifestar nos seus actos esses consensos, aprovando as propostas que fazemos no sentido de termos uma política mais próxima dos interesses do país, das famílias e das empresas”, afirmou o líder da bancada socialista.
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