22/05/12

Negociar com o Inferno

Poderia ser um titulo para um livro de suspense, mas de facto não é, é sim o que o líder da esquerda grega interpreta da austeridade no país dele e faz avisos.

Líder da esquerda grega avisa Merkel que não "negoceia com o inferno"
O líder da coligação da esquerda grego Syriza, Alexis Tsipras, afirmou, esta segunda-feira, que não será a chanceler alemã Angela Merkel a decidir sobre a convocação de um referendo no país sobre o euro.

Grécia: Líder da esquerda diz que não cabe a Merkel decidir referendo sobre euro

"A Grécia é um país soberano (...). Não cabe à senhora Merkel decidir se vamos ou não vamos avançar para um referendo", declarou Tsipras em Paris durante uma conferência de imprensa conjunta com Jean-Luc Mélenchon, líder do movimento da esquerda francesa Frente de Esquerda.

Líder da esquerda grega avisa Merkel que não "negoceia com o inferno"

"Não existe nada para negociar no memorando [o plano de austeridade dos credores internacionais para a Grécia] porque não negociamos com o inferno. Porque o que se trata de discutir não é o memorando mas a dívida pública", insistiu Tsipras.

Georg Streiter, porta-voz da chanceler alemã, voltou a desmentir perentoriamente que Merkel tenha sugerido a organização de um referendo sobre o euro, em simultâneo com as legislativas antecipadas de 17 de junho, e sublinhou que a chanceler não está disposta a "fornecer ingredientes à cozinha política" grega.

"Merkel deve compreender que é uma parceira como os outros (...) numa zona euro sem senhorios ou proprietários", declarou ainda Tsipras.

O líder da Syriza, formação que garantiu o segundo lugar nas legislativas de 6 de maio, não foi recebido por qualquer responsável do novo executivo francês mas sublinhou que o Presidente socialista François Hollande deverá "compreender a necessidade de responder a questões cruciais. Se o povo francês lhe deu o voto, é para promover uma política diferente de Nicolas Sarkozy".

E frisou: "François Hollande não poderá renunciar facilmente às suas promessas sob o risco de se tornar num Hollandreou", ironizou o líder político grego, numa associação dos nomes do Presidente francês e de Georges Papandreou, o ex-primeiro-ministro socialista grego.

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