Portugueses vão sentir o salário encolher ao contribuir mais para a Segurança Social. Custos com combustíveis, luz e alimentação vão aumentar no próximo ano.
A partir de janeiro, a contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social e Caixa Geral de Aposentações (Estado) sobe 7 pontos percentuais, de 11 para 18%, o que representa um aumento superior a 60%. Já no caso das empresas, essa contribuição desce 5,75%, configurando desta forma a muito anunciada e sempre polémica descida da Taxa Social Única.
IRS
Quando no próximo ano começarem a ser entregues as declarações de IRS referentes aos rendimentos obtidos em 2012, a generalidade dos portugueses vai confrontar-se pela primeira vez com um valor global para o conjunto das deduções fiscais que oscila entre os 1250 e os 1100 euros. E os rendimentos acima de 66 045 euros perdem totalmente o direito a beneficiar destas deduções. Apenas os dois primeiros escalões de rendimento coletável (ou seja, quem tem até 7410 euros por ano) ficaram isentos do limite para as deduções, para o qual contribuem os 10% das despesas com saúde, os 30% dos encargos com a educação, parte do valor pago em juros do empréstimo da casa, as entregas para PPR e prémios de seguros de saúde. Para quem esteja no 4.Oº escalão de rendimento (tal como os conhecemos atualmente), que será quem possua um rendimento coletável entre 18 375 e os 42 259 euros, o valor das deduções que abatem ao IRS não poderá exceder os 1200 euros. Até ao final desta legislatura - presumivelmente já em 2013 -, os atuais oito escalões de rendimento do IRS vão ser reduzidos de forma "significativa", sendo que a generalidade dos fiscalistas vê aqui mais uma forma de aumentar a carga fiscal.
IMI
As notas de liquidação do IMI que em abril de 2013 vão chegar a casa dos portugueses irão ser calculadas com base em novos intervalos de taxas de imposto. Até aqui, este intervalo oscilava (para as casas que mudaram de mãos desde o final de 2003) entre 0,2% e 0,4%, mas subiram para para 0,3% e 0,5%. O impacto desta subida de taxa apenas não se fará sentir se as Câmaras optarem por não se encostarem à taxa máxima do intervalo. A esta subida de taxas, junta-se um outro efeito que começará também a ser sentido em 2013 e que resulta do processo de reavaliação geral dos imóveis, através do qual o valor patrimonial das casas está a ser recalculado pelas regras do IMI e que nalguns casos está a traduzir-se em subidas de 500 e 600%.
Energia
2013 deverá ser um ano em que a escalada do preço dos combustíveis deverá continuar a fazer-se sentir. Hoje, a gasolina subiu 3 cêntimos e o gasóleo 0,5 cêntimos, mas com a volatilidade dos preços do petróleo e a brutal carga fiscal associada aos produtos daí derivados não auguram nada de bom para os próximos meses ou até anos.
Alimentação
2013 será também um ano negro no setor alimentar. Com as colheitas a confirmarem as piores previsões, e o aumento dos combustíveis a não ajudar, no próximo ano deverá assistir-se a uma subida generalizada dos produtos alimentares. O que também poderá contribuir para esta escalada dos preços é o eventual ajustamento das taxas de IVA.
Luz
O próximo ano marca o fim do mercado regulado da eletricidade em Portugal. A consequência? O aumento das tarifas cobradas aos consumidores, tendo já sido falado um possível aumento na ordem dos 10%. No entanto, estes valores nunca foram confirmados pela Entidade Reguladora do Setor Energético. Mas pode contar com uma fatura de eletricidade mais pesada.
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