30/09/12

Arménio Carlos admite greve geral até final do ano


O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, admitiu este sábado que uma greve geral pode acontecer até final do ano, referindo que a hipótese de paralisação será discutida no conselho extraordinário nacional de 03 de outubro.

Durante o seu discurso na manifestação desta tarde, em Lisboa, o líder da Intersindical indicou "em primeira mão" a realização de uma reunião da CGTP, para discutir formas de "endurecer a luta", como a convocação de uma greve geral.

Arménio Carlos admite greve geral até final do ano

Questionado pelos jornalistas se a greve poderá decorrer até ao final do ano, Arménio Carlos respondeu que "é quase certo".

O sindicalista escusou-se a revelar se irá convidar formalmente a UGT a integrar a paralisação e preferiu sublinhar a aposta na "unidade de ação de todas as organizações".

"Privilegiamos a unidade na ação de todas as organizações sindicais", afirmou.

O líder sindical indicou que "não são nos gabinetes" que se decidem as greves e sim "nos locais de trabalho", acrescentando esperar que as associações que contestam a atual política do país se junte na "jornada de luta".

O secretário-geral da CGTP tinha garantido que a manifestação de hoje foi a "maior jornada de luta dos últimos anos", organizada pela Intersindical Nacional.

Presente na manifestação que juntou milhares de pessoas no Terreiro do Paço, que a CGTP apelidou de "Terreiro do Povo", esteve o antigo líder da Intersindical, Carvalho da Silva.

Aos jornalistas, Carvalho da Silva argumentou ser necessário "dizer não, vencer os medos e partir para a construção de alternativas".

"Fico muito contente em a CGTP afirmar o que afirmou em relação ao compromisso de luta próxima. É preciso toda a convergência e a força dos trabalhadores é muito grande quando se unem", rematou.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2800058&page=-1

O descontentamento dos empresários face a TSU

O empresário Luís Onofre afirmou, este sábado, que ficou "pasmado" com as declarações do consultor do Governo António Borges, considerando que foi "extremamente deselegante" ao considerar "ignorantes" os empresários que criticaram a redução da TSU.

Empresário Luís Onofre "pasmado" com declarações "extremamente deselegantes" de António Borges

"Fiquei pasmado como é que uma pessoa com um cargo destes pode fazer um comentário tão deselegante", disse hoje à Lusa o designer de calçado, no dia em que o consultor do Governo para as privatizações defendeu que a Taxa Social Única (TSU) é uma medida "inteligente" e acusou os empresários que a criticaram de serem "ignorantes".

Luís Onofre defendeu que António Borges "deveria ter pensado melhor naquilo que disse", que "ofende quase uma classe toda de empresários que se uniram para a medida não ir para a frente".

O empresário do setor do calçado, que admitiu partilhar com os trabalhadores o valor que viesse a poupar com a redução da TSU, considerou "extremamente deselegante [António Borges] ter feito um comentário destes sobre empresas que fazem andar este país, ao contrário daquilo que está a ser feito no Governo com conselhos que este senhor tenha dado".

"Como ignorante que sou, talvez o melhor seja mesmo ignorar", acrescentou.

António Borges interveio hoje no I Fórum Empresarial do Algarve, que decorre este fim de semana em Vilamoura e reúne mais de 300 empresários, economistas e políticos de Portugal, Brasil, Angola, Índia, Emirados Árabes Unidos e Moçambique.


29/09/12

30 mil pessoas em 600 autocarros hoje a caminho de Lisboa


Uma moldura humana sem precedentes, indignada, que alia todos os descontentamentos, sem cor política. São estas as expetativas da CGTP para a manifestação desta tarde, no Terreiro do Paço, em Lisboa.


Independentemente do tabu criado pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em torno das novas medidas de austeridade que estão na forja, como é o caso da alteração dos escalões de IRS, uma "imensa multidão"deverá rumar hoje a Lisboa para participar na manifestação da CGTP contra "o roubo dos salários, pensões e reformas".

Garantida está já, segundo dados da Intersindical, uma adesão superior à registada na concentração de 11 de fevereiro, também convocada para o Terreiro do Paço. Dessa vez, foram fretados 500 autocarros e terão comparecido cerca de 300 mil manifestantes. Agora, serão perto de 600 autocarros, o que garante, no imediato, mais de 30 mil pessoas de fora de Lisboa.

Movimentos e forças de segurança participam na manifestação de sábado

Alguns movimentos, como os responsáveis pelo protesto de 15 de setembro, e estruturas sindicais das forças e serviços de segurança participam no sábado, em Lisboa, na manifestação convocada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses.

Movimentos e forças de segurança participam na manifestação de sábado

Apesar da manifestação ter sido convocada por uma central sindical, alguns movimentos sociais vão aliar-se ao protesto, que vai decorrer no Terreiro do Paço, em Lisboa, para demonstrar o desagrado contra as medidas de austeridade do Governo.

Os subscritores do apelo "Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!", que reuniram a 15 de setembro centenas de milhares de pessoas em diversas cidades do país, apelam à participação e pedem aos portugueses para que esqueçam divergências e se unam a outras forças organizadas e aos movimentos "numa frente de resistência comum".

Também a Plataforma 15 de Outubro apela à participação na manifestação convocada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) para o Terreiro do Paço, defendendo ser "fundamental reforçar e radicalizar" os protestos "até à queda do Governo".

Os polícias também vão marcar presença no protesto através da Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, que integra elementos da PSP, GNR, Polícia Marítima, Guardas Prisionais, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.


Redes sociais promovem democracia e facilitam comunicação

Acrescento de democracia e facilitador de comunicação é como vários investigadores chamam às redes sociais na internet quando refletem sobre o papel que tiveram nas últimas manifestações de rua realizadas em Portugal.

Redes sociais promovem democracia e facilitam comunicação

O sucesso de uma manifestação "não depende só da forma, mas também do objeto" a que se propõe a sua mobilização, diz o filósofo e professor universitário Viriato Soromenho Marques.

Para o psicanalista Carlos Amaral Dias, redes sociais como o Twitter ou o Facebook "ampliam o conceito de cidadania", pelo que "a democracia aumenta" com a maior liberdade de expressão que proporciona.

"Todos temos uma voz, nem que seja ilusória", acrescenta, por seu lado, o psicólogo e também docente universitário Miguel Pereira Lopes, para sustentar a ideia de que as redes sociais vieram "democratizar a comunicação".

Mas facilitar a comunicação não significa um impacto direto na dimensão dos protestos, havendo exemplos contraditórios.

No caso das manifestações do passado dia 15 realizadas em diversas cidades do país e que terão colocado nas ruas mais de meio milhão de pessoas, embora convocada pelo Facebook, a indicação que veio da rede social não dava a entender que o protesto assumisse tão grande dimensão, só se assemelhando ao primeiro Dia do Trabalhador comemorado em liberdade, em 1974, após a revolução de 25 de Abril.


PSD convencido que défice será de 5% no final do ano

O PSD manifestou-se, esta sexta-feira, convencido de que a meta de 5% do défice ainda pode ser cumprida, apesar de o Instituto Nacional de Estatística revelar que atingiu no primeiro semestre 6,8%, escusando-se a falar em mais austeridade.

PSD convencido que défice será de 5% no final do ano

"É evidente que é um valor que nos preocupa e que deve concentrar o Governo naquilo que é o objetivo orçamental de 5 pontos percentuais até ao final do ano. Estamos convencidos que essa meta será possível de alcançar, face às medidas que, entretanto, por antecipação, já foram tomadas", disse Paulo Batista Santos aos jornalistas no Parlamento.

O défice orçamental nos primeiros seis meses do ano atingiu os 6,8% do Produto Interno Bruto, em contabilidade nacional (a que conta para Bruxelas), correspondente a -5.597 milhões de euros, indicou, esta sexta-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE).

"Não estamos com uma derrapagem, estamos com uma melhoria em termos homólogos. O défice face a 2011, no primeiro semestre, melhorou 1,2 por cento, o que é um avanço significativo", afirmou Paulo Batista Santos.


25/09/12

Mais de dois milhões baixam salário já em janeiro

O aumento de IRS anunciado, ontem, pelo primeiro-ministro terá um impacto no rendimento de mais de dois milhões de portugueses. E já a partir de janeiro. Os números relativos ao IRS mostram que são entregues perto de 4,7 milhões de declarações por ano - dessas, só menos de metade acaba por obrigar o contribuinte a pagar imposto.

Mais de dois milhões baixam salário já em janeiro

Contactados pelo JN, dois ex-ministros das Finanças esperam, contudo, que a alteração nos escalões e as mexidas nas tabelas de retenção da fonte façam subir o número de portugueses sujeitos a pagar IRS.

É "bastante provável", explicaram os dois ex-ministros, que o Governo aproveite a diminuição do número de escalões e o aumento das taxas cobradas sobre os rendimentos para mexer também nas tabelas de retenção na fonte (a parte do salário que o patrão retém, no final de cada mês, para entregar ao Estado, sendo o acerto feito no final do ano).

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2789046

O Rosto do Desemprego - 130

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Nome   Carla Car­valho

Idade   39 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Charneca da Caparica

For­mação   Fac­ul­dade de Mot­ri­ci­dade Humana

Última profis­são   Recep­cionista

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde 1 de agosto de 2012

Agre­gado famil­iar   casada, tem dois fil­hos, gémeos

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “não é a primeira vez que estou desem­pre­gada, já o estive mais vezes, esta não é uma exper­iên­cia única para mim. as empre­sas vão fechando ou porque a carga fis­cal é muito grande ou, out­ras vezes, porque os gestores dessas empre­sas não exercem da mel­hor forma e acabam por tirar par­tido próprio dos lucros das empre­sas e que as leva à falên­cia. isso é um grande prob­lema no nosso país, algo que acon­tece muito e é tam­bém por aí que fecham muitas delas”

Per­spec­ti­vas de futuro   “vou começar a procu­rar emprego. tra­bal­hei em pub­li­ci­dade, na pro­dução. tra­bal­hei depois como recep­cionista porque foi a única coisa que encon­trei e antes fazer isso do que nada. vou ten­tar a todo o custo arran­jar alguma coisa para fazer, vou cor­rer as empre­sas, as coisas não estão fáceis, as empre­sas não estão a con­tratar, muito pelo con­trário, mesmo as grandes empre­sas estão a des­pedir (…) há situ­ações bem piores que a minha, seria bom que todas as situ­ações fos­sem como a minha, pois neste momento o emprego do meu marido é estável, mas como sabe­mos, hoje esta­mos estáveis mas amanhã esta­mos sem emprego (…) isso aflige as pes­soas e tira o sono. esta­mos num país que pre­cisa de ter natal­i­dade, temos fil­hos e o estado tira as com­par­tic­i­pações para as cri­anças, para o ensino e a per­spec­tiva de futuro é negra. quando os políti­cos nos acon­sel­ham e emi­grar é triste. o que esta­mos cá a fazer? porque esta­mos a ter fil­hos? quando as per­spec­ti­vas são tão lim­i­tadas na sociedade e no ensino (…) sou uma pes­soa opti­mista e por­tanto há dias em que vejo o copo meio cheio mas out­ros dias em que o vejo meio vazio. tento ser pos­i­tiva e andar para a frente (…) muito fran­ca­mente a visão do futura assusta-me pois tenho dois fil­hos pequenos. espero con­seguir ter o sufi­ciente não só para mim e para o meu marido, mas tam­bém para lhes ofer­e­cer uma vida como mín­imo de per­spec­ti­vas de futuro ( …) ir a um cen­tro de emprego é depri­mente estar lá den­tro pois há sem­pre alguém numa situ­ação pior, mais triste, e as vezes até nos sen­ti­mos mal por achar­mos que esta­mos mal, mas é o estado da nação nos dias que correm”

O Rosto do Desemprego - 129

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Nome   Nuno Miguel da Silva

Idade   22 anos

Naturalidade/Residência   Guimarães / Cal­das das Taipas

For­mação   9º ano de esco­lar­i­dade

Última profis­são   tra­bal­hou em fábrica de paletes

Há quanto tempo desem­pre­gado   novem­bro de 2011

Agre­gado famil­iar   vive em casa dos pais, 4 pes­soas

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “muita coisa mudou. uma pes­soa fica sem tra­balho fica sem tudo, prati­ca­mente. pas­sei a ter menos e gas­tar menos”

Per­spec­ti­vas de futuro   “espero que mel­hore e arranje emprego em qual­quer coisa. parece que cada vez vai ficar pior. se vir opor­tu­nidade é uma hipótese sair do pais. talvez para a Suíça, tenho lá amigos”

O Rosto do Desemprego - 128

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Nome   Juliano da Luz Oliveira

Idade   27 anos

Naturalidade/Residência   Cabo Verde / Rio De Mouro

For­mação   12º ano curso de con­tabil­i­dade e administração

Última profis­são   Pin­tor

Há quanto tempo desem­pre­gado   Janeiro de 2012

Agre­gado famil­iar   tem um filha, vive em casa de tia, com mais dois primos

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “antes havia muitas vagas para emprego, agora piorou, vivo na casa da minha tia e recebo o seu apoio, senão não con­seguia sobre­viver. espero que isto mel­hore, senão isto vai de mal a pior. antes com pouco din­heiro podíamos ter muitas coisas, agora o din­heiro não dá para nada”

Per­spec­ti­vas de futuro   “espero encon­trar emprego em qual­quer área, desde que apareça vaga para tra­bal­har eu estou disponível. se isto não mudar estou a pen­sar ir para Cabo Verde, fazer lá uma tem­po­rada, para qual­quer área, se não con­seguir volto outra vez”

O Rosto do Desemprego - 127

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Nome   Vânia Sousa

Idade   23 anos

Naturalidade/Residência   Ale­manha  / Polvor­eira Guimarães

For­mação   12º ano / curso de téc­ni­cas de qual­i­dade

Última profis­são   à procura do 1º emprego

Há quanto tempo desem­pre­gado   Junho de 2012, data em que acabou o curso

Agre­gado famil­iar   vive com irmã e cun­hado

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “mudou pouca coisa, estou agora à procura do primeiro emprego, mas estou ainda há pouco tempo”

Per­spec­ti­vas de futuro   “são neg­a­ti­vas. penso que vai pio­rar a situ­ação do emprego. há pouca oferta de tra­balho e cada vez mais desem­pre­ga­dos a procu­rar. vou agora esgo­tar todas as pos­si­bil­i­dades em Por­tu­gal, se não hou­ver opor­tu­nidades é uma pos­si­bil­i­dade ir para a Ale­manha, tenho lá famil­iares e falo bem a língua”

O Rosto do Desemprego - 126

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Nome   Miguel Pereira

Idade   58 anos

Naturalidade/Residência  Guimarães

For­mação   escrit­urário

Última profis­são   escrit­urário

Há quanto tempo desem­pre­gado   fevereiro 2012

Agre­gado famil­iar   casado

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “já estava farto. já era tempo a mais. tive de optar. cheguei a acordo com a firma e resolveu-se tudo”

Per­spec­ti­vas de futuro   “o que há a fazer é aproveitar a vida enquanto ainda tenho saúde. não espero encon­trar emprego. daqui vou direc­ta­mente para a reforma, já reuni condições para isso. da maneira como isto está a situ­ação do emprego vai para muito pior, vamos ver se ainda vai haver din­heiro para pagar as reformas”

Ministro explica quem são os portugueses "cigarras" e "formigas"


O ministro da Administração Interna afirmou, esta segunda-feira, que quando disse que havia muitas cigarras e poucas formigas em Portugal referia-se, "em especial", aos trabalhadores por conta de outrem e aos pequenos e médios empresários, comerciantes e agricultores.

"Aquilo que quis significar com aquela declaração foi uma homenagem ao trabalho de todos aqueles que criam riqueza no país", disse Miguel Macedo, em Lisboa, à saída da cerimónia onde foi assinado um protocolo para apoio a refugiados e requerentes de asilo em Portugal.

Ministro explica quem são os portugueses "cigarras" e "formigas"

No domingo, Miguel Macedo, disse, na inauguração de um quartel de bombeiros em Campia, Vouzela, que Portugal não pode "ser um país de muitas cigarras e poucas formigas", ao mesmo tempo que enaltecia o "esforço do povo" para ultrapassar a crise.

Hoje, quando interrogado pelos jornalistas sobre o queria dizer com a declaração feita no distrito de Viseu, Miguel Macedo disse que se referia "aos trabalhadores por conta de outrem e aos pequenos e médios empresários, comerciantes e agricultores, que, pelo trabalho de formiga que todos os dias fazem, criam riqueza, mantém empregos e criam postos de trabalho em Portugal".

"Quis ao mesmo tempo sublinhar que em fase das dificuldades em que estamos - mas também porque é uma evidente necessidade do país -- nós temos, em homenagem ao trabalho desses muitos portugueses, que fazer reformas que ajudem o país a criar bases sustentáveis de crescimento e enriquecimento futuro", acrescentou o ministro antes se retirar sem responder a quaisquer outras questões dos jornalistas.

Governo não desiste de medidas


O primeiro-ministro anunciou, esta segunda-feira, que o Governo procurará um consenso alargado em torno de medidas para promover a competitividade das empresas e o emprego, mas, se isso não for possível, não desistirá delas.

"O Governo comprometeu-se em explorar, nos próximos dias, com os parceiros sociais, medidas que possam de alguma forma apresentar-se como favoráveis ao combate ao desemprego e à melhoria da competitividade das empresas", declarou Pedro Passos Coelho aos jornalistas, à saída de uma reunião da Comissão Permanente de Concertação Social, em Lisboa.

Governo não desiste de medidas para a competitividade e emprego, diz Passos Coelho

Segundo o primeiro-ministro, "não foi claro que existisse entre os parceiros sociais um consenso quanto à melhor solução a adotar nesta matéria", havendo "quem pense que uma descida seletiva da Taxa Social Única (TSU) possa ser uma resposta" e "quem entenda que a descida da TSU não é em qualquer circunstância, financiada por que via for, a melhor solução".

O primeiro-ministro acrescentou que o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, vai procurar, nos próximos dias, "encontrar com os parceiros sociais um consenso o mais alargado possível para que o Governo possa construir uma solução do lado do emprego e da competitividade" a incluir no Orçamento do Estado para 2013.


18/09/12

Seguro e o regresso ao governo


O secretário-geral do PS afirmou, esta segunda-feira, que os socialistas só regressam ao Governo por escolha dos portugueses e advertiu que se houver rutura no atual executivo será da total responsabilidade do PSD e do CDS.

Seguro diz que PS só regressa ao Governo por escolha dos portugueses

A posição de António José Seguro foi assumida em entrevista à RTP, depois de interrogado sobre a possibilidade de haver a prazo um Governo de salvação nacional, incluindo o PS.

"O PS só voltará ao Governo por vontade dos portugueses", declarou, dizendo que nas últimas eleições, no ano passado, os cidadãos quiseram que os socialistas fossem oposição.

"Não há qualquer possibilidade [de o PS ir para o Governo] sem que os portugueses queiram", reforçou.

Perante o cenário de haver rutura na coligação governamental em Portugal, o secretário-geral do PS disse que, a acontecer, "é da exclusiva responsabilidade do PSD e do CDS".

O Rosto do Desemprego - 125

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Nome   Graça Mar­garida

Idade   57 anos

Naturalidade/Residência   Madeira / São Car­los — Mem Mar­tins

For­mação   coz­in­heira

Última profis­são   coz­in­heira

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde agosto de 2010

Agre­gado famil­iar   vive com uma filha

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “não mudou nada, a minha vida está pior (…) é raro o dia em que não vá a Lis­boa, a várias entre­vis­tas, gasto 8 euros, não sei se é da minha idade, mas já não me chamam para tra­bal­har, tenho ido a todo o lado à procura de tra­balho (…) isto para mim é uma doença estar no desem­prego, prefe­ria ter o tempo ocu­pado para dis­trair, pois sou uma pes­soa que sem­pre trabalhou”

Per­spec­ti­vas de futuro   “não espero encon­trar nada. só quero agora paz e um pouco de cor­agem. da minha situ­ação já não tenho pé. estou pen­sando ir para a minha terra, fazer lá um ‘bar­raquito’ em ter­renos que herdei dos meus pais, porque a pagar água, casa e luz já não con­sigo viver cá, vamos lá ver se consigo…”

O Rosto do Desemprego - 124

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Nome   Bruno Dias

Idade   37 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Almada

For­mação   curso de dire­ito incom­pleto

Última profis­são   del­e­gado de infor­mação médica

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde 1 de agosto de 2012

Agre­gado famil­iar   casado, tem uma filha

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “é uma nova real­i­dade, é tudo novo, é assus­ta­dor. adequei-me a um certo tipo de vida na área onde tra­bal­hei, com muitas regalias, muito acima da média do cidadão comum por­tuguês. vai ser difí­cil adap­tar a minha vida a par­tir de agora a esta nova real­i­dade, até porque a minha mul­her, que tam­bém tra­bal­hava nesta mesma área e tam­bém, desde fevereiro, está desem­pre­gada . tiramos a nossa filha do colé­gio, fize­mos a nossa troika em casa, com muitas restrições, nat­u­ral­mente (…) a par­tir de agora tenho de fazer tudo para que rap­i­da­mente possa encon­trar emprego. não nec­es­sari­a­mente den­tro da mesma área, não nec­es­sari­a­mente tra­bal­hando para uma enti­dade patronal, pos­sivel­mente pela via do empreende­dorismo, eu próprio criar o meu próprio posto de tra­balho. o panorama para quem procura tra­balho não é ani­mador, vou procu­rar todas as pos­si­bil­i­dades, e even­tual­mente eu próprio criar o meu posto de trabalho”

Per­spec­ti­vas de futuro   “o dire­ito do tra­balho está a mudar, não de mês para mês, mas quase de dia para dia. toda a leg­is­lação lab­o­ral, todos os dire­itos históri­cos e uni­ver­sais que nós tín­hamos não pas­sam disso mesmo, são história, fazem parte do pas­sado (…) o nosso país, querendo-se adap­tar, pela força, a uma Europa que está deca­dente, e que é ape­nas um aglom­er­ado de inter­esses ‘egoís­ti­cos’, em que toda a dinâmica do europeísmo e fed­er­al­ismo está morta e enter­rada, por querer uma carta bonita no retrato europeu, esquece que se está a entrar numa espi­ral de mis­éria, em que as pes­soas pas­sam fome, estão de pés e mãos ata­dos, não con­seguindo encon­trar uma alter­na­tiva para o futuro (…) vejo a situ­ação com muitas restrições e difi­cul­dades. as min­has per­spec­ti­vas serão de viver um dia de cada vez, esperar que as coisas mel­horem e encon­trar alguma estre­linha de sorte. as pes­soas pre­cisam de lutar pelos seus dire­itos, de uma forma civ­i­lizada, pací­fica e activa. somos pes­soas, seres humanos, temos dire­ito à dig­nidade, e esta em si encerra muita coisas, uma das quais, muito impor­tante, que é o dire­ito ao tra­balho. as pes­soas não podem desi­s­tir e baixar os braços (…) passá­mos de uma situ­ação de con­sumo desmesurado para o seu oposto. está­va­mos a mor­rer da doença e agora esta­mos a mor­rer da cura. as políti­cas são feitas por tec­nocratas, pes­soas muito insen­síveis, que não sabem o que é estar num cen­tro de emprego. gostava que um min­istro pas­sasse uma manhã num cen­tro de emprego, para vêr e o que é, e sen­tir, o desân­imo das pes­soas, que sen­tem um misto de ver­gonha e de culpa pela situ­ação em que se encon­tram. pes­soas que deram tudo pela manutenção do seu posto de tra­balho. é certo que deve­mos ser sen­síveis à mudança e saber­mos que um emprego não é para toda a vida, mas no meio disso tudo, as pes­soas têm de ter condições e meios para con­seguir refazer as suas vidas, senão o pais nunca mais vai ser o mesmo”

O Rosto do Desemprego - 123

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Nome   San­dra Maria Lopes Rodrigues

Idade   33 anos

Naturalidade/Residência  Guimarães

For­mação  12º ano. cos­tureira e admin­is­tra­tiva

Última profis­são  cen­tro de saúde (via cen­tro de emprego)

Há quanto tempo desem­pre­gado   setem­bro de 2011

Agre­gado famil­iar   casada

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “o meu marido ganha pouco mais que o orde­nado mín­imo. o pro­jecto de ter fil­hos foi sendo adi­ado, há espera de mel­hores dias. acon­sel­haram –me a ficar grávida de modo a rece­ber o rsi, a que não tenho dire­ito sequer (…) neste momento faço um part-time como vig­i­lante de uma piscina, vou ape­nas quando me chamam, 4 horas no máx­imo pagas a recibo verde”

Per­spec­ti­vas de futuro   “emi­grar, talvez. infe­liz­mente (…) o meu marido emi­grou há poucos meses para Angola, não cor­reu bem, e já voltou (…) neste momento, se  não con­seguir nada por aqui, den­tro de dois a três meses, penso emi­grar. terá de ser o casal. talvez para a Ale­manha, tenho lá família. para tra­bal­har no que apare­cer. pos­sivel­mente a nível de limpezas. se não tiver nen­huma alter­na­tiva terá de ser por aí ”

O Rosto do Desemprego - 122

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Nome   Paulo Santos

Idade   43 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Tapada das Mer­cês

For­mação   fre­quên­cia do 9º ano

Última profis­são   armazenista em empresa de artes gráficas

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde 5 de março de 2012

Agre­gado famil­iar   casado, tem uma filha a fre­quen­tar curso supe­rior

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “não passo fome mas não está bom. mudei hábitos de con­sumo e lazer. não vou para lado nen­hum. tinha para onde ir e sem pagar nada (família) mas não tenho espírito para isso. férias? estou de férias há 5 meses. com que von­tade vou gozar ferias sabendo que estou desempregado?”

Per­spec­ti­vas de futuro   “tenho duas opções: carpin­taria ou armazenista. isto bateu no fundo. quero desenrascar-me o mais depressa pos­sível, even­tual­mente poderei sair do país, é uma forte hipótese, mas que­ria ir com alguma segu­rança e não ir de qual­quer maneira (…) era um ano de recessão, agora já vai em mais de um ano, vamos ver quan­tos são (…) os nos­sos fil­hos estu­dam 4 anos, são propinas livros e tudo o mais, e eu, desem­pre­gado, pago tudo isso, e depois um min­istro, em 4 meses, paga mil euros e tem curso e tudo pago”

O Rosto do Desemprego - 121

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Nome   Andreia Fil­ipa Fon­seca

Idade  22 anos

Naturalidade/Residência  Lis­boa / Charneca Caparica

For­mação   a con­cluir Mestrado em edu­cação espe­cial

Última profis­são  está­gio em ani­mação sócio-cultural

Há quanto tempo desem­pre­gado   junho de 2012

Agre­gado famil­iar   2 pes­soas, a própria e o filho

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “fiquei ainda mais stres­sada. já não basta a situ­ação esco­lar com propinas e out­ras despe­sas, estou sem din­heiro, tenho a fac­ul­dade para acabar se quiser ter o curso com­pleto (…) mesmo estando a tra­bal­har o orde­nado nunca foi muito, prati­ca­mente era para as despe­sas do carro e ali­men­tação do meu filho, mais nada”

Per­spec­ti­vas de futuro   “espero encon­trar alguma coisa nas min­has áreas. gostaria de con­seguir um bom emprego. bom orde­nado já não digo, mas sim algo que dê para me sus­ten­tar sem viver afo­gada em dívi­das. quero que a situ­ação do país mel­hore, ape­sar de não ver nada disso. pelo que vejo nas notí­cias tudo o que é bom, como as peque­nas asso­ci­ações, peque­nas coisas que as pes­soas fazem pelo bairro e pela sociedade, estão a acabar com tudo. sin­ce­ra­mente não vejo mel­ho­rias (…) tenho muitos cole­gas meus que desistem da fac­ul­dade porque as propinas são muito ele­vadas. eu pago 280 euros/mês, que dão prati­ca­mente para a ali­men­tação do meu filho. devia exi­s­tir mais ajuda para  os estu­dantes que procu­ram mel­ho­rar o seu futuro. muitos pedem emprés­ti­mos que depois não con­seguem supor­tar, dev­e­riam ser mais apoia­dos porque, deste modo, não sei onde isto vai parar”

Proposta do Governo para a TSU

A proposta do Governo para mudanças nas contribuições de empresas e trabalhadores para a Segurança Social é "absolutamente original" em todo o mundo, disse o professor de economia da Universidade do Minho Luís Aguiar-Conraria.

Proposta do Governo para a TSU é "absolutamente original" em todo o mundo

Juntamente com outros quatro académicos do Minho e de Coimbra, Aguiar-Conraria elaborou um estudo que conclui que a redução da taxa social única (TSU) não vai estimular o mercado de trabalho mas antes resultar na perda de 33 mil empregos.

"Porque é que esta medida é tão original? Pretende-se baixar os custos [do trabalho] reduzindo impostos sobre salários. Isso é o que é feito noutros países, compensando a descida dos salários com uma subida do IVA. Em Portugal, baixa-se os impostos sobre salários ao mesmo tempo que se aumenta outro imposto sobre salários. E ainda por cima aumenta-se mais!", considera Aguiar-Conraria.

O Governo anunciou que vai reduzir a TSU em 5,75 pontos percentuais para as empresas, financiando a medida com um aumento de seis pontos na contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social.

Ao explicar a medida, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, disse esperar que a redução da TSU resulte num aumento de um por cento no emprego (o equivalente a cerca de 40 mil empregos).


"Está-se a fazer uma política absolutamente única, nunca foi feita antes, e não foi revelado nenhum estudo", afirma Aguiar-Conraria. "O ministro Vítor Gaspar disse que tinha um estudo em mãos, e não o divulgou. É um estudo que não está sujeito ao escrutínio público."

O trabalho dos cinco académicos, intitulado "Emprego e TSU", está disponível na Internet em www3.eeg.uminho.pt/economia/nipe.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=2775558&page=-1

Bruxelas e a TSU


A Comissão Europeia condicionou, esta segunda-feira, o desembolso da próxima tranche do empréstimo a Portugal ao cumprimento integral da quinta revisão do memorando de entendimento, que incluiu a redução Taxa Social Única, "proposta pelo Governo".

Questionado em Bruxelas sobre a polémica em Portugal em torno da medida sobre a Taxa Social Única (TSU) e a possibilidade de um caminho alternativo, tal como sugerido na véspera pelo próprio líder do CDS-PP, Paulo Portas, o porta-voz dos Assuntos Económicos e Monetários escusou-se a "especular sobre um espaço de manobra" para substituir esta medida por outras, preferindo sublinhar que "o facto é que esta medida foi uma das acordadas no quadro da última revisão" do programa de ajustamento, tendo de resto sido colocada em cima da mesa pelas autoridades portuguesas.

Simon O'Connor indicou que o relatório final da missão da 'troika' será elaborado "nas próximas semanas", e será com base no mesmo que o Eurogrupo (ministros das Finanças da zona euro) "vai tomar uma decisão formal sobre o desembolso da nova tranche, na sua próxima reunião", agendada para 08 de outubro, no Luxemburgo.

Quando questionado sobre se o desembolso está então dependente do cumprimento da redução da TSU, o porta-voz do comissário Olli Rehn insistiu que "o próximo desembolso está dependente do sucesso da revisão" do memorando de entendimento, e o relatório sobre o cumprimento integral das medidas "terá que ser assinado pelos ministros das Finanças da zona euro".

Comentando a redução da TSU que tanta polémica tem criado em Portugal, merecendo não só a oposição do principal partido da oposição, o PS, como também diferentes posições entre os partidos da coligação, PSD e CDS-PP, Simon O'Connor observou que "esta medida foi proposta pelo Governo", de modo a compensar outras consideradas irregulares pelo Tribunal Constitucional, e "visa aumentar a competitividade das empresas portuguesas, para melhorar a sua capacidade em termos de exportações, mas também de criação de emprego".

"Visa criar mais empregos e tem de ser vista - e isto é muito importante na perspetiva da Comissão Europeia -, deve ser vista no contexto de um conjunto global de medidas que visam aumentar a competitividade na economia portuguesa", afirmou.

16/09/12

Indignação contra a austeridade

De Norte a Sul do País, centenas de milhares de manifestantes saíram à rua no âmbito do protesto "Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!". Em Lisboa e Aveiro viveram-se os momentos de maior tensão.

Indignação contra a austeridade leva centenas de milhares de portugueses para a rua
Polícia reforçou segurança na escadaria do Parlamento

Segundo números fornecidos ao JN pela organização da manifestação no Porto, mais de 100 mil pessoas terão estado na Avenida dos Aliados a protestar contra as medidas do governo.

Os momentos mais tensos do dia viveram-se na manifestação de Lisboa - que segundo a organização juntou 500 mil pessoas -, onde a polícia fez algumas detenções, após manifestantes terem lançado tomates, garrafas e vários petardos contra os escritórios do FMI.

Os manifestantes dirigiram-se depois para a Assembleia da República onde continuaram com os protestos. Algumas grades de proteção à escadaria foram deitadas ao chão. Antes, na rua António Augusto Aguiar, que fica no trajeto entre a Praça de Espanha e o Parlamento, alguns vidros de montras foram partidos, como, por exemplo, os do balcão do Milenium BCP e da Lamborghini.

Indignação contra a austeridade leva centenas de milhares de portugueses para a rua
Manifestação no Porto


Nas escadarias da AR, gritando a palavra de ordem "os gatunos estão lá dentro", os manifestantes apelavam à polícia para deter deputados e governantes.

Os manifestantes chegaram a lançar mais petardos e garrafas para as escadarias do Parlamento, mas não se registaram confrontos com a polícia que fez, pelo menos, três detenções.

Pelas 00.39 horas, deste domingo, a tensão continuava latente junto à escadaria da Assembleia da República, mas os manifestantes começavam a desmobilizar.


15/09/12

Mais de 100 mil pessoas confirmaram presença nas manifestações

Mais de 100 mil pessoas confirmaram presença nas manifestações

Um grito de revolta da sociedade civil. É desta forma que Nuno Ramos de Almeida, um dos 29 subscritores originais do apelo "Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!", vê as manifestações marcadas para este sábado em dezenas de cidades portuguesas e estrangeiras. Mais de 103 mil pessoas já tinham confirmado presença. Veja o mapa dos protestos.

Rejeitando protagonismos, o jornalista considera que "o texto original publicado no Facebook sintetiza as preocupações de um conjunto de pessoas de vários quadrantes que entendem ser chegada a altura de rejeitar o memorando da troika. Já basta de austeridade".

O que fazer a seguir com tamanha indignação coletiva é a questão que se colocará nos próximos tempos. Apesar de vários dos outros subscritores do movimento defenderem que as manifestações podem ser o início de uma revolta popular pacífica, Nuno Ramos de Almeida rejeita qualquer "tentativa de instrumentalização". "Os protestos não são um ensaio para um movimento mais amplo. Nem sequer representamos essas 100 mil pessoas. Quando muito, somos apenas os facilitadores, transmitindo a sua revolta", aponta.

E se, entre os manifestantes, figurarem políticos? A possibilidade é encarada sem problemas por Nuno Ramos de Almeida, para quem "a manifestação é de toda a gente e, ao mesmo tempo, não é de ninguém", excetuando aqueles que possam participar apenas com o objetivo de provocar desacatos.

Apesar de o apelo remontar aos últimos dias de Agosto, foi só na última semana que o movimento atingiu proporções gigantescas.

Ramos de Almeida encontra com facilidade o motivo da viragem: a declaração em que Pedro Passos Coelho anunciou aos portugueses, na sexta-feira da semana passada, novas medidas de austeridade. "Há um claro antes e depois em termos de mobilização. Esse anúncio terá sido a gota que fez transbordar o copo, gerando uma onda de indignação. Até esse momento, muita gente tinha a perceção de não existir alternativa à troika", relembra.

Executivo CDS admite sair do Governo

O CDS-PP admite sair do Governo depois de aprovado o Orçamento do Estado para o próximo ano, caso não consiga fazer valer o seu ponto de vista, sobretudo em matéria e impostos.

CDS admite sair do Governo depois de aprovado o Orçamento

O Público avança hoje que o CDS-PP admite abandonar o Governo depois de aprovado o Orçamento do Estado para 2013, caso não consiga inverter a sobrecarga fiscal. De acordo com o jornal, a aprovação do Orçamento nunca estaria em causa, visto que Paulo Portas, o líder do CDS, tem vindo a sublinhar o seu “patriotismo” ao escolher ficar em silêncio sobre as divergências na coligação.

Contudo, escreve o Público, o CDS vai dramatizar o seu discurso nas próximas semanas, enquanto ainda estiver a ser preparado o OE para 2013, e o cenário do rompimento da coligação era ontem admitido em alguns sectores do CDS. Contudo, essa admissibilidade de ruptura, mesmo no cenário mais radical, pode passar pela manutenção de um acordo com o PSD através da viabilização parlamentar de um Governo, com um acordo que passe exclusivamente pela Assembleia da República.

13/09/12

Corte de 7% nos salários rende 1% no emprego

Bastou um ano e um novo estudo com autores diferentes para o Governo recuperar a ideia antes recusada de redução da Taxa Social Única paga pelas empresas.

<p>Vítor Gaspar</p>

Nesta terça-feira, Vítor Gaspar foi o primeiro a reconhecer a mudança radical de opinião que ele próprio teve sobre este tema. Há um ano, com base num estudo feito com o apoio do Banco de Portugal, o ministro dizia que o impacto positivo dessa medida não seria significativo e que esta constituía mesmo uma "experiência" sobre os portugueses. Agora, com base num estudo feito com o apoio da troika, garante que a medida pode afinal ajudar a combater o desemprego, com a criação de 50 mil postos de trabalho durante os próximos dois anos.

O Governo e a troika, revelou nesta terça-feira o ministro das Finanças, estão à espera que as alterações nas contribuições sociais anunciadas recentemente consigam aumentar o número de empregos em Portugal em 1% até ao final de 2014. Foi este o resultado do estudo que o Governo, com o apoio técnico da Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu, realizou durante os últimos meses e que conduziu à decisão, anunciada sexta-feira por Passos Coelho, de reduzir a Taxa Social Única (TSU) exigida às empresas, aumentando em simultâneo a contribuição dos trabalhadores em sete pontos. Além disso, desse estudo saiu ainda a conclusão de que, em dois anos, devido à medida, o PIB crescerá 0,5% e as exportações terão um impulso adicional entre 1% e 2%.


Ministra da Agricultura alvo de tentativa de agressão

A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, foi hoje alvo de uma tentativa de agressão em Santarém, quando um indivíduo arremessou um ovo na sua direcção enquanto discursava na sessão de apresentação do Prémio Agricultura 2012 - Escolha Portugal.

Um indivíduo arremessou um ovo em direcção da ministra

O homem, entretanto identificado pela Polícia de Segurança Pública, entrou de rompante na sala do Teatro Sá da Bandeira, onde decorria a sessão, gritando “aldrabões” ao mesmo tempo que arremessou um ovo que passou de raspão junto à cabeça da ministra, sem contudo a atingir.

“Nos dias que correm, temos que estar preparados para tudo e o nosso papel é, compreendendo a dificuldade das pessoas, manter aquilo que é nossa preocupação central, neste caso mostrar que na agricultura temos um sector vivo”, disse Assunção Cristas no final da sessão, quando instada a comentar o incidente.

No momento da tentativa de agressão a ministras manteve a serenidade e prosseguiu o discurso que fazia na primeira de uma série de conferências promovidas pelos jornais Correio da Manhã e Negócios, em parceria com um conjunto de entidades.

Para Assunção Cristas, é essencial “mostrar que a agricultura é um sector vivo, dinâmico, de braços abertos para que os jovens apareçam e crescentemente comecem a afirma-se”.

“Isso é importante, ajuda-nos a sair da crise, ajuda a criar postos de trabalho, ajuda que a nossa economia fique melhor”, afirmou.

Fonte: http://www.publico.pt/Sociedade/ministra-da-agricultura-alvo-de-tentativa-de-agressao-enquanto-discursava--1562783

Porta-voz do CDS arrasa Gaspar e ministro responde na mesma moeda


O porta-voz do CDS, João Almeida, fez esta manhã uma intervenção muito dura frente ao ministro das Finanças, mostrando-se frontalmente contra as mexidas na Taxa Social Única e criticando a subida das taxas de IRS ontem anunciada por Vítor Gaspar.

Segundo o Expresso apurou, o deputado centrista, que falava durante uma reunião dos grupos parlamentares do PSD e do CDS com o ministro das Finanças, também questionou a razão por que o Governo anunciou medidas que representam um aumento de receita de 5 mil milhões de euros, valor que não bate certo com a flexibilização das metas do défice (uma questão, aliás, também levantada por deputados do PSD).

João Almeida, porta-voz dos centristas

Segundo contaram ao Expresso deputados que assistem à reunião, que ainda decorre, a resposta do ministro das Finanças foi igualmente dura. Começando por classificar a intervenção do porta-voz do CDS como "um disparate". Uma palavra que gelou a sala.


Almeida tinha criticado as alterações na TSU, com os trabalhadores a descontar mais 7% e os patrões a descontar menos 6%, considerando que eram uma transferência de capital dos trabalhadores para as empresas, que corta o rendimento disponível das famílias e não terá nenhum dos efeitos positivos sobre o emprego que o Governo tem anunciado. Gaspar reafirmou a cartilha oficial do Governo, de que esta é uma medida que vai ajudar o emprego e as empresas.

Gaspar admite hipótese de não agravar o IRS

Questionado sobre se estas alterações na TSU foram impostas pela troika, e se podem ser explicadas como tal aos portugueses, Gaspar foi perentório: não foi imposição da troika, foi uma opção consciente do Governo.

Sobre o aumento da taxa média efetiva de IRS, à boleia da redução do número de escalões, o ministro deu razão a João Almeida: de facto, o que está no programa de Governo é uma alteração dos escalões por razões de "simplificação", sem aumento da carga fiscal - no entanto, explicou Gaspar, a realidade impõe um agravamento das taxas.

Gaspar deixou, porém, aberta a hipótese de não aumentar a taxa efetiva de IRS caso o Governo consiga até à apresentação do OE desenhar um grande programa de cortes adicionais na despesa pública.

Fonte: http://expresso.sapo.pt/porta-voz-do-cds-arrasa-gaspar-e-ministro-responde-na-mesma-moeda=f752721#ixzz26Ik1SEUu

O Rosto do Desemprego - 120

http://blogues.publico.pt/odesempregotemrosto/



Nome   Guil­herme Sousa

Idade  19 anos

Naturalidade/Residência  Almada / Almada

For­mação  estu­dante de ciên­cias da comu­ni­cação

Última profis­são  vende­dor de bal­cão em loja de cen­tro com­er­cial

Há quanto tempo desem­pre­gado   março de 2012

Agre­gado famil­iar  vive com os pais, 4 pes­soas

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “noto mais difi­cul­dades finan­ceiras, aprendi a dar um valor real ao din­heiro, o quanto nos é essen­cial e nos faz falta (…) saio menos, gasto menos, penso 2 vezes antes de com­prar alguma coisa, questão que noutros tem­pos não se me colocava ”

Per­spec­ti­vas de futuro   “com o número de desem­prego jovem a aumen­tar a cada dia que passa, não ponho de parte a hipótese de fazer um mestrado ou um doutora­mento no exte­rior, pos­sivel­mente na América do Sul. não tenho grandes per­spec­ti­vas nem do país nem de alguma viz­inho da Europa”

O Rosto do Desemprego - 119

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Nome  Maria João da Cruz Fer­nan­des

Idade  41 anos

Naturalidade/Residência  Almada / Costa de Caparica

For­mação  aux­il­iar de lar de 3ª idade

Última profis­são   aux­il­iar de lar de 3ª idade

Há quanto tempo desem­pre­gado   março de 2011

Agre­gado famil­iar  4 pes­soas

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “tudo. toda a minha vida. menos via­gens, menos saí­das, menos comida. menos tudo”

Per­spec­ti­vas de futuro   “espero para mim um futuro mel­hor. com tra­balho, na minha área, dos lares, ou tam­bém posso ir para limpezas. isto cada vez vai ficando pior, não acred­ito que o país mel­hore, mas espero encon­trar emprego, pre­ciso mesmo, tenho os meus fil­hos para cuidar”

O Rosto do Desemprego - 118

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Nome   Nél­son José Pin­heiro Magalhães

Idade  34 anos

Naturalidade/Residência  Taipas / Guimarães

For­mação  curso de for­mação profis­sional de ser­ral­heiro

Última profis­são  ser­ral­heiro

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde setem­bro de 2011

Agre­gado famil­iar   casado, tem dois fil­hos

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “a minha esposa tam­bém está desem­pre­gada, tive­mos de cor­tar em muita coisa, com o fundo de desem­prego recebe­mos muito menos (…) saí­das, via­gens isso acabou tudo desde o ano pas­sado (…) tive­mos de reduzir em tudo, água, elec­t­ri­ci­dade, mesmo em roupa tam­bém, em vez de se com­prar caro tem de se com­prar mais barato”

Per­spec­ti­vas de futuro   “são muito fra­cas. as empre­sas onde tenho ido ofer­e­cem pouco mais que o salário mín­imo. no meu caso gan­hava 1100 euros. querem pes­soas qual­i­fi­cadas mas não querem pagar. estou com 800 euros do fundo de desem­prego não vou tra­bal­har por 400 ou 500, aproveito o fundo de desem­prego. quando acabar vou para fora, emi­gro. já estou a tratar disso, para Angola ou Inglaterra. ainda não estou muito aper­tado, quando acabar aqui, vai ter de ser”

O Rosto do Desemprego - 117

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Nome   Lisete Brito

Idade  32 anos

Naturalidade/Residência  Coim­bra / Lis­boa

For­mação  a con­cluir licen­ciatura em lín­gua por­tuguesa

Última profis­são  admin­is­tra­tiva

Há quanto tempo desem­pre­gado   maio de 2012

Agre­gado famil­iar   vive com namorado

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “tem de haver bas­tantes cortes, maior con­tenção nos cus­tos, tais como gasolina, jantares fora e despe­sas em geral. há uma maior con­tenção porque há só um salário e há con­tas para pagar no fim do mês (…) há que cor­tar um algu­mas partes menos na ali­men­tação que é fundamental”

Per­spec­ti­vas de futuro   “tenho o CAP (cer­ti­fi­cado de apetên­cia pedagóg­ica ) comigo, que me per­mite lecionar na minha área de for­mação especi­fica; espero poder dar aulas, se não o con­seguir a emi­gração é uma saída, tal como sug­eriu o nosso primeiro min­istro. acho que a situ­ação tende a pio­rar (…) dev­e­ria haver maior união das pes­soas no com­bate ao desem­prego, mais reivin­di­cações por coisas que val­ham a pena. os nos­sos jovens vêm se obri­ga­dos a sair das suas ter­ras, eu não sou de Lis­boa e gostava muito de voltar ao inte­rior, há lá cada vez menos emprego e nem aqui, na ‘grande cidade‘, agora se con­segue tra­balho, e isso é muito frustrante”

O Rosto do Desemprego - 116

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Nome  Nuno Figueiredo

Idade  42 anos

Naturalidade/Residência  Lis­boa / Sobreda

For­mação  secundário com­pleto / gestão depar­ta­men­tal e admin­is­tra­tiva — exper­iên­cia de 20 anos

Última profis­são   gestão depar­ta­men­tal e administrativa

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde 1 de agosto de 2012

Agre­gado famil­iar   casado, tem dois fil­hos

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “ainda não posso dizer nada, estou no limbo em relação ao que vou fazer ou deixar de fazer, não quero deixar de tra­bal­har, nunca tive medo do trabalho”

Per­spec­ti­vas de futuro   “tra­bal­har, arran­jar qual­quer coisa, o futuro só a deus pertence”

12/09/12

"Manif" antitroika ganha adeptos no Facebook

As novas medidas de austeridade apresentadas por Pedro Passos Coelho deram origem a um apelo à manifestação que se generalizou nas redes sociais. Esta nova manif à "moda" da Geração à Rasca já reúne milhares de apoiantes online e está marcada para o próximo sábado. 

O mais recente discurso de Pedro Passos Coelho à nação tem sido o principal motivo de conversa nos últimos dias.  As declarações do primeiro-ministro no final da semana passada têm sido escrutinadas diariamente nas redes sociais (e não só). Durante o fim-de-semana, o "buzz" à volta das novas medidas de austeridade apresentadas cresceu com uma mensagem deixada por Pedro Passos Coelho na sua página de Facebook, onde este garantia que o discurso de sexta-feira tinha sido um dos "mais ingratos que um primeiro-ministro pode fazer".

A mensagem, em vez de acalmar os ânimos, acabou por chamar a atenção da imprensa internacional ao receber dezenas de milhares de comentários de portugueses descontentes (neste momento, a mensagem já conta com mais de 8 mil "gostos", quase 4 mil partilhas e 46 mil comentários).  O Financial Times chega mesmo a dizer que a resposta negativa dos portugueses no Facebook pode ser um sinal de que "a resignação com que muitos dos portugueses têm aceitado, até agora, a austeridade pode estar a ser puxada até ao limite".

Ora, se tivermos em conta os números que rodeiam as páginas e eventos a marcar uma manifestação para sábado, organizada um pouco ao estilo da "Geração à Rasca", de 2011, isso pode ser mesmo verdade. O movimento em torno da denominada "manifestação antitroika" tem ganhado cada vez mais adeptos e faz lembrar o que antecedeu as manifestações de março de 2011, tendo sido organizado também no mesmo "estilo": sem filiações partidárias e sem grandes "rostos".

O grupo de cidadãos que, mesmo assim, conta com o apoio de alguns nomes importantes da cultura e ciência portuguesas, pretende chamar o povo às ruas sábado, a partir das 17h00. Um blogue, "Que se lixe a troika", serve de "centro de operações" online, reunindo diversos textos explicativos da manifestação e informações úteis. Nele, explica-se o objetivo da manifestação contra "a submissão e a resignação" e estão listados todos os eventos marcados pelo país (e lá fora). Tudo porque "é preciso fazer qualquer coisa de extraordinário". "É preciso tomar as ruas e as praças das cidades e os nossos campos. Juntar as vozes, as mãos. Este silêncio mata-nos", explica o grupo, que também conta com uma página de fãs na rede social.

Milhares de internautas parecem concordar e vão passando a palavra e confirmando presença, em números que chegam a superar os da "Geração à Rasca" (em menos tempo). Só em Lisboa, já mais de 26 mil pessoas aderiram ao evento "Manifestação: Que se Lixe a Troika! Queremos as nossas vidas!", criado há dias.  No Porto, os números rondam os 13 mil. E, se as manifestações de março de 2011 forem um indicativo, podemos esperar muita gente nas ruas este sábado.

Fonte: http://www.jn.pt/blogs/nosnarede/archive/2012/09/11/manifesta-231-227-o-contra-medidas-do-governo-marcada-para-15-de-setembro.aspx

Troika dá mais um ano para Portugal atingir as metas do défice

O ministro das Finanças anunciou hoje que a troika “perdoou” parte do desvio orçamental deste ano, permitindo que o défice fique nos 5%, em vez dos 4,5% previstos. A meta acordada para o próximo ano foi também revista, pelo que Portugal terá mais um ano para cumprir com os limites de Bruxelas. Não será preciso um reforço do programa, disse ainda Vítor Gaspar.


“A missão concluiu que foram feitos progressos significativos no ajustamento necessário para a diminuição dos desequilíbrios económicos e financeiros que persistiram durante mais de uma década. A estratégia definida é apropriada”, começou por dizer Vítor Gaspar, na conferência de imprensa que está a decorrer no Ministério das Finanças, para apresentar os resultados do quinto exame da troika.

“Contudo, o aumento do desemprego, a deterioração do ambiente externo e a composição do ajustamento interno da economia portuguesa aumentaram substancialmente o esforço de consolidação necessário para atingir a prazo o equilíbrio orçamental”, salientou o ministro, dizendo que a troika decidiu, por isso, flexibilizar as metas do défice e da dívida pública.

Assim, em vez do défice de 4,5% inicialmente previsto para este ano, o Governo poderá chegar ao final de 2012 com um défice de 5% do PIB. Do mesmo modo foram também alterados os limites do próximo ano: o défice terá de ser de 4,5% em 2013, em vez dos 3% inicialmente acordados. Só em 2014, Portugal terá de ter um défice abaixo do limite dos 3% – 2,5%.

“Desta forma as conclusões do quinto exame apontam para adiamento para o ano do cumprimento do limite de 3%”, concluiu Vítor Gaspar. O ministro salientou que a possibilidade de alterar as metas do défice decorre da “relação de credibilidade e confiança que foi possível estabelecer com parceiros internacionais”.

Vítor Gaspar salvaguardou, também, que a alteração das metas não implica qualquer modificação do pacote financeiro do programa, ou seja, não será necessário mais dinheiro dos parceiros europeus e do FMI. O Eurogrupo, na reunião de Julho, tinha incentivado as instituições internacionais a encontrarem uma “solução que assegurasse o sucesso do programa de ajustamento”, adiantou.

O Governo reviu também as previsões económicas para 2013, projectando agora que a economia, em vez de crescer, continue em recessão, com uma queda do PIB de 1%. A taxa de desemprego deverá atingir os 16%, valor que, de acordo com Vítor Gaspar, não será maior uma vez que “os efeitos da deterioração da actividade económica serão contidos pelos efeitos positivos da desvalorização fiscal prevista”.

Para corrigir o desvio orçamental deste ano e cumprir com a nova meta do défice de 5%, o Governo ainda vai tomar medidas adicionais para controlar a despesa e ainda aumentar a tributação sobre imóveis de elevado valor e sobre os rendimentos de capital.


Desconto para a Segurança Social dos recibos verdes sobe para 30,7%

Os trabalhadores independentes vão sofrer um aumento da taxa da sua contribuição para a Segurança Social dos actuais 29,6% para 30,7%.

<p>O Governo só esclareceu hoje o que acontece às contribuições feitas pelos trabalhadores independentes</p>

Na conferência de imprensa de apresentação da quinta avaliação ao programa de ajustamento português, os responsáveis do Ministério das Finanças explicaram que o aumento dos descontos dos portugueses com os chamados “recibos verdes” irá ser proporcional à subida registada na soma das contribuições das empresas e dos trabalhadores por conta de outrem, que irão passar de 34,75% para 36%.

No comunicado ao país da passada sexta-feira, o primeiro-ministro não tinha esclarecido o que iria acontecer às contribuições feitas pelos trabalhadores independentes.

Fonte: http://economia.publico.pt/Noticia/desconto-para-a-seguranca-social-dos-recibos-verdes-sobe-para-317-1562576

Governo aumenta imposto

Governo aumenta imposto sobre imóveis mais valiosos e sobre rendimentos de capital

Para corrigir o desvio orçamental deste ano e cumprir com a nova meta do défice de 5%, o Governo ainda vai tomar medidas adicionais este ano. Em causa estão medidas adicionais de controlo de despesa e também o aumento da tributação sobre imóveis de elevado valor e sobre os rendimentos de capital.


As novas medidas foram hoje anunciadas pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, na conferência de imprensa onde estão a ser apresentados os resultados da quinta avaliação da troika ao programa de ajustamento.

O ministro das Finanças disse ainda que estas duas medidas serão repetidas em 2013, esclarecendo que os accionistas e detentores de capital vão ser sujeitos a uma tributação mais elevada dos rendimentos de capital. No prazo de dois anos, disse Vítor Gaspar, os dividendos e as mais valias mobiliárias passarão a ser taxadas a 26,5%, em vez dos 25% actuais.

O secretário de Estados dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, esclareceu que o aumento de tributação sobre os imóveis de elevado valor irá afectar os imóveis com valor igual ou superior a um milhão de euros e será feito em sede de imposto de selo. O agravamento da taxa irá ser feito já este ano e manter-se-á em 2013. Ao mesmo tempo, será alargada a base de incidência do IRC.

Vítor Gaspar afirmou que, no âmbito do Orçamento do Estado (OE) de 2013, “continuará a ser exigido um esforço acrescido aos contribuintes com rendimentos mais elevados, às empresas com maiores lucros e agrava-se a tributação sobre o capital, o património de elevado valor e os bens de luxo, prosseguindo a política já iniciada em 2012”. Para o ministro das Finanças, isto irá garantir “uma efectiva repartição do esforço de ajustamento por um conjunto alargado e abrangente de sectores da sociedade portuguesa”.

Nesse sentido, tanto em 2012 como em 2013, os accionistas e os detentores de partes de capital ficarão sujeitos ao agravamento da tributação sobre os rendimentos de capital, nomeadamente dividendos e as mais-valias mobiliárias resultantes da alienação de participações. A taxa passará dos actuais 25% para 26,5%, o que representa um aumento de cinco pontos percentuais nos últimos anos, “correspondendo assim a um dos níveis mais elevados da Europa”, esclareceu Vítor Gaspar.

Além disso, os proprietários dos prédios urbanos de elevado valor vão estar sujeitos, já a partir deste ano, a uma nova taxa em sede de imposto de selo. Isto será válido para imóveis de valor igual ou superior a um milhão de euros. A isso juntar-se-á o efeito resultante da avaliação geral dos prédios no pagamento do IMI em 2013.

Também o imposto sobre bens de luxo – veículos de alta cilindrada, as embarcações de recreio e as aeronaves de uso particular – vai aumentar, no seguimento do aumento já verificado em 2012.
No que respeita às empresas, Vítor Gaspar, anunciou que serão introduzidas alterações para alargar a base de incidência do IRC e limites à dedutibilidade dos encargos financeiros excessivos dos grupos económicos.

Depois de anunciar que as autoridades internacionais reviram a meta do défice deste ano – de 4,5% para 5% Vítor Gaspar disse, contudo, que será necessário tomar ainda medidas adicionais este ano, para garantir que o défice fica nos 5% e não acima.

Vítor Gaspar considera que esforço está repartido por todos

O ministro das Finanças garantiu que o pacote de medidas de austeridade anunciado pelo Governo bastam para Portugal atingir “os efeitos esperados” e considerou que o esforço dos portugueses está repartido por todos.

<p>Vítor Gaspar diz ser pouco útil comparar Portugal com a Grécia</p>

Em entrevista à SIC, esta noite, Vítor Gaspar foi confrontado pelo jornalista José Gomes Ferreira com uma mensagem escrita de uma telespectadora, que expunha a sua situação financeira e familiar – um ordenado base de 630 euros, divorciada e com dois filhos – e que perguntava ao ministro como vai viver a partir de agora. “O que eu repondo a essa senhora, que tem uma vida dura, uma vida difícil [é que] a situação que vivemos exige esforço e sacrifício de todos”. Foi neste contexto que defendeu que “esse esforço está repartido rigorosamente por todos”. “As medidas anunciadas hoje são suficientes para conseguir os efeitos esperados”.

À porta dos estúdios da SIC, em Carnaxide, o ministro foi recebido por protestos. Nessa altura, quando foi questionado por uma jornalista sobre as dezenas de pessoas que o aguardavam, comentou que não se tratava “de todo” de uma manifestação espontânea, mas de uma “manifestação orquestrada”, sem indicar a quem se referia.

Ao longo da entrevista, defendeu a descida das contribuições das empresas para a Segurança Social como uma medida destinada a “acelerar o processo de ajustamento”, conter o desemprego, reduzir as importações e aumentar as exportações.

Quando foi questionado sobre como é que o Governo pode obrigar as empresas a baixarem os preços, para estimular o mercado interno, defendeu que a baixa da Taxa Social Única dá as empresas “capacidade para diminuir os preços”. Quando foi perguntado se é ingenuidade pensar que as empresas vão baixar os preços porque está a fazer esse apelo, Vítor Gaspar disse: “Não devemos subestimar o efeito da opinião”.

Vítor Gaspar não respondeu directamente, quando lhe foi perguntado, se vai recuar na descida da TSU, tendo a troika revisto em baixa as previsões económicas para 2013 (uma queda do PIB de 1% no conjunto do ano) e um desemprego na ordem os 16%. O ministro citou ainda uma expressão repetida pela troika para avaliar o programa de ajustamento, observando que a economia portuguesa está a enfrentar “ventos contrários” ligados à crise global.

Quando questionado sobre se as medidas de austeridade não vão transformar Portugal numa Grécia, considerou que as comparações “são pouco úteis” e elogiou as características dos portugueses: “Dialogamos, combatemos, construímos (…) e fazemos isso à portuguesa”.

Gaspar referiu-se ainda ao Presidente da República, considerando que Cavaco Silva “exerce uma magistratura de influência” e sobre quem diz acreditar que actuará “com a máxima sabedoria”.

11/09/12

O Rosto do Desemprego - 115

http://blogues.publico.pt/odesempregotemrosto/




Nome  Maria do Céu Ribeiro da Silva

Idade  32 anos

Naturalidade/Residência    Guimarães / Cal­das das Taipas

For­mação  12º ano téc­nica de acção educa­tiva

Última profis­são  coz­in­heira

Há quanto tempo desem­pre­gado   novem­bro de 2010

Agre­gado famil­iar   casada, tem um filho

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “ape­sar de na altura em que fiquei desem­pre­gada ter ficado em baixo, dei a volta, sou opti­mista por natureza; con­segui fazer o 12º ano, fiz um curso de  téc­nica de acção educa­tiva (…) alterou-se tudo um pouco, com uma só pes­soa a tra­bal­har na família é mais complicado”

Per­spec­ti­vas de futuro   “estou con­fi­ante que sejam boas, ape­sar disto estar um pouco mal­parado, e com o que se vê na tele­visão, com todos os dias pes­soas a ficarem desem­pre­gadas, ainda pior.”

O Rosto do Desemprego - 114

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Nome   Fran­cisco José Capu­cho Bar­roco

Idade  44 anos

Naturalidade/Residência  Mouriscas / Elvas

For­mação   a acabar o 9º ano, pedreiro

Última profis­são   motorista em junta de  fregue­sia

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde 2008

Agre­gado famil­iar  casado, tem 3 fil­has

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “não se con­segue nada mais do que para comer e mal, e é porque vivo no campo vou tendo alguma coisa que pro­duzo, se fosse na cidade não conseguia”

Per­spec­ti­vas de futuro   “cada vez isto está pior. vou emi­grar, vou-me emb­ora para Angola ou Brasil. não acho que vá mel­ho­rar em nada, vai cada vez mais para o fundo, entram uns e saem out­ros mas fica tudo na mesma ou pior”

O Rosto do Desemprego - 113

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Nome  Maria João Antunes de Oliveira

Idade  43 anos

Naturalidade/Residência  Lis­boa

For­mação  7º ano unifi­cado curso de infor­mática espan­hol e inglês

Última profis­são  vig­i­lante

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde janeiro de 2012

Agre­gado famil­iar  vive com a filha

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “tudo. não faço nada. tive de vender o carro, arran­jar um sitio mais barato para viver; teve de mudar tudo na minha vida ”

Per­spec­ti­vas de futuro   “arran­jar tra­balho é só o que eu quero. não vai ser fácil, parece-me que isto vai pio­rar. estou com ideias de sair do país, gostava de ir para espanha mas tam­bém está mau. penso, se con­seguir, ir para um país nórdico, que acho que é onde está mais fácil, só isso”