16/10/12

Gaspar desafia deputados a proporem cortes na despesa do Estado

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, pediu aos deputados do PSD e do CDS-PP para apresentarem propostas para cortes da despesa do Estado entre 500 milhões a 1000 milhões de euros.

O ministro respondia assim a deputados da maioria que o interpelaram sobre a abertura do Governo para propostas ao Orçamento do Estado para 2013.

Vítor Gaspar falava durante uma reunião no Parlamento entre os grupos parlamentares do PSD e CDS-PP, na qual esteve também presente o ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.



Ambos os governantes foram ao Parlamento entregar, na segunda-feira, a proposta do Governo para o Orçamento do Estado 2013. Mais tarde, durante a apresentação pública do documento, o responsável pela pasta das Finanças viria a declarar que “esta proposta para 2013 é a única possível”, defendendo que Portugal não tem “qualquer margem de manobra” para mudar o rumo.

Apesar de ter dito que pôr em causa o orçamento é pôr em causa o programa de ajustamento e, consequentemente, a credibilidade que diz que o país recuperou junto das autoridades internacionais, Gaspar desafia agora os deputados a fazerem propostas de alteração.

Fonte: http://www.publico.pt/Economia/ministro-desafia-deputados-a-proporem-cortes-na-despesa-do-estado-1567596

Ministro da Economia diz que OE não é melhor estímulo para economia

O ministro da Economia reconheceu, esta terça-feira, que a proposta de Orçamento do Estado para 2013 "não é em termos fiscais o melhor estímulo para a economia", mas defendeu que é o orçamento "necessário" para o país.

Álvaro Santos Pereira classificou ainda o documento como o "mais duro das últimas décadas", em palavras ditas em Lisboa numa conferência sobre "O Estado e a Competitividade da Economia portuguesa", organizada pela Antena 1 e Jornal de Negócios.

As palavras do governante surgem um dia depois de o Executivo ter apresentado o OE para o próximo ano na Assembleia da República.

Ministro da Economia diz que OE não é melhor estímulo para economia


Na conferência desta tarde, o ministro destacou um "forte pacote" de medidas com o intuito de potenciar a economia portuguesa, como novas linhas de crédito para PME, o "IVA de Caixa", para aliviar as restrições de liquidez de caixa das microempresas, e o combate à burocracia no investimento das empresas.

"Acredito nestas medidas e bati-me por elas. São um forte pacote de competitividade e estímulo ao investimento", disse.


"Mentores" do cerco ao Parlamento demarcam-se de desacatos


Os movimentos 15 de Outubro e Sem Emprego, "mentores" da concentração que decorreu segunda-feira, em frente ao Parlamento, demarcam-se dos desacatos que ocorreram no final de um "protesto pacífico", e lamentaram a cobertura dada pela comunicação social.


André Esperança, da Plataforma 15 de Outubro, fez um balanço "positivo" da iniciativa "Cerco a S.Bento! Este não é o nosso orçamento", mas criticou a "imagem totalmente errada do protesto" que vários órgãos de comunicação social passaram aos portugueses em casa.

"Mentores" do cerco ao Parlamento demarcam-se de desacatos

O jovem realçou que a concentração começou às 18 horas de segunda-feira e decorreu de "forma pacífica e ordeira", tendo sido "muito, mas muito mais" do que os desacatos que ocorreram já depois das 23 horas.

"É lamentável que apenas se fale dos desacatos que ocorreram quando o protesto já levava mais de cinco horas", criticou, considerando também "deplorável" que alguma comunicação social tenha "falado em centenas de pessoas quando as imagens mostravam claramente que, no local, estavam vários milhares".

O balanço é, contudo, "claramente positivo no sentido de que não passou em claro a entrega deste Orçamento", que vai criar "extremas dificuldades a milhares de trabalhadores", frisou.

Também Ana Rajado, do Movimento Sem Emprego, considera que a iniciativa fez jus as expectativas: "Foi uma manifestação muito combativa que correu muito bem. As pessoas estavam, de facto, conscientes do que estavam a fazer: a exigir a demissão deste Governo".

O "Cerco a S.Bento" decorreu durante a maior parte do tempo de forma ordeira, mas foi marcado por alguns momentos de maior tensão já durante a noite.

O primeiro foi quando os manifestantes começaram a formar um cordão humano à volta do edifício, derrubando algumas grades colocadas pela polícia e lançando dois petardos.

Mais tarde, perto das 23:00, o Corpo de Intervenção avançou contra alguns manifestantes que arremessaram pedras e garrafas de vidro, primeiro contra o edifício do Parlamento e, depois, contra o contingente policial.


13/10/12

Relvas e Passos e os contratos para a Tecnoforma

Registos da Ordem dos Arquitectos, testemunhos dos seus antigos dirigentes e sobretudo declarações de Relvas e de Passos – as do primeiro de 2004 e as do segundo de há dois meses – mostram que ambos trabalharam em simultâneo com o mesmo objectivo.

Helena Roseta afirmou em Junho, na televisão, que Miguel Relvas tentou convencer a Ordem dos Arquitectos (OA), de que ela era presidente, a candidatar-se, entre 2003 e 2004, a um projecto de formação profissional para arquitectos que trabalhassem nas câmaras municipais. 

Passos tentou vender um projecto de formação idêntico ao que Relvas propôs a Helena Roseta

Relvas era então secretário de Estado da Administração Local e responsável pelo Foral, um programa financiado por fundos europeus e destinado a requalificar o pessoal das autarquias. E terá posto uma condição à Ordem: para o seu projecto ser aprovado teria de subcontratar a sua execução a uma empresa ligada a Passos Coelho. Esta parte da história é conhecida, tal como o facto de Roseta ter afirmado que não tinha nenhuma informação que lhe permitisse dizer que Passos Coelho estava ao corrente das diligências do seu amigo Relvas em favor da empresa.

O trabalho que o PÚBLICO publica neste domingo na sua edição impressa e para assinantes, na sequência de outros dois que publicou na semana passada sobre a Tecnoforma, a empresa de que Passos Coelho era consultor e depois for gestor, mostra que, afinal, Passos tentou vender àquela entidade um projecto de formação profissional com contornos muito próximos daquele que Relvas propusera à Roseta.

A reunião entre o secretário de Estado e Helena Roseta ocorreu a meio do mês de Dezembro de 2003. Passos Coelho solicitou uma reunião à então presidente da Ordem menos de um mês depois. E Roseta, que tinha ficado desagradada com a conversa de Relvas – embora não lhe tenha dado uma resposta imediata porque a área da formação profissional dependia das secções regionais da Ordem –, escusou-se a recebê-lo.

Passos Coelho acabou por ser recebido por Leonor Cintra Gomes, também dirigente nacional da Ordem, e apresentou-lhe um projecto de protocolo que visava a colaboração entre a Tecnoforma e a OA, com vista à apresentação de candidaturas ao programa Foral.

Documentos guardados nos arquivos da Ordem, conjugados com testemunhos de alguns dos seus antigos dirigentes e funcionários, e com declarações de Relvas de 2004 e de Passso Coelho de há dois meses, não deixam agora margem para dúvidas. O actual primeiro-ministro e o seu ministro adjunto actuaram em simultâneo, com um objectivo coincidente: levar a Ordem dos Arquitectos a candidatar-se a um projecto de formação de arquitectos, no quadro do Foral, para prepararem planos de emergência e segurança de edifícios públicos.

Roseta diz que Relvas fez depender a viabilização do projecto que lhe foi apresentado da contratação da Tecnoforma. A informação agora reunida mostra que Passso Coelho apresentou à Ordem, pouco depois, um protocolo exactamente com a mesma finalidade do acordo proposto por Relvas a Roseta.

Passos Coelho diz que a Ordem dos Arquitectos recusou tudo, mas não há registos de que o tenha chegado a fazer formalmente.

Milhares contra a austeridade

Poesia, palavras de ordem, Zeca Afonso e Beethoven passaram pelo palco montado na Praça de Espanha, em Lisboa, numa manifestação cultural contra a austeridade, à qual muitos pais levaram os filhos por temerem o futuro que terão. O cenário repetiu-se em várias cidades de norte a sul do país.

Poesia, palavras de ordem e música juntaram milhares contra a austeridade
Praça de Espanha cheia em protesto cultural contra a austeridade

Cerca de 10 mil pessoas assistem pacificamente aos concertos do protesto "Cultura é Resistência", na Praça de Espanha, em Lisboa, que já levou ao palco também a música de José Afonso, a poesia de Álvaro de Campos e apelos à demissão do Governo.

O maestro Claudio Hochman classificou a iniciativa como "uma manifestação cultural, suprapartidária, suprassindical". Entre a assistência, estava o músico Luís Varatojo, fundador de A Naifa, que disse à agência Lusa que participará no protesto para "correr com os incompetentes que governam cá dentro e lá fora". E acrescentou: "nunca fomos dependentes de subsídios do Estado e o que o Governo está a fazer é a destruição total da economia e a matar a iniciativa provada".

Ana Bacalhau e José Pedro Leitão, dos Deolinda, afirmaram à Lusa que sentiram necessidade de mostrar o descontentamento, tal como qualquer outro cidadão. "O que o Governo está a fazer é mais um golpe à criação. Para tomar atitudes é preciso ter ideias e criatividade e magoar o menos possível as pessoas", disse a vocalista do grupo.

Poesia, palavras de ordem e música juntaram milhares contra a austeridade
"Coelho esfolado" no protesto que decorreu no Porto

Pedro Gonçalves, contrabaixista dos Dead Combo, alertou para o facto de a situação estar a tornar-se "insustentável". "Eu não vejo isto hoje como uma manifestação de artistas. É um projeto e é essa a maneira de nos expressarmos, disse o músico dos Dead Combo, que irá interpretar hoje com o fadista Camané os temas "Inquietação", de José Mário Branco, e "Vendaval", de Tony de Matos.

Artistas portugueses saíram à rua, este sábado, em Lisboa e em mais de duas dezenas de localidades no país para protestar contra as medidas de austeridade.


O Rosto do Desemprego - 153

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Nome   Fer­nanda Ramos

Idade   59 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Lis­boa

For­mação   antigo 7º ano Curso Com­er­cial

Última profis­são   área com­er­cial

Há quanto tempo desem­pre­gado   setem­bro de 2011

Agre­gado famil­iar   não tem depen­dentes

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “tenho fil­hos e netos cri­a­dos mas não sei para quê. não sei qual vai ser o futuro deles. tudo mudou. nunca pen­sei chegar a este ponto. só me falta perder a minha dig­nidade, porque o resto já perdi tudo”

Per­spec­ti­vas de futuro  “vejo um tunel, não vejo luz ao fundo do tunel e não vejo nada. deixo pas­sar um dia de cada vez. não há per­spec­ti­vas nem para mim nem para quem nos rodeia, seja em Portuga,l seja qual­quer outro país, uma pes­soa vai emi­grar para onde? os out­ros tam­bém estão mal. qual vai ser o futuro dos fil­hos e netos de todos nós”

O Rosto do Desemprego - 152

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Nome   Levy Luciano Vieira

Idade   37 anos

Naturalidade/Residência   Brasil / Lis­boa

For­mação   segu­rança

Última profis­são   lavador de car­ros

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde maio de 2012

Agre­gado famil­iar   vive soz­inho, a família voltou para o Brasil

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “é a primeira vez que fiquei desem­pre­gado. fica mais difí­cil sobre­viver, com um orde­nado que é mín­imo, para todos os que estão nesta situ­ação. está a ser com­pli­cado. há ajuda das insti­tu­ições, mesmo que se atrase um pouco por vezes, eles aju­dam. desde que fiquei desem­pre­gado tive de diminuir em tudo o que são gas­tos. eu con­sigo “me virar” até apare­cer qual­quer coisa, mas a minha família teve de ir emb­ora porque não con­seguia mantê-la”

Per­spec­ti­vas de futuro  “acred­ito que alguém, algum diri­gente, vai fazer alguma coisa pelo país. enquanto esta­mos vivos há esper­ança. espero encon­trar tra­balho na minha área ou em qual­quer área. uma pes­soa que goste de tra­bal­har, tra­balha em qual­quer coisa. acred­ito que pode mel­ho­rar. por isso não fui emb­ora. sairia se apare­cesse outra opor­tu­nidade mas a intenção não é essa. aqui tem muita coisa. o país não vai mor­rer, isso é óbvio. estão real­mente acon­te­cendo coisas mas “a uma hora” isso vai mel­ho­rar. é impos­sível ficar pior ”

O Rosto do Desemprego - 151

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Nome   Arminda Silva

Idade   50 anos

Naturalidade/Residência   Tomar /Lisboa

For­mação   Téc­nica Admin­is­tra­tiva

Última profis­são   Téc­nica Admin­is­tra­tiva

Há quanto tempo desem­pre­gado   fevereiro de 2008

Agre­gado famil­iar   vive com o filho

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “tudo. a qual­i­dade de vida mudou bas­tante. tive de começar a fazer poupanças, a cor­tar com tudo o que é secundário, a reoga­ni­zar todas as coisas, a pedir apoios e a não os ter. pelo facto de estar desem­pre­gada não tive nen­hum ben­efi­cio no abono do meu filho, nem na ali­men­tação, na escola ou nos livros (…) é uma grande pressão psi­cológ­ica pois estou con­sciente da real­i­dade do país com a crise. faço um esforço enorme em procu­rar tra­balho, saí­das e respostas e procuro econ­o­mizar o mais pos­sível para que não tenha de pedir nada a ninguém (…) psi­co­logi­ca­mente fiquei bas­tante abal­ada, estou a fazer pela primeira vez trata­mento psiquiátrico dev­ido a tudo um con­junto de fac­tores físi­cos rela­ciona­dos com a idade, de ter uma uma cri­ança de 8 anos e ser a única respon­sável por ela. para estar bem tenho de cuidar da minha saúde emo­cional mas não deixa de ser tudo dev­ido à insta­bil­i­dade, pois não tendo segu­rança finan­ceira fica tudo comprometido”

Per­spec­ti­vas de futuro  “um dia de cada vez, já não posso pen­sar mais que o dia de amanhã. se eu tiver amanhã pão na mesa já é bom. já não con­sigo pen­sar para o mês que vem nem para o ano que vem. penso assim. aproveito todas as migal­has que vêm ao meu encon­tro, todos os bis­cates, e pequenos tra­bal­hos que sejam razoáveis (…) emi­grar não penso por não poder levar o meu filho comigo dev­ido a questões famil­iares. já emi­grei e já tra­bal­hei em oito países no pas­sado, não tenho nen­hum prob­lema em o fazer (…) por cá o que aparece é muito mau, os patrões aproveitam-se da nossa situ­ação frag­ilizada, são salários pes­si­mos, são condições pés­si­mas e mesmo assim há sem­pre alguém à nossa frente. enquanto tiver pão na mesa para amanhã vou evi­tar ser mal­tratada  a esse nível, quando não puder aguen­tar mais poderá ter que ser, logo se vê. até eu poder não deixo que nen­hum patrão me ponha os pés em cima, que é o que está a acon­te­cer a muitas mul­heres agora. tenho um filho para criar, tenho de estar bem para o cuidar, pre­firo comer sopa do que ser mal­tratada. a qual­quer momento posso ter de mudar de cenário mas logo se vê. pre­cisamos todos de grandes moti­vações (…) muita paciên­cia e cor­agem para todos os que estão na nossa situ­ação, que somos milhares”

"Não há maior violência do que uma pessoa trabalhar e não receber salário"

O secretário-geral da CGTP destacou, este sábado, a importância da democracia participativa, em resposta a D. José Policarpo, para quem os problemas do país não se resolvem em manifestações de rua. Arménio Carlos sublinhou ainda que "violência é trabalhar e não receber salário", em reação à acusação de incitamento à violência feita pelo primeiro-ministro ao PCP.

"Não há maior violência do que uma pessoa trabalhar e não receber salário"

"A democracia para nós não é só aquela que tem a componente representativa, também a democracia participativa. É fundamental que os cidadãos participem, intervenham e reivindiquem, tanto mais num momento em que este povo está a sofrer ao nível da austeridade e sacrifícios como nunca teve", afirmou Arménio Carlos, este sábado à tarde, no âmbito da marcha convocada pela CGTP entre a Praça da Figueira e a Assembleia da República, em Lisboa.

Esta declaração surge em resposta às afirmações do cardeal Patriarca de Lisboa que defendeu, sexta-feira, em Fátima, que os problemas do país não se resolvem em manifestações de rua e "nem com uma revolução se resolvia".

Tachos e panelas contra a "troika" no Porto

Centenas de manifestantes com tachos e panelas juntaram-se, pelas 17.00 horas, à manifestação cultural "Que se lixe a Troika! Queremos as Nossas Vidas!" na Praça D. João I, no Porto, onde já se encontravam várias dezenas de pessoas.

Tachos e panelas contra a "troika" no Porto

A praça a D. João I é o palco da manifestação cultural que ocorre em vários pontos do país, onde cantores e músicos protestam contra as medidas de austeridade.

À manifestação cultural juntou-se o movimento internacional "Global Noise", com recurso a tachos e panelas, que, pelas 15.00 horas, se começou a concentrar na praça da Batalha, no Porto.

Os primeiros grupos já tinham começado a atuar no palco montado, onde afixadas estão várias faixas de protesto, quando o barulho de tachos e panelas interrompeu a música na praça já lotada.

A presidir à marcha dos tachos e panelas estava um jovem vestido de sacerdote, transportando uma cruz com um coelho verdadeiro esfolado e crucificado.

Confirmados para atuar na manifestação cultural do Porto estão Clã, Olive Tree Dance, António Capelo, O Silêncio da Gaveta, ACE-Academia Contemporânea do Espetáculo, Palmilha Dentada, Osso Vaidoso, Vozes ao Alto, Faculdade de Belas, Artes das Caxinas, Óscar Branco, As 3 Marias, Helena Sarmento, Nuno Prata, Retimbrar e Manuel Cruz.

Manifestantes pedem demissão do Governo e direito ao trabalho


Milhares de manifestantes que integram uma marcha organizada pela CGTP-IN estão concentrados em frente à Assembleia da República, depois de uma marcha desde a Praça da Figueira em que exigiram a demissão do Governo e o direito ao emprego.

Os manifestantes desta marcha contra o desemprego, promovida pela CGTP-IN, chegaram à Praça da Figueira com mais de uma hora de atraso em dois grupos distintos: Um vindo do Cais do Sodré, através da Rua da Prata, com cidadãos vindos da zona Sul; e um segundo vindo de Norte, da Alameda Afonso Henriques, através da Avenida Almirante Reis e do Martim Moniz.

Manifestantes pedem demissão do Governo e direito ao trabalho

A coluna Norte foi a primeira a aproximar-se da Praça da Figueira, com milhares de manifestantes a cantarem "está na hora, está na hora de o Governo ir embora".

Em simultâneo, na coluna do Sul, na Rua da Prata, os manifestantes gritavam "o povo unido jamais será vencido", ou "quem trabalha não desarma", ou, ainda, "trabalho sim desemprego não".

Na Praça da Figueira, local da concentração, que depois de dirigirá pela Calçada do Combro até à Assembleia da República - onde o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, discursará -, estiveram desde as 15.30 horas centenas de cidadãos a aguardar as duas colunas do protesto.

Alguns cidadãos trouxeram cartazes com acusações ao "Governo ladrão (que) rouba o povo e a não", mas também ao próprio cardeal patriarca, que advertiu para eventuais consequências negativas dos protestos de rua.

"D. Policarpo fala de barriga cheia", referia-se num cartaz transportado por um cidadão idoso.

Um grupo de "amigos do cânhamo" aproveitou o protesto da CGTP-IN para promover o seu encontro nacional, no próximo dia 27, no qual se pretende defender as "qualidades medicinais do cannabis".

A marcha da CGTP-IN contra o desemprego começou no passado dia 5 com uma parte dos participantes a partirem de Braga, passando depois por concelhos como Matosinhos, Porto, Gaia, Feira, Aveiro, Coimbra, Figueira da Foz, Leiria, Marinha Grande, Tomar, Entroncamento e Vila Franca de Xira.

Em simultâneo, outros manifestantes partiram de Vila Real de Santos António, percorrendo o Algarve (desde Tavira a Lagos), Castro Verde, Aljustrel, Moura, Serpa, Beja, Vidigueira, Montemor-o-Novo, Alcácer do Sal, Grândola, Setúbal, Moita, Barreiro, Seixal e Almada.

Para as próximas semanas, a CGTP-IN convocou já uma greve geral para 14 de novembro e agendou uma ação de rua para dia 31 de outubro, coincidindo com a votação na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2013.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=2826871&page=-1


Paul Krugman e o fim da crise

Paul Krugman. Era possível acabar com esta crise já. Se “eles” quisessem
Os instrumentos económicos existem mas a opinião política dominante proíbe o fim da crise. Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia, apela ao fim dessa corrente austeritária, sacrificial e assassina de empregos. Ana Sá Lopes leu e gostava de assinar por baixo.

Paul Krugman

Nestes últimos três anos caiu-nos uma depressão em cima da cabeça, e o que fizemos? Procurámos culpados. O “viver acima das nossas possibilidades” e “os malefícios do endividamento” são duas cantigas populares dos últimos anos. E, no entanto, antes de a crise ter rebentado na América e de se ter propagado à Europa, o nível de endividamento de alguns dos países do sul da Europa, como Portugal e Espanha, tinha vindo a reduzir-se. Os gráficos estão lá e mostram que sim (como mostram que o gigante alemão também está fortemente endividado). Mas porque é que as pessoas não querem acreditar nisto? Nem sequer apreender o facto de terem sido “praticamente todos os principais governos” que, “nos terríveis meses que se seguiram à queda do banco de investimento Lehman Brothers, concordaram em que o súbito colapso das despesas do sector privado teria de ser contrabalançado e viraram-se então para uma política orçamental e monetária expansionista num esforço para limitar os danos”? A Comissão Europeia e a Alemanha estavam “lá”. E, de repente, tudo mudou.

Uma das maiores dificuldades de lidar com esta crise é, em primeiro lugar, o facto natural de tanto o cidadão comum como Jesus Cristo não perceberem nada de finanças, a menos quando lhe vão ao seu próprio bolso (ou perde o emprego). A outra é o poder da narrativa do “vivemos acima das nossas possibilidades”, aquilo a que Krugman chama a “narrativa distorcida” europeia , “um relato falso sobre as causas da crise que impede verdadeiras soluções e conduz de facto a medidas políticas que só pioram a situação”. Krugman ataca “uma narrativa absolutamente errada”, consciente de que “as pessoas que apregoam esta doutrina estão tão relutantes como a direita americana em ouvir a evidência do contrário”.

12/10/12

Oa auxilios de Relva a Passos

Relvas ajudou empresa ligada a Passos a ter monopólio de formação em aeródromos do Centro

O projecto aprovado em 2004, no valor de 1,2 milhões de euros, destinava-se a formar centenas de técnicos municipais para trabalharem em sete pistas de aviação, parte delas fechadas, e em dois heliportos da região Centro. No total, estas pistas tinham dez funcionários, agora têm sete.

O programa Foral era tutelado por Miguel Relvas, então secretário de Estado da Administração Local

A Tecnoforma, empresa de que Passos Coelho foi consultor e depois gestor, conseguiu fazer aprovar na Comissão de Coordenação Regional do Centro (CCDRC), em 2004, um projecto financiado pelo programa Foral para formar centenas de funcionários municipais para funções em aeródromos daquela região que não existiam e nada previa que viessem a existir. Nas restantes quatro regiões do país a empresa apresentou projectos com o mesmo objectivo, mas foram todos rejeitados por não cumprirem os requisitos legais. As cinco candidaturas tinham como justificação principal as acrescidas exigências de segurança resultantes dos ataques às torres gémeas de Setembro de 2001.

O programa Foral era tutelado por Miguel Relvas, então secretário de Estado da Administração Local, e na região Centro o gestor do programa Foral (e presidente da CCDRC) era o antigo deputado do PSD Paulo Pereira Coelho, que foi contemporâneo de Passos Coelho e de Relvas na direcção da Juventude Social Democrata (ver PÚBLICO de segunda-feira).

O projecto da Tecnoforma destinado a formar técnicos para os aeródromos e heliportos municipais espalhados pelo país começou a ser preparado no início de 2003, deparando-se desde logo com dificuldades várias ao nível da aprovação dos cursos pelo Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), a única entidade que os podia homologar, e da possibilidade de ser financiado pelos fundos europeus do programa Foral.

No Verão desse ano, a administração da Tecnoforma negociou o assunto com a secretaria de Estado da Administração Local e a 31 de Julho escreveu ao seu titular, Miguel Relvas, ao cuidado da sua então secretário pessoal (Helena Belmar), que agora ocupa as mesmas funções no gabinete de Passos Coelho. “Na sequência das reuniões que têm vindo a ser realizadas com a área dos Transportes e com a Secretaria de Estado da Administração Local fomos incumbidos de apresentar um projecto nacional” de formação de técnicos de aeródromos e heliportos municipais, lê-se no ofício.

Seis meses depois, a 23 de Janeiro de 2003, Miguel Relvas e Jorge Costa, então secretário de Estado das Obras Públicas (com a tutela do INAC) assinaram um protocolo que visava criar as condições para que o INAC aprovasse um conjunto de cursos para técnicos de aeródromos e heliportos municipais, que eram, palavra por palavra, os anteriormente propostos pelas Tecnoforma; e arranjar maneira de o programa Foral os pagar.

A visão de Marques Mendes

O ex-líder social-democrata Luís Marques Mendes afirmou, quinta-feira à noite, que o Orçamento para 2013 inclui "vários recuos" e recomendou ao Governo que, no futuro, pense um "bocadinho melhor antes de anunciar" para não ter de rever as propostas.

Marques Mendes diz que Governo deve pensar melhor as medidas antes de as anunciar

"O que eu recomendaria ao Governo é que, apesar de tudo, no futuro pensasse um bocadinho melhor antes de anunciar de forma a que não se crie esta ideia de 'eu anuncio agora para recuar a seguir'. É muito mediático, mas não é muito credível", afirmou Marques Mendes em Ponta Delgada, à entrada do comício de encerramento da campanha eleitoral do PSD nas eleições regionais açorianas.

"Há uma semana, achei que o programa apresentado tinha sobretudo três vícios: tinha impostos a mais, cortes de despesa a menos e tinha pouco de economia", mas, "daquilo que conheço até ao momento, acho que houve alguns recuos significativos", disse Marques Mendes, elogiando em particular o "recuo total" do aumento do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis).

Além disso, Marques Mendes elogiou "algumas medidas no domínio do emprego", com "estágios profissionais pagos a 100 por cento" para casos de famílias monoparentais ou casais desempregados com filhos.

"A sensação que eu tenho é que a coligação teve os seus problemas, mas ultrapassou-os", considerou o agora comentador político, que criticou a estratégia do Governo na elaboração do orçamento do próximo ano.

"Esta moda que é anunciar primeiro e recuar depois foi bom agora mas não deve repetir-se", concluiu.

A versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado (OE), a que a Lusa teve hoje acesso, resulta da reunião do Conselho de Ministros de quarta-feira e trata-se de um documento que ainda pode ser alterado.

A proposta de Orçamento deverá ser entregue no Parlamento na segunda-feira, dia 15 de outubro.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=2823540&page=-1

Bagão Félix sobre as medidas de austeridade

Bagão Félix define como "napalm fiscal" as alterações ao IRS constantes da proposta de Orçamento de Estado para 2013. "Assim, não vale a pena trabalhar", disse o ex-ministro.

"Isto é napalm fiscal" e "assim não vale a pena trabalhar", diz Bagão Félix

"Isto é um terramoto. Só falta saber se é 7 na escala de Ritcher, que é destruidor, se 8, que é arrasador", disse Bagão Félix, ao comentar as propostas de orçamento de estado, nomeadamente ao nível do IRS.

"Isto é napalm fiscal, que destrói a economia", acrescentou o ex-ministro da Solidariedade Social, em declarações à SIC Notícias.

Bagão Félix deu vários exemplos do que acontece com a alteração dos escalões do IRS, acrescidos da sobretaxa de 4%. Somando a TSU, em alguns casos o rendimento líquido não chega a 48%; o resto, mais de 52%, vai para o estado.

"Assim, parece que não vale a pena trabalhar", disse Bagão Félix, deixando um desabafo: "Fisco considera que quem ganha 1200 euros por mês é rico."

Segundo o ex-ministro do CDS, em muitos casos, o corte salarial é superior aos 7% previstos com a alteração da TSU. No entanto, Bagão Félix sublinhou que a alteração da Taxa Social Única "não era para combater o défice, era tirar de um lado e dar ao outro", pelo que se tivesse avançado este novo pacote de austeridade também aconteceria.

Bagão Félix considerou, ainda, que "o ministro das Finanças não foi correto" ao dizer que ia devolver um dos subsídios cortados aos funcionários públicos e pensionistas, porque com as alterações no IRS e a sobretaxa "não chegam a recebê-lo".

O ex-ministro considerou "perigoso para a democracia" que "haja um distanciamento cada vez maior entre o programa apresentado pelos partidos políticos nas eleições e o que fazem no Governo".

O Rosto do Desemprego - 150

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Nome   Diogo Alves

Idade   18 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Por­tu­gal

For­mação   12º ano

Última profis­são   está­gio de for­mação de curso profis­sional de infor­mática

Há quanto tempo desem­pre­gado   junho de 2012

Agre­gado famil­iar   vive com pai e irmão

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “as despe­sas aumen­taram, din­heiro é com­pli­cado, não há din­heiro não dá para com­prar nada não há saí­das ou via­gens, só casa”

Per­spec­ti­vas de futuro  “ten­tar arran­jar um emprego, em qual­quer área, pos­sivel­mente não na minha, pois pedem exper­iên­cia profis­sional de um ano, coisa que eu não tenho, por isso hoje em dia vou para qual­quer uma área que ofer­eça trabalho”

O Rosto do Desemprego - 149

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Nome   Joana Rocha

Idade   37 anos

Naturalidade/Residência   Figueira da Foz /Lisboa

For­mação   Licen­ci­ada em Lín­guas e Lit­er­at­uras Modernas

Última profis­são   pro­fes­sora

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde Agosto de 2012

Agre­gado famil­iar   casada, tem dois fil­hos

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “não foi a primeira vez que fiquei desem­pre­gada. aprendi a gerir um pouco os dias e ten­tar não” trepar pelas pare­des” mas é um pouco difí­cil de gerir pois a sen­sação que se tem é de inutil­i­dade com­pleta, sentimo-nos muito vazios por den­tro e sen­ti­mos que não somos úteis, porque eu gosto mesmo de dar aulas”

Per­spec­ti­vas de futuro  “não tenho. procu­rar viver o dia-a-dia na medida das pos­si­bil­i­dades. agarrar-me aos meus fil­hos o mais que posso e pen­sar que por eles tenho de fazer um esforço todos os dias para ser forte e con­seguir dar-lhes aquilo que eles mere­cem. permitir-lhes dar uma for­mação. tenho alguma esper­ança de con­tin­uar a dar aulas emb­ora dimin­uta, pois todos os anos fico com mais tempo de serviço mas fico mais para trás em ter­mos de grad­u­ação (…) encaro out­ras hipóte­ses de tra­balho, desde servir café a lavar escadas se for pre­ciso, desde que isso me per­mita dar aos meus fil­hos uma vida condigna (…) se eu fosse mais nova já teria encar­ado a hipótese de emi­grar, se cal­har devia tê-lo feito noutra altura em que ainda não tinha con­sti­tuído família”

O Rosto do Desemprego - 148

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Nome   Celise Sousa

Idade   49 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Oli­vais

For­mação   fre­quên­cia do 1º ano com­ple­men­tar, antigo 10º

Última profis­são   aju­dante famil­iar

Há quanto tempo desem­pre­gado  desde final de 2005

Agre­gado famil­iar   vive soz­inha

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “mudou tudo. não con­sigo fazer uma refeição decente. tiraram-me 1/4 do rendi­mento mín­imo (social) de inserção. neste momento vivo com 143 euros por mês para pagar água, luz, comer e vestir. emprego, nada. no cen­tro de emprego nada, cur­sos e for­mação nada, fecharam tudo”

Per­spec­ti­vas de futuro  “tenho impressão que ainda vamos bater ainda mais em baixo(…) não vejo per­spec­ti­vas. para emi­grar tenho 50 anos… é ficar sen­tada na sala a ver tele­visão, se é que haverá din­heiro para pagar a elec­t­ri­ci­dade. se apare­cer alguma opor­tu­nidade de tra­balho era já. nem que fosse limpezas, fosse o que fosse ia já”

O Rosto do Desemprego - 147

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Nome   Ana Rita Silva

Idade   19 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Lis­boa

For­mação   12º ano

Última profis­são   caixa de cin­ema

Há quanto tempo desem­pre­gado   maio de 2012

Agre­gado famil­iar   vive com a mâe

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “come­cei a ter dis­cussões famil­iares, que­ria ir para a fac­ul­dade e não tenho din­heiro, quero tirar a carta e não tenho din­heiro,  quero ter a minha vida e não tenho din­heiro, vivo à custa da minha mãe, logo a minha vida é uma “des­graça” porque depende da minha mãe, que quer todo o con­trolo sobre mim, etc, etc, etc”

Per­spec­ti­vas de futuro  “arran­jar emprego muito rápido, vou ten­tar uma cadeia de super­me­r­ca­dos, para ver se ganho din­heiro para ten­tar tirar um curso de fotografia, e depois logo se vê”

O Rosto do Desemprego - 146

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Nome   Luís Rebelo

Idade   18 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Lis­boa

For­mação   12º ano em curso profis­sional de gestão e pro­gra­mação de sis­temas infor­máti­cos

Última profis­são   infor­mático

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde junho de 2012

Agre­gado famil­iar   vive com os pais, três pes­soas

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “nada. ainda não senti difer­ença, mas no ini­cio do próx­imo mês ten­ciono estar a tra­bal­har na minha área, existe essa possibilidade”

Per­spec­ti­vas de futuro  “arran­jar um tra­balho e ir gan­hando uns “din­heir­in­hos”, para ir fazendo a minha vida e depois ir subindo aos pou­cas na car­reira de informática”

10/10/12

A opinião do PS sobre o IMI

O vice-presidente da bancada socialista anunciou que o PS vai tentar impedir que seja retirada a cláusula de salvaguarda sobre o aumento do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis), durante a discussão na especialidade do Orçamento do Estado.

Bancada do PS vai propor manutenção da salvaguarda

“As famílias têm uma bomba relógio em casa. Esta vai rebentar se nada for feito”, disse Mota Andrade, considerando que a retirada do travão ao aumento do IMI no próximo Orçamento de Estado torna a subida deste imposto “incomportável e abusivo”. Em causa está o limite máximo do aumento do IMI fixado na em 75 euros, mas que pode ser retirado a partir do próximo ano.

Mota Andrade também expressou “preocupação” pelo “pouco rigor” da forma como têm sido feitas as avaliações aos imóveis, em que os técnicos “não se deslocam” ao local e fazem a avaliação pelo Google.

Questionado sobre a hipótese de o Governo recuar nesta retirada da salvaguarda, o deputado socialista disse não ter qualquer indicação nesse sentido.

O Rosto do Desemprego - 145

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Nome   João Semedo

Idade   25 anos

Naturalidade/Residência   Cabo Verde / Rio de Mouro

For­mação   9º ano

Última profis­são   lavador de car­ros

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde 10 de julho de 2012

Agre­gado famil­iar   união de facto, a com­pan­heira tem uma filha

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “fazia elec­t­ri­ci­dade, carpin­taria, canal­iza­ção, manutenção. faço tudo (…) estive dois anos sem tra­bal­har, depois fiz um curso que acabou em 2011. só come­cei a tra­bal­har em maio de 2012 e um mês depois voltei a ficar sem emprego (…) não gosto de estar assim. não gosto de sair quando não estou a tra­bal­har, fico em casa com a minha mul­her e a filha dela. não tenho o que gas­tar, não saio”

Per­spec­ti­vas de futuro  “tenho esper­ança que vai mudar porque assim não dá. gostaria de encon­trar tra­balho em qual­quer coisa, mas prefe­ria em elet­ri­ci­dade, que adoro. mas qual­quer tra­balho que encon­tre estou dentro…”

O Rosto do Desemprego - 144

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feijao baixa

Nome   Ana Fei­jão

Idade   29 anos

Naturalidade/Residência   Lisboa

For­mação   Arqui­tec­tura Paisagista

Última profis­são    asses­so­ria em Orde­na­mento do Ter­ritório, Ambi­ente e Agricultura

Há quanto tempo desem­pre­gado  junho 2011

Agre­gado famil­iar  solteira, par­tilha casa com uma amiga

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado  “nos últi­mos dois meses pas­sei a ser só desem­pre­gada de manhã e caix­eira aju­dante à tarde, o que me impede de estar inscrita no cen­tro de emprego (…) o desem­prego per­mi­tiu dedicar mais tempo ao activismo. Os dia que cor­rem são de difi­cul­dade e tão cedo não vão mel­ho­rar… alguma coisa temos que fazer para fazer o tempo valer a pena e não deixar­mos que deci­dam tudo por nós… tam­bém me deu tempo para aumen­tar a cria­tivi­dade e pen­sar em pro­jec­tos com pes­soas ami­gas, mas com a falta de tempo e recur­sos as coisas demoram a arrancar…”

Per­spec­ti­vas de futuro   “gostava que os pro­jec­tos que come­cei a desen­volver com pes­soas ami­gas me per­mi­tis­sem pagar as con­tas e me deix­as­sem tempo para o activismo. se não der para mais, dis­penso (enquanto me obri­garem à aus­teri­dade) idas ao cin­ema, livros de fotografia, con­cer­tos de jazz ou jantares no nepalês. enquanto as coisas arran­cam, vou con­tin­uando com o meu part-time, que ape­nas me per­mite pagar a renda, e out­ros bis­cates cria­tivos que vão surgindo”

O Rosto do Desemprego - 143

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Nome   Hum­berto Mendes

Idade   47 anos

Naturalidade/Residência   Guiné-Bissau / Sin­tra

For­mação   elec­tricista

Última profis­são   elec­tricista

Há quanto tempo desem­pre­gado   junho de 2008

Agre­gado famil­iar   casado, tem 4 fil­hos depen­dentes

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “muito difí­cil, temos grande difi­cul­dade económica. para a comida, a renda da casa e tudo o resto. a esposa tam­bém está desem­pre­gada. as cri­anças estão na escola. está mesmo difícil”

Per­spec­ti­vas de futuro  “espero que vá mel­ho­rar. tam­bém tenho for­mação de segu­rança. espero que apareça qual­quer coisa. até agora ainda não apare­ceu. mas acred­ito que vai acon­te­cer. se o pais não mudar a vida não pode con­tin­uar assim. quero tra­bal­har em qual­quer coisa para não ficar parado. sair do pais não posso e não quero, tenho os meus fil­hos pequenos e a minha mul­her está doente. não penso nisso”

O Rosto do Desemprego - 142

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Nome   Antó­nia Cor­reia

Idade   55 anos

Naturalidade/Residência   Aldeia Nova de S. Bento (Alen­tejo) / Ral Sin­tra

For­mação   far­ma­cêu­tica

Última profis­são   tra­bal­hou um lar de idosos

Há quanto tempo desem­pre­gado   junho de 2011

Agre­gado famil­iar   3 pes­soas

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “sinto-me cada vez pior, mais ner­vosa e os ner­vos à flor da pele. gosto de tra­bal­har, para além de pre­cisar. a tra­bal­har dis­traio. mudou tudo bas­tante. tenho mais stress, não dev­e­ria ter, mas tenho, sinto-me inútil. não sou pes­soa de sair. quando estou a tra­bal­har sou activa. sem tra­bal­har não tenho von­tade de sair ou ir a lado nenhum”

Per­spec­ti­vas de futuro  “estou sem­pre a pen­sar que dev­e­ria mel­ho­rar, mas não acred­ito muito. gostaria de voltar a tra­bal­har com idosos. ou qual­quer outra área, mas está com­pli­cado. exigem exper­iên­cia mas esta adquire-se na prática. com esta idade é muito difí­cil encon­trar qual­quer coisa. acham que sou velha mas muitos, com metade da minha idade, são muito mais moles que eu. sou bas­tante activa”

O alerta de Ramalho Eanes

Ramalho Eanes lançou nesta terça-feira à noite um forte apelo ao Governo para que não deixe que os cidadãos fiquem completamente desapoiados pelo Estado, porque isso “põe em causa a unidade do país”.

Eanes: "a indignação é a mãe de todos os disparates"

Em entrevista à Rádio Renascença, o antigo Presidente da República salienta mesmo que “quando não há unidade num país, os homens passam muito rapidamente da resignação à indignação e a indignação é a mãe de todos os disparates”.

Ramalho Eanes diz também que a Igreja católica devia neste momento ter “uma voz mais activa”, porque quando alguns dos “filhos de Deus e nossos irmãos estão em grande sofrimento a Igreja deve fazer ouvir a sua voz”.

Ramalho Eanes sugere ainda na entrevista à Rádio Renascença que seja criado um “grupo de sábios”, que inclua pessoas como Silva Lopes e Bagão Félix, para apresentarem aos partidos “um projecto de pacto de crescimento e de estado” que possa reunir o mínimo de consenso em torno do qual se possam realizar as reformas necessárias no país.

Para o antigo Presidente, é impensável que se venha a abrir uma crise política, mas diz também que “em situações de emergência não pode haver tabus”. Por isso, não rejeita uma solução à italiana – que tem um governo não eleito –, embora sublinhe que o melhor é a estabilidade em torno deste Governo.

O Rosto do Desemprego - 141

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Nome   António Pedro Rocha Fer­reira

Idade   51 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Cacém

For­mação   Licen­ci­ado em arqui­tec­tura

Última profis­são   arqui­tecto

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde janeiro de 2010

Agre­gado famil­iar   casado, tem uma filha

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “tem mudado, há menos din­heiro e mais cortes no orça­mento. o carro começou a servir menos, desloco-me menos vezes de carro e mais de trans­portes públi­cos. come­cei a tra­bal­har mais a par­tir de casa. as férias fora de casa acabaram-se”

Per­spec­ti­vas de futuro  “muito pou­cas. numa área que está lig­ada à con­strução civil pior ainda. provavel­mente vou ter se sair, com esta idade, do país. já o dev­e­ria ter feito há mais tempo, se apare­cer alguma coisa entre­tanto, porque não? (…) não pre­firo nen­hum pais em con­creto, desde que pre­cisem de arqui­tec­tos (…)  cada vez que se diz que o pais bateu no fundo, ainda piora um pouco mais, neste momento estou muito pessimista”

Dispensa de 50 mil funcionários públicos

Relvas garante que serão dispensados menos de 50 mil funcionários públicos.

O ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, afirmou, esta terça-feira, que o Governo pretende dispensar funcionários públicos contratados a termo num número "muito mais reduzido" do que os 50 mil que têm sido referidos.

Relvas garante que serão dispensados menos de 50 mil funcionários públicos


Em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, depois de se ter reunido com cada um dos grupos parlamentares para lhes apresentar as linhas gerais da proposta de Orçamento do Estado para 2013, Miguel Relvas escusou-se a adiantar, para já, quantos funcionários o Governo pretende dispensar.

O ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares assinalou que o Governo vai iniciar negociações sobre esta matéria com os sindicatos na quarta-feira e remeteu a divulgação do número de funcionários a dispensar para segunda-feira, dia da entrega da proposta de Orçamento do Estado para 2013 na Assembleia da República.

"Só poderei dizer na segunda-feira, e depois das negociações, quais são os números. Amanhã [quarta-feira] iniciam-se negociações com os sindicatos. Cada coisa a seu tempo, em cada uma das mesas e em cada um dos planos", advogou.

Segundo Miguel Relvas, vão ser dispensados funcionários públicos num número "muito mais reduzido" do que os 50 mil que têm sido referidos, "até porque há mecanismos de exceção" que vão permitir "uma reestruturação que não visa cortes cegos".

Existem regimes de exceção "na área da educação, também nas próprias autarquias, na área da saúde", referiu.

"O Governo sempre disse, desde o primeiro momento, que Portugal, na situação particularmente difícil em que hoje se encontra tem de caminhar no sentido da reestruturação, para reduzir despesas que hoje existem", afirmou.

De acordo com uma proposta enviada na segunda-feira pelo Governo aos sindicatos, "até 31 de dezembro de 2013, os serviços e organismos das administrações, direta e indireta do Estado, regionais e autárquicas reduzem, no mínimo, em 50 por cento o número de trabalhadores com contrato de trabalho a termo resolutivo e ou com nomeação transitória existente em 31 de dezembro de 2012, com exclusão dos que sejam cofinanciados por fundos europeus".

Aumento de IMI quatro vezes superior ao exigido pela "troika"

O deputado do PS Mota Andrade afirmou, esta quarta-feira, que a proposta do Governo para aumentar o imposto sobre imóveis representa uma receita "quatro vezes superior" ao mínimo exigido pela `troika", de 250 milhões de euros.

Mota Andrade sublinhou que o memorando de entendimento assinado com a `troika" prevê alterações à tributação dos imóveis e estabelece que o valor da receita a obter deverá ser, pelo menos, 250 milhões de euros.

Governo quer aumento de IMI quatro vezes superior ao exigido pela "troika"

"Cumprindo os 250 milhões de euros, está-se a cumprir o memorando", defendeu Mota Andrade, afirmando que o que foi proposto pelo ministro das Finanças representa "uma receita de mil milhões de euros, quatro vezes superior" ao limite mínimo exigido.

Mota Andrade disse que, para o PS, o mínimo de 250 milhões de euros de receita fiscal sobre os imóveis seria, tendo em conta os outros impostos, "o limite que se deveria levar avante".

"Tudo isto tem a ver com a forma de estar do Governo de querer sempre ir além do memorando da `troika". Isso tem consequências dramáticas para os portugueses que entram nitidamente num Estado de fadiga fiscal com este aumento brutal de impostos e do qual o IMI é um bom exemplo", afirmou.

O deputado reiterou que, caso o Governo não recue nos seus propósitos, o PS avançará com uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2013 para que seja mantida a cláusula de salvaguarda que impunha um limite de subida do IMI até 75 euros.


O memorando de entendimento prevê alterações à "tributação sobre o património com vista a aumentar a receita em, pelo menos, 250 milhões de euros, reduzindo substancialmente as isenções temporárias aplicáveis às habitações".

A ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, Assunção Cristas, recusou terça-feira as críticas do PS à intenção do Executivo de aumentar o IMI referindo que "o PS negociou o memorando de entendimento com a `troika" onde não tinha nenhuma cláusula de salvaguarda".

A cláusula de salvaguarda foi aprovada após proposta conjunta do PSD e CDS-PP no Parlamento, criando um regime transitório, que se deveria manter em vigor durante três anos, introduzindo um 'travão' ao aumento do IMI que viesse a ocorrer depois de efetuada a reavaliação do valor patrimonial dos imóveis.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=2819561&page=-1

"Austeridade excessiva"

"Austeridade excessiva" pode "prejudicar terrivelmente a democracia"

O ex-Presidente da República Jorge Sampaio considerou, numa conversa na Internet com leitores do diário francês Le Monde, que uma "austeridade excessiva pode prejudicar terrivelmente a democracia", e ceder terreno à emergência de extremismos.

"Devo dizer que a austeridade pela austeridade, a austeridade excessiva, pode prejudicar terrivelmente a democracia. Porquê? Porque a democracia precisa de esperança", declarou o socialista aos internautas do diário, na terça-feira à tarde.

"Austeridade excessiva" pode "prejudicar terrivelmente a democracia"

Em resposta à questão de um leitor que perguntou ao ex-Chefe de Estado português se "a austeridade desenfreada" que está a ser aplicada nos países do sul da Europa pode "destruir as democracias", Jorge Sampaio disse ainda que o cenário atual pode ceder terreno aos extremismos.

"Se não se conseguir ver a luz ao fundo do túnel, a esperança desaparece, há pessoas dispostas a acreditar em tudo, e é por isso que os extremismos estão a florescer", afirmou.

O ex-Presidente defendeu, contudo, que "a democracia não recua", apesar de isso ser, "talvez, paradoxal". A democracia, argumentou, "avança enquanto encara novos desafios, e talvez seja preciso redefini-la".


04/10/12

Novo pacote fiscal mantém desigualdade na repartição de esforços

Feitas as contas, o agravamento do IRS gerará uma receita superior às mexidas na TSU. E o capital contribui com uma pequena fatia para o ajustamento.

<p>Vítor Gaspar no anúncio do novo pacote fiscal</p>

Vai ser "um enorme aumento de impostos". Disse-o o ministro das Finanças, Vítor Gaspar na apresentação das medidas que, supostamente, devem responder à exigência do Tribunal Constitucional de uma maior equidade na repartição de esforços orçamentais.

Isso obrigou o Governo a devolver um subsídio aos funcionários públicos e aos pensionistas. Mas olhando para as linhas grossas do novo pacote, a grande fatia do esforço continuará a incidir sobre os assalariados e os pensionistas, agora do sector público e do privado.

As medidas anunciadas - apesar de, segundo Gaspar, corresponderem a "uma distribuição mais equitativa do esforço de consolidação orçamental" entre sector público e privado e rendimentos do trabalho e capital - não prenunciam essa repartição mais equitativa. Sem qualquer medida do lado da despesa, a factura global - a julgar pelos números dados - será mais elevada, ainda que o Governo sublinhe que a esmagadora maioria dos assalariados, privados e públicos, ficarão melhor do que com as mexidas na TSU.

Como disse Vítor Gaspar, este anúncio não corresponde ao da proposta de OE de 2013. Essa realizar-se-á a 15 de Outubro e lá constarão todos os pormenores. Mas o que se conhece deixa já fortes dúvidas.

Quando questionado se não esperava uma nova contestação, Gaspar fez um silêncio e preferiu lembrar aquilo que disse aos parceiros sociais antes de o Governo anunciar o recuo das mexidas na TSU. "A prioridade do Governo é evitar o ciclo vicioso" que vai da deterioração da confiança ao agravamento das condições financeiras do país. E daí a um aumento das incertezas acrescidas, à quebra do investimento e da actividade económica, ao aumento do desemprego. Um desemprego que, mesmo na previsão do Governo, agora revista em alta, já será de 16,5% em 2013.

Em síntese as medidas são:

Sobretaxa de IRS
Vai ser aplicada em 2013 uma sobretaxa de IRS de 4%. Não foram dados pormenores sobre a medida. Sabe-se apenas que será semelhante à sobretaxa de 2011, mas que, ao contrário dessa (que levou a uma retenção de 50% do subsídio de Natal acima do salário mínimo), poderá fazer sentir o seu efeito de forma regular ao longo de todo ano, com a retenção de rendimento a ser feita todos os meses. Representa um agravamento médio da taxa efectiva de IRS dos portugueses de dois pontos percentuais.

Redução dos escalões do IRS
O regime do IRS em Portugal vai passar de oito para cinco escalões. Não foram anunciados os rendimentos limites de cada escalão nem as taxas aplicadas. O Governo calcula que levará a um agravamento da taxa média efectiva do IRS de 1,4 pontos percentuais.

Taxa máxima de IRS de 54,5%
Com o efeito combinado das duas medidas anteriores (e ainda com a manutenção da taxa de solidariedade), a taxa máxima do IRS em Portugal passa, pela primeira vez, a barreira dos 50%. Actualmente é de 46,4% e aplica-se aos rendimentos anuais superiores a 153.300 euros. Passará para 54,5%, mas não se sabe ainda a partir de que valores.

Reposição de subsídios
Uma parte dos novos impostos é usada para compensar o facto de o Governo recuar no próximo ano no corte dos subsídios de férias e de Natal imposto em 2012 a uma parte dos funcionários públicos e pensionistas. Em 2013, os funcionários públicos vão sofrer o corte de "apenas" um subsídio, enquanto os pensionistas ficam sem 90% de um dos subsídios.

IMI sobe de forma abrupta
Vai ser eliminada a cláusula de salvaguarda prevista no Código do IMI. Esta cláusula foi criada pelo próprio Governo para que, em resultado da avaliação dos imóveis que está a ser feita pelo fisco, o agravamento do imposto fosse feito de forma mais progressiva e suave e não todo de uma vez. Com o fim da cláusula de salvaguarda, é de esperar uma subida muito forte do IMI para alguns proprietários.

Taxa liberatória sobe para 28%
O aumento da tributação sobre os rendimentos de capital avançou já este ano, com uma subida de 25% para 26,5% na taxa liberatória. Agora, Vítor Gaspar anunciou um novo agravamento, para 28%. Há também um aumento da tributação dos rendimentos da poupança.

Tabaco mais caro
O preço do tabaco vai aumentar em 2013, através de um agravamento do imposto. A garantia foi dada por Vítor Gaspar, mas o valor ainda não é conhecido. Quando o Governo deixou cair as alterações na taxa social única, a Confederação da Indústria Portuguesa apresentou como proposta o aumento em 30% do imposto sobre o tabaco. Os bens de luxo serão também alvo de um aumento da tributação.

Taxa Tobin vai avançar
O Governo pretende aplicar uma taxa sobre transacções financeiras. Nada em concreto foi adiantado por Vítor Gaspar, que apenas disse que a medida estará em sintonia com aquilo que na UE, através de uma cooperação reforçada, se introduzir.

Metas na despesa mantém-se
Não houve novas medidas de corte na despesa, que em 2013 vai ser afectada pela reposição dos subsídios a funcionários públicos e pensionistas. O Governo mantém as metas estabelecidas, incluindo o corte de 2% ao ano no número de funcionários públicos.

Fonte: http://economia.publico.pt/Noticia/novo-pacote-fiscal-mantem-desigualdade-na-reparticao-de-esforcos-1565780

03/10/12

Ministro das Finanças e as medidas alternativas à TSU

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, apresenta, esta quarta-feira, em conferência de Imprensa, as medidas decididas pelo Governo para compensar o recuo na Taxa Social Única.

Ministro das Finanças revela quarta-feira medidas alternativas à TSU

Segundo informação revelada, esta terça-feira, a conferência de Imprensa de Vitor Gaspar irá realizar-se às 15 horas de quarta-feira.

De acordo com um comunicado do Governo, que não especifica o tema da conferência, esta destina-se a falar "sobre o programa de assistência económica e financeira de Portugal".

Desde a semana passada que se aguarda que o Governo anuncie medidas alternativas para compensar o abandono da proposta de aumento das contribuições da Segurança Social dos trabalhadores.

Estas medidas foram acordadas no final da semana passada em conversações com a 'troika', segundo o porta-voz para os Assuntos Económicos da Comissão Europeia, Simon O'Connor. O porta-voz escusou-se contudo a revelar o teor destas medidas, notando que cabe ao Governo português a sua divulgação formal.

Depois de o Governo recuar na proposta relativa às contribuições para a Segurança Social, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sugeriu que as novas medidas poderão passar por um aumento de impostos.

O Instituto que gere a dívida pública portuguesa anunciou esta terça-feira que irá realizar uma oferta de troca dívida esta quarta-feira, pretendendo trocar a linha que Portugal tinha de refinanciar em setembro do próximo ano para outubro de 2015.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2805136&page=2

02/10/12

Cortes na função pública

Dois terços da redução na despesa corrente primária da administração central corresponde à diminuição das despesas com pessoal, afirmam os técnicos de apoio à comissão parlamentar do Orçamento.

Cortes na função pública explicam dois terços da redução da despesa

Num relatório sobre a execução orçamental nos primeiros oito meses deste ano, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) regista que as despesas com pessoal da administração central e segurança social diminuíram 15,5% relativamente ao mesmo período de 2011 - uma redução de 1342 milhões de euros.

Este impacto dos custos com pessoal na despesa corrente primária (grosso modo, os gastos de funcionamento do Estado sem contar com juros) tem duas explicações: a suspensão do subsídio de férias dos funcionários públicos e,"em menor grau", a redução no número de funcionários.

A redução dos gastos deverá ser maior ainda no final do ano, quando forem incorporados os efeitos da suspensão do subsídio de Natal.

A redução do défice orçamental, "em termos ajustados", continua "bastante aquém da prevista para o conjunto do ano" no orçamento retificativo, afirma ainda a UTAO.

No retificativo, o Governo comprometia-se a apresentar um défice de 4,5% do PIB este ano. Perante receitas fiscais aquém das expectativas, o Executivo negociou com a 'troika' uma nova meta orçamental, de 5%do PIB.

"Relacionamento com a 'troika' é permanente, diário"

O ministro-Adjunto afirmou que "o relacionamento do Governo com a 'troika' é permanente, diário", justificando assim o facto de esta ter sido informada de medidas a incluir no Orçamento para 2013 ainda não apresentadas em Portugal.

"Relacionamento com a 'troika' é permanente, diário"

"Cada coisa a seu tempo. O relacionamento do Governo com a 'troika', e com a Comissão Europeia, é um relacionamento permanente, diário, independentemente da existência do Orçamento do Estado", respondeu Miguel Relvas aos jornalistas, na Assembleia da República, quando questionado sobre por que motivo o Governo não deu a conhecer aos parceiros sociais e aos partidos as medidas alternativas às alterações à Taxa Social Única antes de as apresentar em Bruxelas.

O ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares acrescentou que "dentro do seu tempo" essas medidas serão apresentadas ao país.

Miguel Relvas referiu que "o Orçamento só tem de dar entrada na Assembleia da República dia 15" deste mês. "Até lá, o Governo apresentará as medidas, os portugueses saberão", concluiu.

Interrogado se não deveria ter havido uma conversa prévia com os parceiros sociais, o ministro disse que o Governo tem conversado com eles e que "essa conversa acontecerá".

O ministro-Adjunto reforçou que a relação entre o Governo a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu "é uma relação permanente, sobre muitas das questões técnicas que têm a ver com a governação do dia a dia" e manifestou espanto por o PS se surpreender com isso.

"O que me surpreende é que aqueles que contribuíram para que Portugal tivesse de ser resgatado, para que a 'troika' tivesse vindo para Portugal, depois de terem pedido a ajuda, agora se surpreendam que essa relação existe", afirmou Miguel Relvas, que falava no final de uma reunião com as direções das bancadas e com os coordenadores do PSD e do CDS-PP para as várias comissões parlamentares.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=2804741&page=2

01/10/12

O Rosto do Desemprego - 140

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Nuno

Nome   Nuno Azevedo

Idade   28 anos

Naturalidade/Residência   Guimarães / Ronfe

For­mação   9º ano elec­tricista

Última profis­são   elec­tricista

Há quanto tempo desem­pre­gado   junho de 2012

Agre­gado famil­iar   casado

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “as roti­nas. para quem está habit­u­ado a tra­bal­har, de repente vê-se em casa tanto tempo, começa a criar um certo desespero”

Per­spec­ti­vas de futuro  “está com­pli­cado. ando a entre­gar cur­rícu­los, pedir carim­bos, sem­pre com a esper­ança de encon­trar tra­balho. algu­mas pes­soas dizem que depois con­tac­tam mas acaba sem­pre por pas­sar ao esquec­i­mento. tenho agora a pos­si­bil­i­dade de uma for­mação, vou pon­derar se a faço ou não”

O Rosto do Desemprego - 139

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Nome   Ricardo  Augusto Evan­gelho Vaz

Idade   27 anos

Naturalidade/Residência   Guimarães / S. Cláu­dio de Barco

For­mação   7º ano

Última profis­são   con­strução civil

Há quanto tempo desem­pre­gado   dezem­bro de 2011

Agre­gado famil­iar   tem um filho, vive em união de facto

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “muita, muita coisa. tenho carro mas está parado. é como se não tivésse­mos carro. é mais difí­cil ir às com­pras, ou a algum sitio de urgên­cia, ficou tudo muito mais feio. a minha mul­her tra­balha. para já é o que nos está a segu­rar, para pagar a renda e pôr qual­quer coisa em casa para comer. senão, não sei como é que ia ser nossa situação”

Per­spec­ti­vas de futuro  “para mim, e para pes­soas como eu, não vai trazer muita coisa, a não ser con­tas para pagar. ninguém se fie que há alter­na­ti­vas. elas exis­tem, mas não é para toda a gente. é como uma pes­soa se lançar ao mar e haver um só um barco. há só um certo número de pes­soas que ali cabe, quem está a mais cai fora, o barco não dá para toda a gente. como isto está, os bar­cos que apare­cem são muito poucos e já têm des­tino. se apare­cem para sair daqui, para arran­car para daqui para fora, estão em pés­si­mas condições. a mel­hor solução vai ser mesmo emi­grar, assim que me apareça uma boa oportunidade”

O Rosto do Desemprego - 138

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Nome   Joaquim Car­doso

Idade   32 anos

Naturalidade/Residência   Angola / Sin­tra

For­mação   11º ano

Última profis­são   tra­bal­hou em fábrica de ser­ral­haria

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde fevereiro de 2012

Agre­gado famil­iar   vive soz­inho

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “mudou em sen­tido neg­a­tivo. o país já não tem condições para sus­ten­tar o nível de desem­prego como antes. tive de cor­tar em muitas despe­sas. então chegava ao final do mês e sobrava algum din­heiro extra para cobrir com os meus vícios. agora tenho de dar pri­or­i­dade às despe­sas necessárias e mesmo assim não chega”

Per­spec­ti­vas de futuro  “tenho esper­ança que daqui a mais alguns anos Por­tu­gal possa dar a volta a essa crise de desem­prego. espero que as empre­sas por­tugue­sas que estão fora pos­sam con­tribuir para aju­dar o país, mesmo estando fora. mais algum tempo e as coisas vão começar a recu­perar. a tendên­cia é que em dois a três anos isto vai seguir um rumo pos­i­tivo. de momento procuro tra­balho em qual­quer área, onde apare­cer, não dá para escol­her. enquanto por aqui não mel­ho­rar, não penso estar cá muito mais tempo. penso em regres­sar para o meu país, para Luanda. estou a pen­sar voltar e ver o que posso lá fazer. tam­bém lá as coisas não estão muito bem. mas é sem­pre mel­hor estar em casa. as despe­sas já não são tan­tas como cá. lá não tenho renda para pagar, enquanto aqui é diferente.”

O Rosto do Desemprego - 137

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Nome   Maria Fer­nanda Mar­tins

Idade   52 anos

Naturalidade/Residência   Beira Baixa / Lis­boa

For­mação   fre­quên­cia uni­ver­sitária em lín­guas e lit­er­at­uras mod­er­nas

Última profis­são   planea­mento e con­t­role de pro­dução, apro­vi­sion­a­men­tos e com­pras

Há quanto tempo desem­pre­gado   março de 2012

Agre­gado famil­iar   não tem fil­hos, vive soz­inha

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “há coisas que deixei pura e sim­ples­mente de fazer. agora penso sem­pre duas vezes e opto por pro­gra­mas gra­tu­itos. via­gens para fora deixei de as fazer e penso sem­pre que não posso dar-me a esse luxo (…) de setem­bro de 2011 a fevereiro deste ano estive na condição de sus­pen­são de con­trato por falta de paga­mento dos salários pois já tinha 9 meses sem rece­ber salário, em que no fundo paguei para ir para tra­bal­har. a par­tir de 1 de março foi declar­ada a insolvên­cia da empresa onde tra­bal­hava (…) assumi o risco de tra­bal­har tanto tempo sem rece­ber, de forma con­sciente. nunca mais serei a mesma pes­soa. acred­i­tar é muito mais com­pli­cado. deixei de acred­i­tar, e não volto a arriscar da forma que arrisquei. é uma marca que fica”

Per­spec­ti­vas de futuro  “são muito negras. obvi­a­mente tenho con­sciên­cia que nunca mais vou gan­har aquilo que já gan­hei na vida, pois estas coisas alteraram-se. respondo a anún­cios com o orde­nado mín­imo e nem a esses sou chamada, por uma razão muito sim­ples, porque o primeiro fil­tro é a idade. auto­mati­ca­mente nem por o orde­nado mín­imo me chamam. eles é que ficam a perder perder pois pode­riam, por um custo baixo, uma pes­soa com exper­iên­cia. (…) se reunisse condições ou tivesse opor­tu­nidade, eu saia daqui, ainda que com esta  idade, indisc­u­tivel­mente. o país não ofer­ece opor­tu­nidades (…) não me impor­tava em ir para a Ásia. tem a ver com um sonho antigo. pois acho que o futuro está no Ori­ente. levaria, no entanto, o bil­hete de volta com­prado. caso alguma coisa cor­resse mal, pode­ria voltar, é um con­selho que dou a toda a gente”

O Rosto do Desemprego - 136

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Nome   Robert Valentin

Idade   32 anos

Naturalidade/Residência   Romé­nia / Algueirão

For­mação   elec­tricista

Última profis­são   aju­dante de carpin­taria

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde 1 de julho de 2012

Agre­gado famil­iar   casado, tem um filho de 9 meses

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “esta­mos mal. ten­ta­mos aguen­tar de um mês para o outro. a minha mul­her tam­bém está desem­pre­gada. ficou desem­pre­gada quando ficou grávida. não recebo nada para o filho nem da segu­rança social. saí­das e pas­seios é o mín­imo, não me lem­bro quando foi a ultima vez”

Per­spec­ti­vas de futuro   “acho que vou con­seguir emprego. estou opti­mista. se quis­eres tra­bal­har vais con­seguir emprego, se não quis­eres nada feito. em qual­quer área, mesmo no estrangeiro. penso que a situ­ação do país vai mel­ho­rar. se assim não acon­te­cer volto para a Romé­nia, pois nos out­ros países tam­bém está mal”

Tarifa social no preço da água

A ministra do Ambiente, Assunção Cristas, revelou esta segunda-feira que o Governo pretende criar uma tarifa social no preço da água a nível nacional, que será fixada pela entidade reguladora do setor depois de 2013.

Durante uma cerimónia para assinalar o Dia Nacional da Água, que se comemora esta segunda-feira, a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território salientou a necessidade de introduzir benefícios sociais na água, no seguimento de uma medida da Empresa Pública de Águas Livres (EPAL) para atribuir um desconto a famílias carenciadas de Lisboa.

Governo quer criar tarifa social no preço da água

"É intenção do Governo, na proposta da lei orgânica da entidade reguladora que irá mandar para o Parlamento, prever que se passe a considerar um tarifário social dentro de todas as tarifas que venham a ser fixadas ou recomendadas pela entidade", disse Assunção Cristas aos jornalistas à margem do evento.

A ministra considerou ser importante em altura de crise "acomodar as situações de maior dificuldade", tendo uma "sensibilidade social nas tarifas", uma vez que a água "é um bem imprescindível" e que "as pessoas não podem deixar de ter água de qualidade nas suas casas".


Assunção Cristas admitiu que a introdução desta tarifa social "ainda não será possível para o próximo ano", uma vez que o desenho da medida "precisa de ser avaliado, sinalizado e desenvolvido pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos [ERSAR]", tendo a EPAL como precursora do tarifário.

Bloco de Esquerda e PCP apresentam moções de censura ao Governo

O Bloco de Esquerda anunciou, esta segunda-feira, a apresentação de uma moção de censura ao Governo PSD/CDS por considerar que o executivo "deixou de ter condições de credibilidade para dirigir o país". Também o PCP decidiu avançar com uma moção de censura "autónoma" para dar "eco institucional" no Parlamento aos protestos populares.

Bloco de Esquerda e PCP apresentam moções de censura ao Governo

O anúncio foi feito por Francisco Louçã numa conferência de imprensa na sede do partido.

O coordenador bloquista desafiou depois Passos Coelho "a apresentar-se hoje ou amanhã perante o país e a apresentar a todos aquilo que já negociou perante alguns, a dizer às vítimas o que já disse aos credores, a dizer a toda a gente, porque é assim a democracia, aquilo que propõe que seja o futuro deste sistema fiscal".

A moção de censura ao Governo foi entregue, esta segunda-feira, no Parlamento e deverá ser debatida na próxima quinta-feira, de acordo com o Regimento da Assembleia da República. Atitude idêntica teve o PCP.

A decisão final sobre o debate será tomada em conferência de líderes, que foi antecipada para terça-feira à 12 horas. A reunião, que junta todos os líderes dos grupos parlamentares, estava marcada para quarta-feira, mas o anúncio do PCP e do BE de apresentação de moções de censura ao Governo levou à sua antecipação.

O Rosto do Desemprego - 135

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Nome   Isabel Maria Cabrita Cordeiro

Idade   46 anos

Naturalidade/Residência   Almada / Cova da Piedade

For­mação   8º ano de esco­lar­i­dade

Última profis­são   pro­mo­tora de ven­das

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde dezem­bro de 2010

Agre­gado famil­iar   4 pes­soas, o casal e dois fil­hos depen­dentes

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “estou refor­mada por invalidez. fiquei desem­pre­gada uni­ca­mente dev­ido a um aci­dente de tra­balho. a par­tir daí nunca mais con­segui ren­o­var o con­trato e a empresa pre­scindiu dos meus serviços, suposta­mente por falta de tra­balho (…) no meu lugar colo­caram umas miú­das que não sabiam vender. nunca mais obtive emprego dev­ido aos prob­le­mas de col­una resul­tantes do aci­dente e da doença can­cerosa entre­tanto iden­ti­fi­cada. sou bipo­lar tipo 2 e estou a atrav­es­sar uma fase muito difí­cil, tal como o Por­tu­gal tam­bém está (…) não se admite o que este gov­erno e a segu­rança social estão a fazer a este país. a segu­rança social e os cen­tro de emprego fun­cionam muito mal”

Per­spec­ti­vas de futuro   “mudou tudo para muito mau. não vejo futuro nem para os meus fil­hos nem para os fil­hos de ninguém. pelo aumento da crim­i­nal­i­dade que vai ter de vir, “vamos” ter de assaltar para sobre­viver e “morder” uns aos out­ros para con­seguir dar de comer aos nos­sos fil­hos. a culpa tam­bém é nossa, do povo por­tuguês, porque não somos unidos e não  luta­mos pela nossa causa, fechamos os olhos à causa, não somos unidos (…) o país não me dá solução mas eu quero con­tin­uar a tra­bal­har. tenho uma reforma por invalidez mas o que desejo mesmo é encon­trar um emprego com­patível com a minha situação”

O Rosto do Desemprego - 134

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Nome   Vítor Mendes

Idade   26 anos

Naturalidade/Residência   Guimarães

For­mação   12º ano

Última profis­são   ger­ente de loja

Há quanto tempo desem­pre­gado   abril de 2011

Agre­gado famil­iar   4 pes­soas, vive em casa dos pais

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “tanta coisa. a par­tir do momento em que o con­trato de tra­balho acabou, não foi mais ren­o­vado. os planos eram outros”

Per­spec­ti­vas de futuro   “neste momento estou a pen­sar abrir a minha própria empresa, de design e mar­ket­ing, e criar o meu próprio emprego. do modo que isto está é um pouco com­pli­cado. são proces­sos que se arras­tam, muito buro­cráti­cos. espero vin­gar no mer­cado e ser respon­sável pelo meu futuro, que só dependa de mim”

O Rosto do Desemprego - 133

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Nome   Rui Cal­ado

Idade   20 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa

For­mação   estu­dante uni­ver­sitário de engen­haria infor­mática

Última profis­são   empre­gado de bal­cão no kfc

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde maio de 2011

Agre­gado famil­iar   vive soz­inho

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “tenho muito mais atenção aos meus cus­tos em ter­mos de fac­ul­dade e ali­men­tação. sou bol­seiro e cada vez começam a aper­tar muito mais os critérios. começa a ser com­pli­cado, mesmo para quem está soz­inho, ter rendi­men­tos. ando a ten­tar jun­tar há dois anos os poucos para con­seguir estu­dar nos próx­i­mos anos”

Per­spec­ti­vas de futuro   “vou tra­bal­har e estu­dar ao mesmo tempo e ten­tar adop­tar o estatuto de trabalhador-estudante. pre­tendo com­ple­tar os estu­dos e evoluir profis­sion­al­mente. estou numa área que tem boas saí­das e even­tual­mente, mal acabe o curso, penso ir para fora do país. como não tenho nada que me agarre cá, acaba por ser uma boa solução”

O Rosto do Desemprego - 132

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Nome   José Car­los Abreu Cerqueira

Idade   35 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa /Sintra

For­mação   9º ano

Última profis­são   vig­i­lante

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde novem­bro de 2011

Agre­gado famil­iar   solteiro, tem filha de 9 anos

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “as despe­sas, que são mais con­tro­ladas, e as difi­cul­dades económi­cas, mas essas são para todos. a procura de emprego, tem sido muito com­pli­cada. é difí­cil encon­trar alguma coisa”

Per­spec­ti­vas de futuro   “só vai pio­rar mais. espero encon­trar emprego, mas como isto está e se con­tin­uar assim, se cal­har, vou para fora. talvez Inglaterra, tenho lá pes­soas que con­heço. tenho de me sujeitar ao que apareça. por cá tenho procu­rado algu­mas áreas, armazém, motorista, dis­tribuidor mas é difí­cil pois só tenho exper­iên­cia na minha área”

O Rosto do Desemprego - 131

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Nome   Cláu­dio António

Idade   38 anos

Naturalidade/Residência   Almargem do Bispo / Camarões (Sin­tra)

For­mação   Jar­di­nagem

Última profis­são   Jar­dineiro

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde setem­bro de 2011

Agre­gado famil­iar   casado, tem um filho

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “a minha mul­her está tam­bém desem­pre­gada há cerca de um ano. tudo muda. tem de se fazer cortes por todo o lado. a ali­men­tação está muito cara. a minha sorte é que não tenho renda de casa para pagar, senão estava des­graçado. nem din­heiro para comer tinha. pas­sei a fumar menos”

Per­spec­ti­vas de futuro   “só se vê pio­rar tudo isto, não há mel­ho­rias para as pes­soas. vimos para o sub­sí­dio de emprego ficamos lá um ano, depois acaba-se isso e vivo do quê? como é que vou sobre­viver? aceito qual­quer coisa para fazer, desde con­strução, jar­di­nagem, limpezas, qual­quer coisa que me dê orde­nado ao fim do mês, eu aceito”