O partido de centro-direita Nova Democracia foi o mais votado nas eleições legislativas gregas deste domingo, com 29,7% dos votos, contra os 26,9% do Syriza (Coligação de Esquerda Radical) e os 12,3% do socialista PASOK.
“Os gregos votaram hoje para continuar na via europeia e na zona euro. Não vai haver mais aventuras, o lugar da Grécia na Europa não será posto em causa”, assegurou o líder do partido pró-resgate Nova Democracia, Antonis Samaras, no seu discurso de vitória. “Estou aliviado pela Grécia e pela Europa e vamos formar governo logo que possível.”
Tudo aponta para que o resultado das legislativas deste domingo conduza a um desfecho diferente do das eleições inconclusivas de 6 de Maio. Isto porque uma coligação do Nova Democracia com o PASOK daria aos dois partidos 162 deputados – pouco mais do que os 151 necessários para uma maioria, mas suficientes para formar governo.
Mas um governo composto por apenas estas duas forças políticas seria um governo fraco, segundo vários analistas.
Daí que logo ao início da noite tenham chegado do quartel-general do PASOK notícias das intenções do partido de incluir no Governo o Syriza e ainda a direita populista dos Gregos Independentes, que emerge como quarta força política no novo Parlamento, com 7,5% dos votos e 20 assentos. Nenhuma decisão pode ser tomada sem esta unidade nacional”, disse o líder socialista Evangelos Venizelos. E que, pouco depois, Samaras, tenha apelado à formação de um governo de “unidade nacional”.
Um convite que o líder do Syriza declinou de imediato. “Telefonei a Samaras para o felicitar, ele pode formar um governo”, afirmou Alexis Tsipras, que reconheceu a derrota face à direita nas legislativas deste domingo, depois de nas primeiras sondagens à boca das urnas o seu partido ter surgido apenas meio ponto percentual abaixo do Nova Democracia.
“Estaremos presentes na oposição, representaremos aqueles que estão contra o memorando” e as políticas de austeridade da União Europeia e do FMI, prometeu Tsipras.
Da sede do Nova Democracia chegaram ao início da noite eleitoral informações de que as negociações para a formação de um governo, tarefa para a qual serão dados ao partido dez dias, terão por base alguns pontos. O primeiro-ministro terá de ser o líder do partido. Antonis Samaras anunciará uma “base de programa de Governo para manter o país no Euro e renegociar alguns pontos do memorando” com a troika.
À semelhança daquilo que tinha acontecido em Maio, a abstenção, de 38%, voltou a ser das mais elevadas dos últimos anos.
De resto, mantêm-se no Parlamento os mesmos sete partidos que conseguiram assentos nas eleições de 6 de Maio. O quinto lugar foi ocupado neonazis do Aurora Dourada com 7% e 18 deputados – apesar do incidente da agressão do seu porta-voz em plena entrevista televisiva.
“A votação de hoje prova que o movimento nacionalista veio para ficar”, disse o líder do Aurora Dourada, Nikolaos Mihaloliakos numa mensagem transmitida pela televisão. “Ofereço as mais sentidas condolências a todos aqueles que tentaram não só reduzir o apoio à Aurora Dourada, como também evitar que entrasse no Parlamento.”
Em sexto lugar ficou o Esquerda Democrática (Dimar), que conseguiu 6,2% dos votos e 17 deputados, seguido do Partido Comunista, com 4,5% e 12 assentos parlamentares.
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