Bagão Félix define como "napalm fiscal" as alterações ao IRS constantes da proposta de Orçamento de Estado para 2013. "Assim, não vale a pena trabalhar", disse o ex-ministro.
"Isto é um terramoto. Só falta saber se é 7 na escala de Ritcher, que é destruidor, se 8, que é arrasador", disse Bagão Félix, ao comentar as propostas de orçamento de estado, nomeadamente ao nível do IRS.
"Isto é napalm fiscal, que destrói a economia", acrescentou o ex-ministro da Solidariedade Social, em declarações à SIC Notícias.
Bagão Félix deu vários exemplos do que acontece com a alteração dos escalões do IRS, acrescidos da sobretaxa de 4%. Somando a TSU, em alguns casos o rendimento líquido não chega a 48%; o resto, mais de 52%, vai para o estado.
"Assim, parece que não vale a pena trabalhar", disse Bagão Félix, deixando um desabafo: "Fisco considera que quem ganha 1200 euros por mês é rico."
Segundo o ex-ministro do CDS, em muitos casos, o corte salarial é superior aos 7% previstos com a alteração da TSU. No entanto, Bagão Félix sublinhou que a alteração da Taxa Social Única "não era para combater o défice, era tirar de um lado e dar ao outro", pelo que se tivesse avançado este novo pacote de austeridade também aconteceria.
Bagão Félix considerou, ainda, que "o ministro das Finanças não foi correto" ao dizer que ia devolver um dos subsídios cortados aos funcionários públicos e pensionistas, porque com as alterações no IRS e a sobretaxa "não chegam a recebê-lo".
O ex-ministro considerou "perigoso para a democracia" que "haja um distanciamento cada vez maior entre o programa apresentado pelos partidos políticos nas eleições e o que fazem no Governo".
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