O ministro das Finanças garantiu que o pacote de medidas de austeridade anunciado pelo Governo bastam para Portugal atingir “os efeitos esperados” e considerou que o esforço dos portugueses está repartido por todos.
À porta dos estúdios da SIC, em Carnaxide, o ministro foi recebido por protestos. Nessa altura, quando foi questionado por uma jornalista sobre as dezenas de pessoas que o aguardavam, comentou que não se tratava “de todo” de uma manifestação espontânea, mas de uma “manifestação orquestrada”, sem indicar a quem se referia.
Ao longo da entrevista, defendeu a descida das contribuições das empresas para a Segurança Social como uma medida destinada a “acelerar o processo de ajustamento”, conter o desemprego, reduzir as importações e aumentar as exportações.
Quando foi questionado sobre como é que o Governo pode obrigar as empresas a baixarem os preços, para estimular o mercado interno, defendeu que a baixa da Taxa Social Única dá as empresas “capacidade para diminuir os preços”. Quando foi perguntado se é ingenuidade pensar que as empresas vão baixar os preços porque está a fazer esse apelo, Vítor Gaspar disse: “Não devemos subestimar o efeito da opinião”.
Vítor Gaspar não respondeu directamente, quando lhe foi perguntado, se vai recuar na descida da TSU, tendo a troika revisto em baixa as previsões económicas para 2013 (uma queda do PIB de 1% no conjunto do ano) e um desemprego na ordem os 16%. O ministro citou ainda uma expressão repetida pela troika para avaliar o programa de ajustamento, observando que a economia portuguesa está a enfrentar “ventos contrários” ligados à crise global.
Quando questionado sobre se as medidas de austeridade não vão transformar Portugal numa Grécia, considerou que as comparações “são pouco úteis” e elogiou as características dos portugueses: “Dialogamos, combatemos, construímos (…) e fazemos isso à portuguesa”.
Gaspar referiu-se ainda ao Presidente da República, considerando que Cavaco Silva “exerce uma magistratura de influência” e sobre quem diz acreditar que actuará “com a máxima sabedoria”.
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