Nome Bruno Dias
Idade 37 anos
Naturalidade/Residência Lisboa / Almada
Formação curso de direito incompleto
Última profissão delegado de informação médica
Há quanto tempo desempregado desde 1 de agosto de 2012
Agregado familiar casado, tem uma filha
O que mudou na sua vida desde que ficou desempregado “é uma nova realidade, é tudo novo, é assustador. adequei-me a um certo tipo de vida na área onde trabalhei, com muitas regalias, muito acima da média do cidadão comum português. vai ser difícil adaptar a minha vida a partir de agora a esta nova realidade, até porque a minha mulher, que também trabalhava nesta mesma área e também, desde fevereiro, está desempregada . tiramos a nossa filha do colégio, fizemos a nossa troika em casa, com muitas restrições, naturalmente (…) a partir de agora tenho de fazer tudo para que rapidamente possa encontrar emprego. não necessariamente dentro da mesma área, não necessariamente trabalhando para uma entidade patronal, possivelmente pela via do empreendedorismo, eu próprio criar o meu próprio posto de trabalho. o panorama para quem procura trabalho não é animador, vou procurar todas as possibilidades, e eventualmente eu próprio criar o meu posto de trabalho”
Perspectivas de futuro “o direito do trabalho está a mudar, não de mês para mês, mas quase de dia para dia. toda a legislação laboral, todos os direitos históricos e universais que nós tínhamos não passam disso mesmo, são história, fazem parte do passado (…) o nosso país, querendo-se adaptar, pela força, a uma Europa que está decadente, e que é apenas um aglomerado de interesses ‘egoísticos’, em que toda a dinâmica do europeísmo e federalismo está morta e enterrada, por querer uma carta bonita no retrato europeu, esquece que se está a entrar numa espiral de miséria, em que as pessoas passam fome, estão de pés e mãos atados, não conseguindo encontrar uma alternativa para o futuro (…) vejo a situação com muitas restrições e dificuldades. as minhas perspectivas serão de viver um dia de cada vez, esperar que as coisas melhorem e encontrar alguma estrelinha de sorte. as pessoas precisam de lutar pelos seus direitos, de uma forma civilizada, pacífica e activa. somos pessoas, seres humanos, temos direito à dignidade, e esta em si encerra muita coisas, uma das quais, muito importante, que é o direito ao trabalho. as pessoas não podem desistir e baixar os braços (…) passámos de uma situação de consumo desmesurado para o seu oposto. estávamos a morrer da doença e agora estamos a morrer da cura. as políticas são feitas por tecnocratas, pessoas muito insensíveis, que não sabem o que é estar num centro de emprego. gostava que um ministro passasse uma manhã num centro de emprego, para vêr e o que é, e sentir, o desânimo das pessoas, que sentem um misto de vergonha e de culpa pela situação em que se encontram. pessoas que deram tudo pela manutenção do seu posto de trabalho. é certo que devemos ser sensíveis à mudança e sabermos que um emprego não é para toda a vida, mas no meio disso tudo, as pessoas têm de ter condições e meios para conseguir refazer as suas vidas, senão o pais nunca mais vai ser o mesmo”
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