Nome Arminda Silva
Idade 50 anos
Naturalidade/Residência Tomar /Lisboa
Formação Técnica Administrativa
Última profissão Técnica Administrativa
Há quanto tempo desempregado fevereiro de 2008
Agregado familiar vive com o filho
O que mudou na sua vida desde que ficou desempregado “tudo. a qualidade de vida mudou bastante. tive de começar a fazer poupanças, a cortar com tudo o que é secundário, a reoganizar todas as coisas, a pedir apoios e a não os ter. pelo facto de estar desempregada não tive nenhum beneficio no abono do meu filho, nem na alimentação, na escola ou nos livros (…) é uma grande pressão psicológica pois estou consciente da realidade do país com a crise. faço um esforço enorme em procurar trabalho, saídas e respostas e procuro economizar o mais possível para que não tenha de pedir nada a ninguém (…) psicologicamente fiquei bastante abalada, estou a fazer pela primeira vez tratamento psiquiátrico devido a tudo um conjunto de factores físicos relacionados com a idade, de ter uma uma criança de 8 anos e ser a única responsável por ela. para estar bem tenho de cuidar da minha saúde emocional mas não deixa de ser tudo devido à instabilidade, pois não tendo segurança financeira fica tudo comprometido”
Perspectivas de futuro “um dia de cada vez, já não posso pensar mais que o dia de amanhã. se eu tiver amanhã pão na mesa já é bom. já não consigo pensar para o mês que vem nem para o ano que vem. penso assim. aproveito todas as migalhas que vêm ao meu encontro, todos os biscates, e pequenos trabalhos que sejam razoáveis (…) emigrar não penso por não poder levar o meu filho comigo devido a questões familiares. já emigrei e já trabalhei em oito países no passado, não tenho nenhum problema em o fazer (…) por cá o que aparece é muito mau, os patrões aproveitam-se da nossa situação fragilizada, são salários pessimos, são condições péssimas e mesmo assim há sempre alguém à nossa frente. enquanto tiver pão na mesa para amanhã vou evitar ser maltratada a esse nível, quando não puder aguentar mais poderá ter que ser, logo se vê. até eu poder não deixo que nenhum patrão me ponha os pés em cima, que é o que está a acontecer a muitas mulheres agora. tenho um filho para criar, tenho de estar bem para o cuidar, prefiro comer sopa do que ser maltratada. a qualquer momento posso ter de mudar de cenário mas logo se vê. precisamos todos de grandes motivações (…) muita paciência e coragem para todos os que estão na nossa situação, que somos milhares”
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