13/10/12

O Rosto do Desemprego - 151

http://blogues.publico.pt/odesempregotemrosto/



Nome   Arminda Silva

Idade   50 anos

Naturalidade/Residência   Tomar /Lisboa

For­mação   Téc­nica Admin­is­tra­tiva

Última profis­são   Téc­nica Admin­is­tra­tiva

Há quanto tempo desem­pre­gado   fevereiro de 2008

Agre­gado famil­iar   vive com o filho

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “tudo. a qual­i­dade de vida mudou bas­tante. tive de começar a fazer poupanças, a cor­tar com tudo o que é secundário, a reoga­ni­zar todas as coisas, a pedir apoios e a não os ter. pelo facto de estar desem­pre­gada não tive nen­hum ben­efi­cio no abono do meu filho, nem na ali­men­tação, na escola ou nos livros (…) é uma grande pressão psi­cológ­ica pois estou con­sciente da real­i­dade do país com a crise. faço um esforço enorme em procu­rar tra­balho, saí­das e respostas e procuro econ­o­mizar o mais pos­sível para que não tenha de pedir nada a ninguém (…) psi­co­logi­ca­mente fiquei bas­tante abal­ada, estou a fazer pela primeira vez trata­mento psiquiátrico dev­ido a tudo um con­junto de fac­tores físi­cos rela­ciona­dos com a idade, de ter uma uma cri­ança de 8 anos e ser a única respon­sável por ela. para estar bem tenho de cuidar da minha saúde emo­cional mas não deixa de ser tudo dev­ido à insta­bil­i­dade, pois não tendo segu­rança finan­ceira fica tudo comprometido”

Per­spec­ti­vas de futuro  “um dia de cada vez, já não posso pen­sar mais que o dia de amanhã. se eu tiver amanhã pão na mesa já é bom. já não con­sigo pen­sar para o mês que vem nem para o ano que vem. penso assim. aproveito todas as migal­has que vêm ao meu encon­tro, todos os bis­cates, e pequenos tra­bal­hos que sejam razoáveis (…) emi­grar não penso por não poder levar o meu filho comigo dev­ido a questões famil­iares. já emi­grei e já tra­bal­hei em oito países no pas­sado, não tenho nen­hum prob­lema em o fazer (…) por cá o que aparece é muito mau, os patrões aproveitam-se da nossa situ­ação frag­ilizada, são salários pes­si­mos, são condições pés­si­mas e mesmo assim há sem­pre alguém à nossa frente. enquanto tiver pão na mesa para amanhã vou evi­tar ser mal­tratada  a esse nível, quando não puder aguen­tar mais poderá ter que ser, logo se vê. até eu poder não deixo que nen­hum patrão me ponha os pés em cima, que é o que está a acon­te­cer a muitas mul­heres agora. tenho um filho para criar, tenho de estar bem para o cuidar, pre­firo comer sopa do que ser mal­tratada. a qual­quer momento posso ter de mudar de cenário mas logo se vê. pre­cisamos todos de grandes moti­vações (…) muita paciên­cia e cor­agem para todos os que estão na nossa situ­ação, que somos milhares”

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