25/09/12

O Rosto do Desemprego - 130

http://blogues.publico.pt/odesempregotemrosto/




Nome   Carla Car­valho

Idade   39 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Charneca da Caparica

For­mação   Fac­ul­dade de Mot­ri­ci­dade Humana

Última profis­são   Recep­cionista

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde 1 de agosto de 2012

Agre­gado famil­iar   casada, tem dois fil­hos, gémeos

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “não é a primeira vez que estou desem­pre­gada, já o estive mais vezes, esta não é uma exper­iên­cia única para mim. as empre­sas vão fechando ou porque a carga fis­cal é muito grande ou, out­ras vezes, porque os gestores dessas empre­sas não exercem da mel­hor forma e acabam por tirar par­tido próprio dos lucros das empre­sas e que as leva à falên­cia. isso é um grande prob­lema no nosso país, algo que acon­tece muito e é tam­bém por aí que fecham muitas delas”

Per­spec­ti­vas de futuro   “vou começar a procu­rar emprego. tra­bal­hei em pub­li­ci­dade, na pro­dução. tra­bal­hei depois como recep­cionista porque foi a única coisa que encon­trei e antes fazer isso do que nada. vou ten­tar a todo o custo arran­jar alguma coisa para fazer, vou cor­rer as empre­sas, as coisas não estão fáceis, as empre­sas não estão a con­tratar, muito pelo con­trário, mesmo as grandes empre­sas estão a des­pedir (…) há situ­ações bem piores que a minha, seria bom que todas as situ­ações fos­sem como a minha, pois neste momento o emprego do meu marido é estável, mas como sabe­mos, hoje esta­mos estáveis mas amanhã esta­mos sem emprego (…) isso aflige as pes­soas e tira o sono. esta­mos num país que pre­cisa de ter natal­i­dade, temos fil­hos e o estado tira as com­par­tic­i­pações para as cri­anças, para o ensino e a per­spec­tiva de futuro é negra. quando os políti­cos nos acon­sel­ham e emi­grar é triste. o que esta­mos cá a fazer? porque esta­mos a ter fil­hos? quando as per­spec­ti­vas são tão lim­i­tadas na sociedade e no ensino (…) sou uma pes­soa opti­mista e por­tanto há dias em que vejo o copo meio cheio mas out­ros dias em que o vejo meio vazio. tento ser pos­i­tiva e andar para a frente (…) muito fran­ca­mente a visão do futura assusta-me pois tenho dois fil­hos pequenos. espero con­seguir ter o sufi­ciente não só para mim e para o meu marido, mas tam­bém para lhes ofer­e­cer uma vida como mín­imo de per­spec­ti­vas de futuro ( …) ir a um cen­tro de emprego é depri­mente estar lá den­tro pois há sem­pre alguém numa situ­ação pior, mais triste, e as vezes até nos sen­ti­mos mal por achar­mos que esta­mos mal, mas é o estado da nação nos dias que correm”

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