14/12/12

Metade dos subsídios no setor privado serão pagos em 12 meses

Os trabalhadores do setor privado receberão em 2013 metade do subsídio de férias e do de Natal por inteiro e o restante distribuído por 12 meses, recebendo mais 8,3% por mês, exceto em julho e dezembro que recebem menos 20,8%.

Metade dos subsídios no setor privado serão pagos em 12 meses

De acordo com um documento enviado, esta quinta-feira, aos parceiros sociais pelo Ministério da Economia, a distribuição de metade dos subsídios pelos 12 meses do ano vai equivaler a um aumento mensal do rendimento ilíquido de 8,3%.

No entanto, nos meses de julho e dezembro, em que eram normalmente recebidos os subsídios e passam a ser recebidas as respetivas metades, ocorre uma diminuição de 20,8% do rendimento ilíquido.

O documento enviado aos parceiros sociais, a que agência Lusa teve acesso, corresponde à proposta de lei que o Governo aprovou dia 29 de novembro em Conselho de Ministros e vai ser discutido na reunião de concertação social de sexta-feira.


A proposta de lei do Governo vai permitir o pagamento, em 2013, de metade dos subsídios de férias e de Natal em duodécimos aos trabalhadores abrangidos pelo Código de Trabalho.


13/12/12

O Rosto do Desemprego - 165

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Nome   João Almeida

Idade   52 anos

Naturalidade/Residência   Espinho / Lis­boa

For­mação   5 cur­sos de escola hoteleira

Última profis­são   empre­gado de mesa

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde julho de 2009

Agre­gado famil­iar   casado, vive com a filha, depen­dente, e mãe

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “essen­cial­mente cada vez vivo pior. tento não deixar que falte nada à minha filha, e pas­sei a “viver” cada vez mais mis­er­av­el­mente. já não me lem­bro sequer quando tive um almoço ou jan­tar fora. isso está com­ple­ta­mente fora do panorama. carro tam­bém já não tenho, já era muito velho, a despesa de manutenção era muita e mandei-o abater, já não valia a pena”

Per­spec­ti­vas de futuro  “em prin­ci­pio em janeiro é ir-me emb­ora. tenho 2 ou 3 coisas em vista. pode não ser um orde­nado extra­ordinário mas é seguro. penso ir para o Reino Unido, na área da hote­laria e restau­ração, vamos ver”

O Rosto do Desemprego - 164

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Nome   Hugo Anes

Idade   35 anos

Naturalidade/Residência   Bra­gança / Lis­boa

For­mação   curso de ciên­cias de infor­mação

Última profis­são   agente com­er­cial da PT negócios

Há quanto tempo desem­pre­gado   junho de 2011

Agre­gado famil­iar   vive soz­inho

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “somos obri­ga­dos a dar sen­tido ao nosso dia, a pro­gra­mar o nosso quo­tid­i­ano, a nossa sem­ana. senão ficamos com­ple­ta­mente deses­per­a­dos. saio menos e sou mais regrado nos gas­tos e em tudo”

Per­spec­ti­vas de futuro   “con­tin­uar a inve­stir, procu­rar, não desi­s­tir e não desan­i­mar, sobretudo”

O Rosto do Desemprego - 163

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Nome   António Cal­ado

Idade   37 anos

Naturalidade/Residência   Angola / Lis­boa

For­mação   9º ano oper­ador de loja de super­me­r­cado

Última profis­são   téc­nico aux­il­iar de acção educa­tiva

Há quanto tempo desem­pre­gado   julho de 2009

Agre­gado famil­iar   solteiro

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “tive de cor­tar cer­tas coisas na minha vida. muita coisa mudou. não sei há quanto tempo não com­pro par de calças ou sap­atos. prati­ca­mente o que gan­hava quando tra­bal­hava era para ali­men­tação e despe­sas domés­ti­cas e trans­porte, agora nem isso. já não recebo sequer o sub­sidio de desemprego”

Per­spec­ti­vas de futuro  “estou a ver que vai pio­rar cada dia que passa. dizem que íamos voltar para os mer­ca­dos em breve mas nem isso se vê. aqui em Por­tu­gal encon­trar emprego está a ser muito difí­cil. vou ver se con­sigo emi­grar mas não está a ser fácil. para nen­hum país em par­tic­u­lar, o primeiro que aparecer”

O Rosto do Desemprego - 162

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Nome   João Tavares

Idade   57 anos

Naturalidade/Residência   Angola / Lis­boa

For­mação   econ­o­mista

Última profis­são   gestor de con­domínios

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde maio de 2012

Agre­gado famil­iar   4 pes­soas

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “tenho abdi­cado de muitos con­vívios. tenho estado menos vezes com pes­soas ami­gas. saio muito menos vezes. não uso o carro, uso só trans­portes públi­cos. pas­sei a ficar mais atento a opor­tu­nidades de poupança nas com­pras que faço”

Per­spec­ti­vas de futuro  “a expec­ta­tiva é que as coisas mel­horem e eu possa voltar a tra­bal­har em algo que me encaixe bem, de modo a ser útil e pro­du­tivo. para os meus depen­dentes isto serve como uma apren­diza­gem, uma exper­iên­cia de vida”

20/11/12

FMI alerta para dificuldade em reverter emigração de jovens qualificados


O Fundo Monetário Internacional alertou esta terça-feira que a lenta recuperação económica pode ter um impacto significativo no elevado desemprego, levando à emigração de jovens qualificados "que será difícil de reverter".

"Um risco no médio prazo é que o crescimento económico recupere demasiado devagar para ter um impacto significativo no elevado desemprego, levando à emigração significativa de jovens trabalhadores qualificados, que pode ser difícil de reverter", afirma o FMI numa análise regular ao país, ao abrigo do Artigo IV.

Neste sentido, o Fundo defende que a longo prazo Portugal terá de fazer mais progressos em obstáculos enraizados ao crescimento, em particular relativamente aos "ainda baixos níveis de educação face aos principais competidores e parceiros comerciais".

Redução de "100 a 200 mil funcionários públicos"

O administrador-delegado da Siemens Portugal, Carlos Melo Ribeiro, considerou, esta terça-feira, que Portugal só conseguirá sair da crise através da eliminação de postos de trabalho na Função Pública, apontando para uma redução de 100 a 200 mil trabalhadores.


"É preciso diminuir 100 a 200 mil funcionários públicos", afirmou o responsável durante a sua intervenção na conferência "Crescer, um desígnio nacional", promovida pela Associação Comercial de Lisboa, em parceria com o semanário "Sol", na capital portuguesa.

Segundo Melo Ribeiro, Portugal, dado o seu Produto Interno Bruto (PIB), deveria ter no máximo 400 mil funcionários públicos e, no seu entender, há maneiras de fazer esta redução "sem tragédia".

Responsável da Siemens defende redução de "100 a 200 mil funcionários públicos"

"A General Electric (GE) tem o mesmo PIB que o país e funciona com maior produtividade com 360 mil funcionários", exemplificou.

"Metemos 800 mil pessoas do privado no desemprego. Agora, temos que ir ao Estado Social e às pessoas", sublinhou, defendendo que "o desperdício do Estado Social quase que chega para o garantir".

E apontou para a má distribuição dos rendimentos mínimos, defendendo que quem beneficia deste apoio estatal, tal como os beneficiários do subsídio de desemprego, devem fazer trabalho social.

"Tenho a certeza que o PS não quer ir agora para o poder", afirmou, explicando que as reformas que têm que ser feitas não são populares. "Os nossos políticos não são profissionalmente sérios na governação. Estão a atuar muito mal. Adiam o problema e não envolvem a sociedade portuguesa", disse o administrador.

"Qualquer governo sério tem sempre um conselho empresarial que o aconselha", reforçou.

"Temos tudo o que é preciso para desenvolver este país. Só há uma solução, que é cortar a dívida e o défice público", concluiu.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2897529&page=-1

Diluição mensal de um subsídio.

Governo quer avançar já em janeiro com diluição mensal de um subsídio.


O Governo quer garantir que "já em janeiro" avance a diluição de, pelo menos, um dos subsídios (férias ou Natal) atribuídos ao setor privado através do regime de duodécimos, conforme está previsto para a Função Pública.

O anúncio foi feito pelo ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, no final de uma reunião em sede de concertação social.

Governo quer avançar já em janeiro com diluição mensal de um subsídio

"Foi estabelecido o compromisso do Governo com os parceiros sociais de iniciarmos um diálogo que permita já em 2013 poder fazer a divisão do subsídio de férias ou do subsídio de Natal ao longo dos 12 meses de forma a garantir que já em janeiro não exista uma diminuição do salário líquido das famílias em Portugal e para garantir também que na tesouraria das empresas não há picos de pagamentos", anunciou Mota Soares.

Por esclarecer ficou, da parte do governante, se será diluído pelos 12 meses apenas um dos subsídios ou ambos - de férias e de Natal. Esta é uma questão que ainda vai ser discutida com os parceiros sociais.

"Vamos começar já muito rapidamente o diálogo com os parceiros sociais relativamente a esta matéria", adiantou Mota Soares, salientando tratar-se de um "diálogo que se vai iniciar agora e que o Governo quer fazer com a máxima rapidez".

De acordo com o Código do Trabalho (CT), o empregador terá de pagar o subsídio de Natal até 15 de dezembro. No caso de Governo e parceiros sociais acordarem que este pagamento seja facultativo - e não obrigatório por parte das empresas - não haverá necessidade de alterar a legislação laboral em vigor.

Já no caso do subsídio de férias - que tem de ser pago até ao período máximo escolhido pelo trabalhador para gozo de férias - caso o Executivo decida que esta prestação também seja paga em duodécimos, ao longo do ano, aí terá de haver, além do acordo prévio do trabalhador, uma alteração ao CT.

No entender do secretário-geral da UGT, João Proença, "nada está ainda definido", mas a UGT entende tratar-se de "uma medida correta" recorrer ao pagamento de pelo menos um subsídio no setor privado através de duodécimos, à semelhança do que está previsto no Orçamento do Estado para 2013 para os trabalhadores da função pública.

Ao contrário, Arménio Carlos, da CGTP, discorda desta possibilidade, considerando que "o pagamento em duodécimos põe em causa a atualização anual dos salários".

"Vamos ter mais um ano de recessão e esta medida (hoje anunciada) é uma forma de iludir a opinião pública", argumentou Arménio Carlos.

O Rosto do Desemprego - 161

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Nome   António Mendes

Idade   49 anos

Naturalidade/Residência   Angola / Amadora

For­mação   téc­nico desportivo

Última profis­são   téc­nico desportivo

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde setem­bro de 2012

Agre­gado famil­iar   vive com com­pan­heira e seu filho

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “tra­bal­hei até agosto, já estava há 21 no mesmo local de tra­balho. cumpri as férias e fiquei desem­pre­gado. um colega arranjou-me um tra­balho para fazer sub­sti­tu­ições em breve, mas em ter­mos psi­cológi­cos afectou-me muito porque isto está lig­ado a difi­cul­dades financeiras”

Per­spec­ti­vas de futuro  “não desisto. tento ter a moral em cima. ape­sar de estar sem­pre lig­ado ao meio desportivo não tenho qual­quer prob­lema em fazer um outro tra­balho desde que não me faça mal à saúde”

O Rosto do Desemprego - 160

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Nome   Wharly Rodrigues

Idade   32 anos

Naturalidade/Residência   Brasil / Lis­boa

For­mação   11º ano

Última profis­são   assis­tente de gabi­nete de den­tista

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde fevereiro de 2012

Agre­gado famil­iar   vive soz­inho

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “perde-se a autoes­tima. perde-se de tudo um pouco. as pes­soas per­dem a cred­i­bil­i­dade em ti. não te chamam, não fazem muito con­vívio. ficam com um pouco de receio. é muito com­pli­cado no aspecto psi­cológico. no meu caso senti tudo isso. tenho de cor­tar em muita coisa no super­me­r­cado. há sem­pre alguma coisa que se pode tirar. com o sub­sidio é só mesmo para o básico do básico  ”

Per­spec­ti­vas de futuro  “sai agora de uma for­mação do cen­tro de emprego e as expec­ta­ti­vas não são boas. não fui con­tac­tado para nen­hum entre­vista nestes 8 meses. os meus cole­gas dizem que não há cred­i­bil­i­dade e as empre­sas não con­fiam. é muito con­fuso para as empre­sas. muito vago. na minha área já desisti de procu­rar emprego. não posso ficar à espera. senão começo a enfer­ru­jar. perde-se o hábito e o cos­tume, e a cabeça fun­ciona mais lenta­mente. a menos que você seja muito activo nesse tempo, e é o que eu tento ser. mas mesmo assim não é o sufi­ciente. o tra­balho é muito impor­tante. quer profis­sion­al­mente quer psi­co­logi­ca­mente, para a dig­nidade da pessoa”

14/11/12

Sete detidos e 48 feridos junto ao Parlamento

Sete pessoas detidas pelo crime de desobediência e 48 feridos é o balanço provisório dos confrontos que ocorreram junto ao Parlamento, após uma carga policial para desmobilizar centenas de manifestantes, que lançaram pedras e diversos objetos sobre os agentes policiais.

Sete detidos e 48 feridos junto ao Parlamento

O porta-voz do comando metropolitano de Lisboa da PSP, subcomissário Jairo Campos, fez ao jornalistas o balanço provisório até as 20.55 horas do incidente ocorridos em dia de greve geral, junto ao Parlamento, tendo adiantado que as sete pessoas detidas vão quinta-feira a tribunal.

Jairo Campos explicou que, antes da carga policial, os elementos do corpo de intervenção da PSP fizeram duas advertências para os manifestantes dispersarem e estes não abandonaram o local.

Segundo o porta-voz, cinco pessoas foram detidas junto ao parlamento e outras duas nas imediações.

Dos 48 feridos ligeiros, 21 são elementos da PSP e 27 são manifestantes.

De entre os elementos da PSP feridos dois necessitaram de tratamento hospitalar e 17 manifestantes.

Jairo Campos disse ainda que os ferimentos dos polícias se deveram as arremesso de pedras da calçada por parte dos manifestantes.

A PSP identificou várias pessoas, estando agora a averiguar a sua intervenção nos confrontos.

Questionado sobre a ação da polícia nas próximas horas, a mesma fonte disse apenas que a PSP está preparada para a possibilidade de ocorrerem mais distúrbios durante a noite, não adiantando se foi decidido algum reforço policial para a AR e zona próximas.

A PSP marcou uma conferência de imprensa para quinta-feira, às 15.00 horas, na direção nacional em Lisboa para fazer o balanço final dos incidentes.

Ministro Miguel Macedo elogia "serenidade" e "firmeza" da PSP

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, criticou o "comportamento de meia dúzia de profissionais da desordem" nos distúrbios ocorridos junto ao Parlamento e elogiou a "serenidade" e a "firmeza" dos agentes da PSP.

Ministro Miguel Macedo elogia "serenidade" e "firmeza" da PSP


Numa declaração à Imprensa, cerca das 20.30 horas, o ministro da Administração Interna começou por frisar que os distúrbios ocorridos em frente à Assembleia da República em nada estiveram relacionados com a manifestação da CGTP que ali terminou, vinda do Rossio, por ocasião da greve geral.

O governante atribuiu a responsabilidade pelos distúrbios ao "comportamento de meia dúzia de profissionais da desordem" e elogiou firmeza da atuação das forças de segurança, em particular a PSP, pelo profissionalismo, pela serenidade e pela firmeza quando foi inevitável intervir".

A polícia iniciou, cerca das 18:20 horas, uma carga contra os manifestantes que se encontravam junto à Assembleia da República, utilizando bastões e cães para afastar as pessoas da escadaria.

Os elementos do corpo de intervenção da PSP, depois de ter avisado por megafone os manifestantes para dispersarem, desceram as escadas e avançaram com bastões para os manifestantes que atiravam pedras da calçada contra as forças policiais desde as 17.00 horas. Em resultado dos confrontos houve várias detenções e vários feridos.

Mais tarde, depois das 19.00 horas, o corpo de intervenção da PSP fez mesmo vários disparos no final da avenida D. Carlos I, em Lisboa, para dispersar os manifestantes que aí se tinham concentrado depois de terem sido afastados do largo junto ao parlamento.

O Rosto do Desemprego - 159

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Nome  Madalena Cunha

Idade   50 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Lis­boa

For­mação   mestre em psi­co­pa­tolo­gia e psi­colo­gia clínica

Última profis­são   direc­tora téc­nica de empresa de apoio domi­cil­iário

Há quanto tempo desem­pre­gado   10 anos, desde de 2002

Agre­gado famil­iar   dois fil­hos depen­dentes, a estu­dar

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “não há rotina de se lev­an­tar e ir tra­bal­har, não se tem a vida orga­ni­zada. o estar sem uma orga­ni­za­ção externa exige um esforço pes­soal muito grande. exige da pes­soa muita saúde men­tal, ser cria­tivo, con­seguir usufruir das coisas. exige dis­ci­plina. não estar deprim­ida. o que não acon­tece com as pes­soas que estão desem­pre­gadas, que se estão a sen­tir muito desprezadas e muito enjeitadas. as pes­soas estão sem­pre amachu­cadas. não há cá pes­soas com óptima onda nestes gru­pos. é muito raro isso acontecer”

Per­spec­ti­vas de futuro  “não sei. enco­rajo muito os meus fil­hos a sair daqui. porque acho que este país está arru­inado para a 50 anos. e eu gostava imenso de me ir emb­ora daqui. imenso ”

O Rosto do Desemprego - 158

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Nome   Flávio Ricardo Silva Lameda

Idade   19 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Lis­boa — Gal­in­heiras

For­mação   12º ano e 2 cur­sos infor­mática

Última profis­são   está­gio em empresa iap­mei

Há quanto tempo desem­pre­gado   Julho de 2012

Agre­gado famil­iar   vive com avó, mãe e irmã

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “tenho ficado sem fazer nada desde que acabei a escola, ando à procura de tra­balho. envio cur­rícu­los. saio menos, porque há menos din­heiro gasto muito menos”

Per­spec­ti­vas de futuro  “espero que mel­hore o meu futuro. tra­balho em qual­quer coisa, desde que apareça. se apare­cer alguma opor­tu­nidade para emi­grar tam­bém estaria dis­posto. teria de ver, se fosse o mel­hor para mim”

Carga policial na Assembleia da Republica

O Corpo de Intervenção da PSP avançou, ao final da tarde desta quarta-feira, sobre as centenas de pessoas que estavam concentradas em frente à Assembleia da República. Antes, os manifestantes atiraram pedras da calçada e outros objetos contra as forças policiais. Houve várias detenções e vários feridos. Caixotes do lixo foram incendiados junto de vários veículos estacionados.

Carga policial dispersa manifestantes na AR após 'ataque' com pedras

A resposta da polícia aconteceu cerca das 18.20 horas, mais de uma hora depois dos manifestantes que estavam concentrados à frente da Assembleia da República terem derrubado as barreiras de proteção colocadas junto à escadaria, levantado paralelos e arremessado pedras da calçada e outros objetos contra a PSP.

Antes de dispersarem os manifestantes à bastonada e com auxílio de cães, os agentes já tinham afastado o grupo que se encontrava na primeira linha dos protestos. A meio da escadaria um elemento da polícia filmava os manifestantes, concentrando-se na zona de onde eram atiradas as pedras e garrafas.

Carga policial dispersa manifestantes na AR após 'ataque' com pedras


Uma dezena de manifestantes chegou a subir os primeiros degraus das escadarias e colocou-se como "barreira" entre os outros manifestantes e a polícia, incentivando o fim do arremesso de objetos. Ação que foi insuficiente e não evitou os confrontos que se seguiram.

Depois dos avisos por megafone para os manifestantes dispersarem terem sido ignorados, os elementos do corpo de intervenção da PSP desceram as escadarias e avançaram com bastões e cães.

Em poucos minutos, a carga policial dispersou centenas de manifestantes e, na fuga, foram incendiados caixotes do lixo na Avenida D. Carlos, junto a vários veículos ali estacionados.

Carga policial dispersa manifestantes na AR após 'ataque' com pedras


Em resultado dos confrontos houve várias detenções e vários feridos, entre polícias e manifestantes.

Segundo o subcomissário Jairo Campos, porta-voz do Comando Metropolitano de Lisboa, a carga policial sobre os manifestantes ocorreu devido ao constante arremesso de pedras contra os elementos do Corpo de Intervenção.

A carga policial foi "a medida mais adequada para poder por termo à ameaça à integridade física dos agentes que estavam na primeira linha e que foram provocados durante 45 minutos", acrescentou.

A manifestação convocada pela CGTP chegou pelas 15.30 horas à Assembleia da República, em Lisboa, com milhares de cidadãos a entoar cânticos contra o Governo e as medidas de austeridade.

"É preciso, é urgente, correr com esta gente" ou "Abril de novo, com a força do povo", foram algumas das frases mais ouvidas no percurso dos manifestantes que se iniciou no Rossio.

Em dia de greve geral, foram vários os movimentos sociais que se juntaram ao desfile de protesto promovido pela CGTP, a par dos estivadores (trabalhadores dos portos), que começaram por se concentrar no Cais do Sodré.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2886087&page=-1


O Rosto do Desemprego - 157

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Nome   Fer­nando Figueiredo

Idade   27 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Lis­boa

For­mação   ani­mação e tur­ismo– natureza e aven­tura / mon­i­tor sócio-cultural

Última profis­são   mon­i­tor sócio-cultural e nadador sal­vador

Há quanto tempo desem­pre­gado   cerca de um ano

Agre­gado famil­iar   vive soz­inho

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “vou fazendo uns tra­bal­hos, não vou. tem dado para sobre­viver. feliz­mente não tenho fil­hos. saio menos e vou mais vezes ter com a minha mãe para me aju­dar de alguma maneira  ”

Per­spec­ti­vas de futuro  “em Por­tu­gal não tenho quais­quer per­spec­ti­vas de futuro. espero sair do país o mais rap­i­da­mente pos­sível, assim que con­seguir din­heiro “piro-me daqui”. Brasil , como estou na área de tur­ismo, e lá como vão ter os jogos olímpi­cos e do mundial de fute­bol vai haver muito tra­balho na área de turismo”

A maior carga policial desde o início dos anos 1990

A PSP está a pedir aos oficiais destacados para as esquadras próximas da Assembleia da República, em Lisboa, para que fiquem mais tempo ao serviço, esta quarta-feira, dia de greve geral, devido aos confrontos entre a polícia e os manifestantes.

"A maior carga policial desde o início dos anos 1990"

Contactado pela agência Lusa, Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), explicou que esta é uma "medida preventiva que se percebe", tendo em conta a carga policial que entretanto se desencadeou, "a maior desde o início dos anos 1990".

"Em algumas esquadras próximas da Assembleia, estão a pedir aos polícias para não saírem, porque podem ser precisos, mas isso percebe-se. É um procedimento preventivo normal de reforço para qualquer eventualidade", explicou o sindicalista.

A polícia iniciou, cerca das 18.20 horas, uma carga contra os manifestantes que se encontravam junto ao Parlamento, utilizando bastões e cães para afastar as pessoas da escadaria.

Os elementos do corpo de intervenção da PSP, depois de terem avisado por megafone os manifestantes para dispersarem, desceram as escadas e avançaram com bastões para os manifestantes que atiravam pedras da calçada contra as forças policiais desde as 17.00 horas.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2886435

02/11/12

Portugal vai pedir novo resgate???


A agência de notação financeira Fitch acredita que Portugal vai demorar mais tempo do que o previsto a regressar aos mercados de financiamento internacionais e que necessitará mesmo de um segundo resgate.

"O nosso entendimento é que Portugal vai receber mais ajuda oficial antes de regressar aos mercados", afirma a agência de notação financeira Ficth, em comunicado.

A agência justifica o entendimento de que Portugal vai demorar mais tempo a regressar aos mercados do que setembro de 2013 (o objetivo inicial) com as fracas perspetivas económicas, a dimensão do ajustamento orçamental e a natureza "frágil" da dívida soberana da zona euro.

Seria preciso uma "melhoria significativa do sentimento" dos mercados para Portugal regressar no próximo ano, acrescenta.

A empresa de notação de crédito disse que a emissão de dívida pelo BES, feita a semana passada, é um "sinal" de que os mercados de financiamento podem reabrir para os outros bancos portugueses.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2862817

Tese polémica sobre a TDT

A reitoria da Universidade do Minho (UM) informou, nesta sexta-feira, que os trabalhos desenvolvidos na instituição são da “exclusiva responsabilidade dos estudantes, docentes ou investigadores envolvidos”. A tomada de posição surge dias após a defesa da tese de doutoramento de Sergio Denicoli sobre a implementação da TDT em Portugal.

A UM entende que não lhe compete "assumir responsabilidade" sobre conclusões dos seus investigadores

Sem nunca se referir directamente à tese de Sergio Denicoli, a UM salientou que não lhe compete “influenciar a escolha de temáticas ou de quadros teóricos de referência, bem como assumir responsabilidade sobre os respectivos resultados ou conclusões, os quais se inscrevem no exercício da autonomia de criação intelectual e na esfera de responsabilidade dos seus autores, sejam estudantes ou investigadores”.

No documento, a reitoria daquela instituição salienta: “A Universidade, enquanto instituição pública de ensino superior, enquadra, no âmbito da sua missão e das suas actividades académicas, o desenvolvimento de trabalhos de investigação.”

A resposta surge na sequência da apresentação da tese de doutoramento de Sergio Denicoli, na passada terça-feira. Na investigação, o autor argumenta que “a ANACOM favoreceu a PT” no processo de implementação da Televisão Digital Terrestre, em Portugal. Perante as afirmações de Denicoli, de que existem “fortes indícios” de corrupção, a PT e a ANACOM anunciaram levar o caso a tribunal para “repor o bom nome e a reputação”.

01/11/12

LOL - FMI já está em Portugal a preparar reforma do Estado

O Governo está a preparar a reforma do Estado anunciada na passada semana por Passos Coelho com a ajuda de técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) que já estão em Portugal e já tiveram reuniões com membros do Executivo, revelou nesta quarta-feira Marques Mendes.

No seu habitual comentário no programa Política Mesmo, na TVI24, Mendes afirmou que as reuniões dos técnicos do FMI tiveram lugar nos ministérios da Administração Interna e Defesa.

 

O ex-presidente do PSD afirmou ainda que a reforma vai passar por várias concessões a privados, dando como exemplos as florestas, centros de saúde e os transportes públicos, pela mobilidade especial da função pública e com mais pagamentos por parte dos portugueses na saúde e na educação.

Marques Mendes dá mesmo alguns números sobre os cortes na despesa que vão ser feitos com esta reforma do Estado. No total serão 4 mil milhões de euros: 500 milhões na defesa, justiça e segurança e 3.500 mil milhões na segurança social, saúde e educação.

O também Conselheiro de Estado de Cavaco Silva, afirmou também que o estudo da reforma que está já a ser feito será aprovado em 2013 e aplicado em 2014. Mendes até apontou datas: em Novembro (6ª avaliação) o Governo aponta à troika os princípios essenciais das reformas a fazer e em Fevereiro do próximo ano (7ª avaliação) o Executivo de Passos Coelho apresenta à troika o conjunto de medidas a adoptar.
Mendes tinha, porém, uma “grande crítica” a fazer a Passos: esta reforma chega com um ano de atraso. “O Governo andou a dormir na forma. (…) Se tivesse sido estudada em 2012, aplicava-se em 2013 e evitava-se o assalto fiscal que aí está”, acusou.

O antigo presidente do PSD acrescentou que, há um ano, o Governo tinha um enorme estado de graça e autoridade e hoje tem uma imagem já bastante degradada e a autoridade já não é a mesma.

Porém, concluiu, “antes tarde que nunca”. “Sem esta reforma o País não é nem competitivo nem sustentável.”

Fonte: http://www.publico.pt/Sociedade/fmi-ja-esta-em-portugal-a-preparar-reforma-do-estado-revela-marques-mendes-1569619

O Rosto do Desemprego - 156

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Nome   Hugo Machado

Idade   35 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Lis­boa

For­mação   licen­ci­ado em ciên­cias do mar

Última profis­são   lavagem de pratos

Há quanto tempo desem­pre­gado   agosto de 2011

Agre­gado famil­iar   vive soz­inho

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “a von­tade de seguir uma car­reira e não o poder fazer, como qual­quer pes­soa quer quando acaba o seu curso. ainda tenho a ajuda dos meus pais, se não fos­sem eles estava a pas­sar ainda pior. temos de min­i­mizar as coisas em todos os aspec­tos, ou seja, poupar. acabo por ter a noção que gasto mais do que devo, talvez os políti­cos devessem sen­tir ou pen­sar em fazer o mesmo”

Per­spec­ti­vas de futuro  “são pou­cas. per­spec­ti­vas temos sem­pre muitas. concretiza-las é que não é fácil. é seguir em frente e não perder a esper­ança. já saí do pais ( Dina­marca) foi uma exper­iên­cia enrique­ce­dora, penso que basi­ca­mente é o que se deve fazer hoje em dia”

O Rosto do Desemprego - 155

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Nome   José Valente

Idade   47 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Lis­boa

For­mação   3ª classe

Última profis­são   carpin­teiro

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde agosto de 2012

Agre­gado famil­iar   vive soz­inho

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “não é a primeira vez que estou desem­pre­gado. é difí­cil. aqui não está a dar nada. tento procu­rar mas com está situ­ação não está a resultar”

Per­spec­ti­vas de futuro  “já tra­bal­hei na Ale­manha. se isto con­tin­uar assim não vale a pena ficar. é  esta a minha profis­são, é o que eu quero fazer, aqui ou lá fora”

O Rosto do Desemprego - 154

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Nome   Pedro Silva

Idade   25 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Lis­boa

For­mação   gestão de mar­ket­ing

Última profis­são   tele mar­ket­ing

Há quanto tempo desem­pre­gado   setem­bro de 2012

Agre­gado famil­iar   vive soz­inho

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “ainda não mudou nada na minha vida pois acabei o curso há um mês, pois ainda não estive desem­pre­gado tempo suficiente ”

Per­spec­ti­vas de futuro  “estou a ten­tar con­seguir um está­gio profis­sional em Por­tu­gal ou no estrangeiro. não acho que a situ­ação vá mel­ho­rar por cá, por isso é que estou a ten­tar sair. aqui em Por­tu­gal não tenho esper­ança nen­huma, muito sinceramente ”

16/10/12

Gaspar desafia deputados a proporem cortes na despesa do Estado

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, pediu aos deputados do PSD e do CDS-PP para apresentarem propostas para cortes da despesa do Estado entre 500 milhões a 1000 milhões de euros.

O ministro respondia assim a deputados da maioria que o interpelaram sobre a abertura do Governo para propostas ao Orçamento do Estado para 2013.

Vítor Gaspar falava durante uma reunião no Parlamento entre os grupos parlamentares do PSD e CDS-PP, na qual esteve também presente o ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.



Ambos os governantes foram ao Parlamento entregar, na segunda-feira, a proposta do Governo para o Orçamento do Estado 2013. Mais tarde, durante a apresentação pública do documento, o responsável pela pasta das Finanças viria a declarar que “esta proposta para 2013 é a única possível”, defendendo que Portugal não tem “qualquer margem de manobra” para mudar o rumo.

Apesar de ter dito que pôr em causa o orçamento é pôr em causa o programa de ajustamento e, consequentemente, a credibilidade que diz que o país recuperou junto das autoridades internacionais, Gaspar desafia agora os deputados a fazerem propostas de alteração.

Fonte: http://www.publico.pt/Economia/ministro-desafia-deputados-a-proporem-cortes-na-despesa-do-estado-1567596

Ministro da Economia diz que OE não é melhor estímulo para economia

O ministro da Economia reconheceu, esta terça-feira, que a proposta de Orçamento do Estado para 2013 "não é em termos fiscais o melhor estímulo para a economia", mas defendeu que é o orçamento "necessário" para o país.

Álvaro Santos Pereira classificou ainda o documento como o "mais duro das últimas décadas", em palavras ditas em Lisboa numa conferência sobre "O Estado e a Competitividade da Economia portuguesa", organizada pela Antena 1 e Jornal de Negócios.

As palavras do governante surgem um dia depois de o Executivo ter apresentado o OE para o próximo ano na Assembleia da República.

Ministro da Economia diz que OE não é melhor estímulo para economia


Na conferência desta tarde, o ministro destacou um "forte pacote" de medidas com o intuito de potenciar a economia portuguesa, como novas linhas de crédito para PME, o "IVA de Caixa", para aliviar as restrições de liquidez de caixa das microempresas, e o combate à burocracia no investimento das empresas.

"Acredito nestas medidas e bati-me por elas. São um forte pacote de competitividade e estímulo ao investimento", disse.


"Mentores" do cerco ao Parlamento demarcam-se de desacatos


Os movimentos 15 de Outubro e Sem Emprego, "mentores" da concentração que decorreu segunda-feira, em frente ao Parlamento, demarcam-se dos desacatos que ocorreram no final de um "protesto pacífico", e lamentaram a cobertura dada pela comunicação social.


André Esperança, da Plataforma 15 de Outubro, fez um balanço "positivo" da iniciativa "Cerco a S.Bento! Este não é o nosso orçamento", mas criticou a "imagem totalmente errada do protesto" que vários órgãos de comunicação social passaram aos portugueses em casa.

"Mentores" do cerco ao Parlamento demarcam-se de desacatos

O jovem realçou que a concentração começou às 18 horas de segunda-feira e decorreu de "forma pacífica e ordeira", tendo sido "muito, mas muito mais" do que os desacatos que ocorreram já depois das 23 horas.

"É lamentável que apenas se fale dos desacatos que ocorreram quando o protesto já levava mais de cinco horas", criticou, considerando também "deplorável" que alguma comunicação social tenha "falado em centenas de pessoas quando as imagens mostravam claramente que, no local, estavam vários milhares".

O balanço é, contudo, "claramente positivo no sentido de que não passou em claro a entrega deste Orçamento", que vai criar "extremas dificuldades a milhares de trabalhadores", frisou.

Também Ana Rajado, do Movimento Sem Emprego, considera que a iniciativa fez jus as expectativas: "Foi uma manifestação muito combativa que correu muito bem. As pessoas estavam, de facto, conscientes do que estavam a fazer: a exigir a demissão deste Governo".

O "Cerco a S.Bento" decorreu durante a maior parte do tempo de forma ordeira, mas foi marcado por alguns momentos de maior tensão já durante a noite.

O primeiro foi quando os manifestantes começaram a formar um cordão humano à volta do edifício, derrubando algumas grades colocadas pela polícia e lançando dois petardos.

Mais tarde, perto das 23:00, o Corpo de Intervenção avançou contra alguns manifestantes que arremessaram pedras e garrafas de vidro, primeiro contra o edifício do Parlamento e, depois, contra o contingente policial.


13/10/12

Relvas e Passos e os contratos para a Tecnoforma

Registos da Ordem dos Arquitectos, testemunhos dos seus antigos dirigentes e sobretudo declarações de Relvas e de Passos – as do primeiro de 2004 e as do segundo de há dois meses – mostram que ambos trabalharam em simultâneo com o mesmo objectivo.

Helena Roseta afirmou em Junho, na televisão, que Miguel Relvas tentou convencer a Ordem dos Arquitectos (OA), de que ela era presidente, a candidatar-se, entre 2003 e 2004, a um projecto de formação profissional para arquitectos que trabalhassem nas câmaras municipais. 

Passos tentou vender um projecto de formação idêntico ao que Relvas propôs a Helena Roseta

Relvas era então secretário de Estado da Administração Local e responsável pelo Foral, um programa financiado por fundos europeus e destinado a requalificar o pessoal das autarquias. E terá posto uma condição à Ordem: para o seu projecto ser aprovado teria de subcontratar a sua execução a uma empresa ligada a Passos Coelho. Esta parte da história é conhecida, tal como o facto de Roseta ter afirmado que não tinha nenhuma informação que lhe permitisse dizer que Passos Coelho estava ao corrente das diligências do seu amigo Relvas em favor da empresa.

O trabalho que o PÚBLICO publica neste domingo na sua edição impressa e para assinantes, na sequência de outros dois que publicou na semana passada sobre a Tecnoforma, a empresa de que Passos Coelho era consultor e depois for gestor, mostra que, afinal, Passos tentou vender àquela entidade um projecto de formação profissional com contornos muito próximos daquele que Relvas propusera à Roseta.

A reunião entre o secretário de Estado e Helena Roseta ocorreu a meio do mês de Dezembro de 2003. Passos Coelho solicitou uma reunião à então presidente da Ordem menos de um mês depois. E Roseta, que tinha ficado desagradada com a conversa de Relvas – embora não lhe tenha dado uma resposta imediata porque a área da formação profissional dependia das secções regionais da Ordem –, escusou-se a recebê-lo.

Passos Coelho acabou por ser recebido por Leonor Cintra Gomes, também dirigente nacional da Ordem, e apresentou-lhe um projecto de protocolo que visava a colaboração entre a Tecnoforma e a OA, com vista à apresentação de candidaturas ao programa Foral.

Documentos guardados nos arquivos da Ordem, conjugados com testemunhos de alguns dos seus antigos dirigentes e funcionários, e com declarações de Relvas de 2004 e de Passso Coelho de há dois meses, não deixam agora margem para dúvidas. O actual primeiro-ministro e o seu ministro adjunto actuaram em simultâneo, com um objectivo coincidente: levar a Ordem dos Arquitectos a candidatar-se a um projecto de formação de arquitectos, no quadro do Foral, para prepararem planos de emergência e segurança de edifícios públicos.

Roseta diz que Relvas fez depender a viabilização do projecto que lhe foi apresentado da contratação da Tecnoforma. A informação agora reunida mostra que Passso Coelho apresentou à Ordem, pouco depois, um protocolo exactamente com a mesma finalidade do acordo proposto por Relvas a Roseta.

Passos Coelho diz que a Ordem dos Arquitectos recusou tudo, mas não há registos de que o tenha chegado a fazer formalmente.

Milhares contra a austeridade

Poesia, palavras de ordem, Zeca Afonso e Beethoven passaram pelo palco montado na Praça de Espanha, em Lisboa, numa manifestação cultural contra a austeridade, à qual muitos pais levaram os filhos por temerem o futuro que terão. O cenário repetiu-se em várias cidades de norte a sul do país.

Poesia, palavras de ordem e música juntaram milhares contra a austeridade
Praça de Espanha cheia em protesto cultural contra a austeridade

Cerca de 10 mil pessoas assistem pacificamente aos concertos do protesto "Cultura é Resistência", na Praça de Espanha, em Lisboa, que já levou ao palco também a música de José Afonso, a poesia de Álvaro de Campos e apelos à demissão do Governo.

O maestro Claudio Hochman classificou a iniciativa como "uma manifestação cultural, suprapartidária, suprassindical". Entre a assistência, estava o músico Luís Varatojo, fundador de A Naifa, que disse à agência Lusa que participará no protesto para "correr com os incompetentes que governam cá dentro e lá fora". E acrescentou: "nunca fomos dependentes de subsídios do Estado e o que o Governo está a fazer é a destruição total da economia e a matar a iniciativa provada".

Ana Bacalhau e José Pedro Leitão, dos Deolinda, afirmaram à Lusa que sentiram necessidade de mostrar o descontentamento, tal como qualquer outro cidadão. "O que o Governo está a fazer é mais um golpe à criação. Para tomar atitudes é preciso ter ideias e criatividade e magoar o menos possível as pessoas", disse a vocalista do grupo.

Poesia, palavras de ordem e música juntaram milhares contra a austeridade
"Coelho esfolado" no protesto que decorreu no Porto

Pedro Gonçalves, contrabaixista dos Dead Combo, alertou para o facto de a situação estar a tornar-se "insustentável". "Eu não vejo isto hoje como uma manifestação de artistas. É um projeto e é essa a maneira de nos expressarmos, disse o músico dos Dead Combo, que irá interpretar hoje com o fadista Camané os temas "Inquietação", de José Mário Branco, e "Vendaval", de Tony de Matos.

Artistas portugueses saíram à rua, este sábado, em Lisboa e em mais de duas dezenas de localidades no país para protestar contra as medidas de austeridade.


O Rosto do Desemprego - 153

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Nome   Fer­nanda Ramos

Idade   59 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Lis­boa

For­mação   antigo 7º ano Curso Com­er­cial

Última profis­são   área com­er­cial

Há quanto tempo desem­pre­gado   setem­bro de 2011

Agre­gado famil­iar   não tem depen­dentes

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “tenho fil­hos e netos cri­a­dos mas não sei para quê. não sei qual vai ser o futuro deles. tudo mudou. nunca pen­sei chegar a este ponto. só me falta perder a minha dig­nidade, porque o resto já perdi tudo”

Per­spec­ti­vas de futuro  “vejo um tunel, não vejo luz ao fundo do tunel e não vejo nada. deixo pas­sar um dia de cada vez. não há per­spec­ti­vas nem para mim nem para quem nos rodeia, seja em Portuga,l seja qual­quer outro país, uma pes­soa vai emi­grar para onde? os out­ros tam­bém estão mal. qual vai ser o futuro dos fil­hos e netos de todos nós”

O Rosto do Desemprego - 152

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Nome   Levy Luciano Vieira

Idade   37 anos

Naturalidade/Residência   Brasil / Lis­boa

For­mação   segu­rança

Última profis­são   lavador de car­ros

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde maio de 2012

Agre­gado famil­iar   vive soz­inho, a família voltou para o Brasil

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “é a primeira vez que fiquei desem­pre­gado. fica mais difí­cil sobre­viver, com um orde­nado que é mín­imo, para todos os que estão nesta situ­ação. está a ser com­pli­cado. há ajuda das insti­tu­ições, mesmo que se atrase um pouco por vezes, eles aju­dam. desde que fiquei desem­pre­gado tive de diminuir em tudo o que são gas­tos. eu con­sigo “me virar” até apare­cer qual­quer coisa, mas a minha família teve de ir emb­ora porque não con­seguia mantê-la”

Per­spec­ti­vas de futuro  “acred­ito que alguém, algum diri­gente, vai fazer alguma coisa pelo país. enquanto esta­mos vivos há esper­ança. espero encon­trar tra­balho na minha área ou em qual­quer área. uma pes­soa que goste de tra­bal­har, tra­balha em qual­quer coisa. acred­ito que pode mel­ho­rar. por isso não fui emb­ora. sairia se apare­cesse outra opor­tu­nidade mas a intenção não é essa. aqui tem muita coisa. o país não vai mor­rer, isso é óbvio. estão real­mente acon­te­cendo coisas mas “a uma hora” isso vai mel­ho­rar. é impos­sível ficar pior ”

O Rosto do Desemprego - 151

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Nome   Arminda Silva

Idade   50 anos

Naturalidade/Residência   Tomar /Lisboa

For­mação   Téc­nica Admin­is­tra­tiva

Última profis­são   Téc­nica Admin­is­tra­tiva

Há quanto tempo desem­pre­gado   fevereiro de 2008

Agre­gado famil­iar   vive com o filho

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “tudo. a qual­i­dade de vida mudou bas­tante. tive de começar a fazer poupanças, a cor­tar com tudo o que é secundário, a reoga­ni­zar todas as coisas, a pedir apoios e a não os ter. pelo facto de estar desem­pre­gada não tive nen­hum ben­efi­cio no abono do meu filho, nem na ali­men­tação, na escola ou nos livros (…) é uma grande pressão psi­cológ­ica pois estou con­sciente da real­i­dade do país com a crise. faço um esforço enorme em procu­rar tra­balho, saí­das e respostas e procuro econ­o­mizar o mais pos­sível para que não tenha de pedir nada a ninguém (…) psi­co­logi­ca­mente fiquei bas­tante abal­ada, estou a fazer pela primeira vez trata­mento psiquiátrico dev­ido a tudo um con­junto de fac­tores físi­cos rela­ciona­dos com a idade, de ter uma uma cri­ança de 8 anos e ser a única respon­sável por ela. para estar bem tenho de cuidar da minha saúde emo­cional mas não deixa de ser tudo dev­ido à insta­bil­i­dade, pois não tendo segu­rança finan­ceira fica tudo comprometido”

Per­spec­ti­vas de futuro  “um dia de cada vez, já não posso pen­sar mais que o dia de amanhã. se eu tiver amanhã pão na mesa já é bom. já não con­sigo pen­sar para o mês que vem nem para o ano que vem. penso assim. aproveito todas as migal­has que vêm ao meu encon­tro, todos os bis­cates, e pequenos tra­bal­hos que sejam razoáveis (…) emi­grar não penso por não poder levar o meu filho comigo dev­ido a questões famil­iares. já emi­grei e já tra­bal­hei em oito países no pas­sado, não tenho nen­hum prob­lema em o fazer (…) por cá o que aparece é muito mau, os patrões aproveitam-se da nossa situ­ação frag­ilizada, são salários pes­si­mos, são condições pés­si­mas e mesmo assim há sem­pre alguém à nossa frente. enquanto tiver pão na mesa para amanhã vou evi­tar ser mal­tratada  a esse nível, quando não puder aguen­tar mais poderá ter que ser, logo se vê. até eu poder não deixo que nen­hum patrão me ponha os pés em cima, que é o que está a acon­te­cer a muitas mul­heres agora. tenho um filho para criar, tenho de estar bem para o cuidar, pre­firo comer sopa do que ser mal­tratada. a qual­quer momento posso ter de mudar de cenário mas logo se vê. pre­cisamos todos de grandes moti­vações (…) muita paciên­cia e cor­agem para todos os que estão na nossa situ­ação, que somos milhares”

"Não há maior violência do que uma pessoa trabalhar e não receber salário"

O secretário-geral da CGTP destacou, este sábado, a importância da democracia participativa, em resposta a D. José Policarpo, para quem os problemas do país não se resolvem em manifestações de rua. Arménio Carlos sublinhou ainda que "violência é trabalhar e não receber salário", em reação à acusação de incitamento à violência feita pelo primeiro-ministro ao PCP.

"Não há maior violência do que uma pessoa trabalhar e não receber salário"

"A democracia para nós não é só aquela que tem a componente representativa, também a democracia participativa. É fundamental que os cidadãos participem, intervenham e reivindiquem, tanto mais num momento em que este povo está a sofrer ao nível da austeridade e sacrifícios como nunca teve", afirmou Arménio Carlos, este sábado à tarde, no âmbito da marcha convocada pela CGTP entre a Praça da Figueira e a Assembleia da República, em Lisboa.

Esta declaração surge em resposta às afirmações do cardeal Patriarca de Lisboa que defendeu, sexta-feira, em Fátima, que os problemas do país não se resolvem em manifestações de rua e "nem com uma revolução se resolvia".

Tachos e panelas contra a "troika" no Porto

Centenas de manifestantes com tachos e panelas juntaram-se, pelas 17.00 horas, à manifestação cultural "Que se lixe a Troika! Queremos as Nossas Vidas!" na Praça D. João I, no Porto, onde já se encontravam várias dezenas de pessoas.

Tachos e panelas contra a "troika" no Porto

A praça a D. João I é o palco da manifestação cultural que ocorre em vários pontos do país, onde cantores e músicos protestam contra as medidas de austeridade.

À manifestação cultural juntou-se o movimento internacional "Global Noise", com recurso a tachos e panelas, que, pelas 15.00 horas, se começou a concentrar na praça da Batalha, no Porto.

Os primeiros grupos já tinham começado a atuar no palco montado, onde afixadas estão várias faixas de protesto, quando o barulho de tachos e panelas interrompeu a música na praça já lotada.

A presidir à marcha dos tachos e panelas estava um jovem vestido de sacerdote, transportando uma cruz com um coelho verdadeiro esfolado e crucificado.

Confirmados para atuar na manifestação cultural do Porto estão Clã, Olive Tree Dance, António Capelo, O Silêncio da Gaveta, ACE-Academia Contemporânea do Espetáculo, Palmilha Dentada, Osso Vaidoso, Vozes ao Alto, Faculdade de Belas, Artes das Caxinas, Óscar Branco, As 3 Marias, Helena Sarmento, Nuno Prata, Retimbrar e Manuel Cruz.

Manifestantes pedem demissão do Governo e direito ao trabalho


Milhares de manifestantes que integram uma marcha organizada pela CGTP-IN estão concentrados em frente à Assembleia da República, depois de uma marcha desde a Praça da Figueira em que exigiram a demissão do Governo e o direito ao emprego.

Os manifestantes desta marcha contra o desemprego, promovida pela CGTP-IN, chegaram à Praça da Figueira com mais de uma hora de atraso em dois grupos distintos: Um vindo do Cais do Sodré, através da Rua da Prata, com cidadãos vindos da zona Sul; e um segundo vindo de Norte, da Alameda Afonso Henriques, através da Avenida Almirante Reis e do Martim Moniz.

Manifestantes pedem demissão do Governo e direito ao trabalho

A coluna Norte foi a primeira a aproximar-se da Praça da Figueira, com milhares de manifestantes a cantarem "está na hora, está na hora de o Governo ir embora".

Em simultâneo, na coluna do Sul, na Rua da Prata, os manifestantes gritavam "o povo unido jamais será vencido", ou "quem trabalha não desarma", ou, ainda, "trabalho sim desemprego não".

Na Praça da Figueira, local da concentração, que depois de dirigirá pela Calçada do Combro até à Assembleia da República - onde o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, discursará -, estiveram desde as 15.30 horas centenas de cidadãos a aguardar as duas colunas do protesto.

Alguns cidadãos trouxeram cartazes com acusações ao "Governo ladrão (que) rouba o povo e a não", mas também ao próprio cardeal patriarca, que advertiu para eventuais consequências negativas dos protestos de rua.

"D. Policarpo fala de barriga cheia", referia-se num cartaz transportado por um cidadão idoso.

Um grupo de "amigos do cânhamo" aproveitou o protesto da CGTP-IN para promover o seu encontro nacional, no próximo dia 27, no qual se pretende defender as "qualidades medicinais do cannabis".

A marcha da CGTP-IN contra o desemprego começou no passado dia 5 com uma parte dos participantes a partirem de Braga, passando depois por concelhos como Matosinhos, Porto, Gaia, Feira, Aveiro, Coimbra, Figueira da Foz, Leiria, Marinha Grande, Tomar, Entroncamento e Vila Franca de Xira.

Em simultâneo, outros manifestantes partiram de Vila Real de Santos António, percorrendo o Algarve (desde Tavira a Lagos), Castro Verde, Aljustrel, Moura, Serpa, Beja, Vidigueira, Montemor-o-Novo, Alcácer do Sal, Grândola, Setúbal, Moita, Barreiro, Seixal e Almada.

Para as próximas semanas, a CGTP-IN convocou já uma greve geral para 14 de novembro e agendou uma ação de rua para dia 31 de outubro, coincidindo com a votação na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2013.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=2826871&page=-1


Paul Krugman e o fim da crise

Paul Krugman. Era possível acabar com esta crise já. Se “eles” quisessem
Os instrumentos económicos existem mas a opinião política dominante proíbe o fim da crise. Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia, apela ao fim dessa corrente austeritária, sacrificial e assassina de empregos. Ana Sá Lopes leu e gostava de assinar por baixo.

Paul Krugman

Nestes últimos três anos caiu-nos uma depressão em cima da cabeça, e o que fizemos? Procurámos culpados. O “viver acima das nossas possibilidades” e “os malefícios do endividamento” são duas cantigas populares dos últimos anos. E, no entanto, antes de a crise ter rebentado na América e de se ter propagado à Europa, o nível de endividamento de alguns dos países do sul da Europa, como Portugal e Espanha, tinha vindo a reduzir-se. Os gráficos estão lá e mostram que sim (como mostram que o gigante alemão também está fortemente endividado). Mas porque é que as pessoas não querem acreditar nisto? Nem sequer apreender o facto de terem sido “praticamente todos os principais governos” que, “nos terríveis meses que se seguiram à queda do banco de investimento Lehman Brothers, concordaram em que o súbito colapso das despesas do sector privado teria de ser contrabalançado e viraram-se então para uma política orçamental e monetária expansionista num esforço para limitar os danos”? A Comissão Europeia e a Alemanha estavam “lá”. E, de repente, tudo mudou.

Uma das maiores dificuldades de lidar com esta crise é, em primeiro lugar, o facto natural de tanto o cidadão comum como Jesus Cristo não perceberem nada de finanças, a menos quando lhe vão ao seu próprio bolso (ou perde o emprego). A outra é o poder da narrativa do “vivemos acima das nossas possibilidades”, aquilo a que Krugman chama a “narrativa distorcida” europeia , “um relato falso sobre as causas da crise que impede verdadeiras soluções e conduz de facto a medidas políticas que só pioram a situação”. Krugman ataca “uma narrativa absolutamente errada”, consciente de que “as pessoas que apregoam esta doutrina estão tão relutantes como a direita americana em ouvir a evidência do contrário”.

12/10/12

Oa auxilios de Relva a Passos

Relvas ajudou empresa ligada a Passos a ter monopólio de formação em aeródromos do Centro

O projecto aprovado em 2004, no valor de 1,2 milhões de euros, destinava-se a formar centenas de técnicos municipais para trabalharem em sete pistas de aviação, parte delas fechadas, e em dois heliportos da região Centro. No total, estas pistas tinham dez funcionários, agora têm sete.

O programa Foral era tutelado por Miguel Relvas, então secretário de Estado da Administração Local

A Tecnoforma, empresa de que Passos Coelho foi consultor e depois gestor, conseguiu fazer aprovar na Comissão de Coordenação Regional do Centro (CCDRC), em 2004, um projecto financiado pelo programa Foral para formar centenas de funcionários municipais para funções em aeródromos daquela região que não existiam e nada previa que viessem a existir. Nas restantes quatro regiões do país a empresa apresentou projectos com o mesmo objectivo, mas foram todos rejeitados por não cumprirem os requisitos legais. As cinco candidaturas tinham como justificação principal as acrescidas exigências de segurança resultantes dos ataques às torres gémeas de Setembro de 2001.

O programa Foral era tutelado por Miguel Relvas, então secretário de Estado da Administração Local, e na região Centro o gestor do programa Foral (e presidente da CCDRC) era o antigo deputado do PSD Paulo Pereira Coelho, que foi contemporâneo de Passos Coelho e de Relvas na direcção da Juventude Social Democrata (ver PÚBLICO de segunda-feira).

O projecto da Tecnoforma destinado a formar técnicos para os aeródromos e heliportos municipais espalhados pelo país começou a ser preparado no início de 2003, deparando-se desde logo com dificuldades várias ao nível da aprovação dos cursos pelo Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), a única entidade que os podia homologar, e da possibilidade de ser financiado pelos fundos europeus do programa Foral.

No Verão desse ano, a administração da Tecnoforma negociou o assunto com a secretaria de Estado da Administração Local e a 31 de Julho escreveu ao seu titular, Miguel Relvas, ao cuidado da sua então secretário pessoal (Helena Belmar), que agora ocupa as mesmas funções no gabinete de Passos Coelho. “Na sequência das reuniões que têm vindo a ser realizadas com a área dos Transportes e com a Secretaria de Estado da Administração Local fomos incumbidos de apresentar um projecto nacional” de formação de técnicos de aeródromos e heliportos municipais, lê-se no ofício.

Seis meses depois, a 23 de Janeiro de 2003, Miguel Relvas e Jorge Costa, então secretário de Estado das Obras Públicas (com a tutela do INAC) assinaram um protocolo que visava criar as condições para que o INAC aprovasse um conjunto de cursos para técnicos de aeródromos e heliportos municipais, que eram, palavra por palavra, os anteriormente propostos pelas Tecnoforma; e arranjar maneira de o programa Foral os pagar.

A visão de Marques Mendes

O ex-líder social-democrata Luís Marques Mendes afirmou, quinta-feira à noite, que o Orçamento para 2013 inclui "vários recuos" e recomendou ao Governo que, no futuro, pense um "bocadinho melhor antes de anunciar" para não ter de rever as propostas.

Marques Mendes diz que Governo deve pensar melhor as medidas antes de as anunciar

"O que eu recomendaria ao Governo é que, apesar de tudo, no futuro pensasse um bocadinho melhor antes de anunciar de forma a que não se crie esta ideia de 'eu anuncio agora para recuar a seguir'. É muito mediático, mas não é muito credível", afirmou Marques Mendes em Ponta Delgada, à entrada do comício de encerramento da campanha eleitoral do PSD nas eleições regionais açorianas.

"Há uma semana, achei que o programa apresentado tinha sobretudo três vícios: tinha impostos a mais, cortes de despesa a menos e tinha pouco de economia", mas, "daquilo que conheço até ao momento, acho que houve alguns recuos significativos", disse Marques Mendes, elogiando em particular o "recuo total" do aumento do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis).

Além disso, Marques Mendes elogiou "algumas medidas no domínio do emprego", com "estágios profissionais pagos a 100 por cento" para casos de famílias monoparentais ou casais desempregados com filhos.

"A sensação que eu tenho é que a coligação teve os seus problemas, mas ultrapassou-os", considerou o agora comentador político, que criticou a estratégia do Governo na elaboração do orçamento do próximo ano.

"Esta moda que é anunciar primeiro e recuar depois foi bom agora mas não deve repetir-se", concluiu.

A versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado (OE), a que a Lusa teve hoje acesso, resulta da reunião do Conselho de Ministros de quarta-feira e trata-se de um documento que ainda pode ser alterado.

A proposta de Orçamento deverá ser entregue no Parlamento na segunda-feira, dia 15 de outubro.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=2823540&page=-1

Bagão Félix sobre as medidas de austeridade

Bagão Félix define como "napalm fiscal" as alterações ao IRS constantes da proposta de Orçamento de Estado para 2013. "Assim, não vale a pena trabalhar", disse o ex-ministro.

"Isto é napalm fiscal" e "assim não vale a pena trabalhar", diz Bagão Félix

"Isto é um terramoto. Só falta saber se é 7 na escala de Ritcher, que é destruidor, se 8, que é arrasador", disse Bagão Félix, ao comentar as propostas de orçamento de estado, nomeadamente ao nível do IRS.

"Isto é napalm fiscal, que destrói a economia", acrescentou o ex-ministro da Solidariedade Social, em declarações à SIC Notícias.

Bagão Félix deu vários exemplos do que acontece com a alteração dos escalões do IRS, acrescidos da sobretaxa de 4%. Somando a TSU, em alguns casos o rendimento líquido não chega a 48%; o resto, mais de 52%, vai para o estado.

"Assim, parece que não vale a pena trabalhar", disse Bagão Félix, deixando um desabafo: "Fisco considera que quem ganha 1200 euros por mês é rico."

Segundo o ex-ministro do CDS, em muitos casos, o corte salarial é superior aos 7% previstos com a alteração da TSU. No entanto, Bagão Félix sublinhou que a alteração da Taxa Social Única "não era para combater o défice, era tirar de um lado e dar ao outro", pelo que se tivesse avançado este novo pacote de austeridade também aconteceria.

Bagão Félix considerou, ainda, que "o ministro das Finanças não foi correto" ao dizer que ia devolver um dos subsídios cortados aos funcionários públicos e pensionistas, porque com as alterações no IRS e a sobretaxa "não chegam a recebê-lo".

O ex-ministro considerou "perigoso para a democracia" que "haja um distanciamento cada vez maior entre o programa apresentado pelos partidos políticos nas eleições e o que fazem no Governo".

O Rosto do Desemprego - 150

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Nome   Diogo Alves

Idade   18 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Por­tu­gal

For­mação   12º ano

Última profis­são   está­gio de for­mação de curso profis­sional de infor­mática

Há quanto tempo desem­pre­gado   junho de 2012

Agre­gado famil­iar   vive com pai e irmão

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “as despe­sas aumen­taram, din­heiro é com­pli­cado, não há din­heiro não dá para com­prar nada não há saí­das ou via­gens, só casa”

Per­spec­ti­vas de futuro  “ten­tar arran­jar um emprego, em qual­quer área, pos­sivel­mente não na minha, pois pedem exper­iên­cia profis­sional de um ano, coisa que eu não tenho, por isso hoje em dia vou para qual­quer uma área que ofer­eça trabalho”

O Rosto do Desemprego - 149

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Nome   Joana Rocha

Idade   37 anos

Naturalidade/Residência   Figueira da Foz /Lisboa

For­mação   Licen­ci­ada em Lín­guas e Lit­er­at­uras Modernas

Última profis­são   pro­fes­sora

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde Agosto de 2012

Agre­gado famil­iar   casada, tem dois fil­hos

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “não foi a primeira vez que fiquei desem­pre­gada. aprendi a gerir um pouco os dias e ten­tar não” trepar pelas pare­des” mas é um pouco difí­cil de gerir pois a sen­sação que se tem é de inutil­i­dade com­pleta, sentimo-nos muito vazios por den­tro e sen­ti­mos que não somos úteis, porque eu gosto mesmo de dar aulas”

Per­spec­ti­vas de futuro  “não tenho. procu­rar viver o dia-a-dia na medida das pos­si­bil­i­dades. agarrar-me aos meus fil­hos o mais que posso e pen­sar que por eles tenho de fazer um esforço todos os dias para ser forte e con­seguir dar-lhes aquilo que eles mere­cem. permitir-lhes dar uma for­mação. tenho alguma esper­ança de con­tin­uar a dar aulas emb­ora dimin­uta, pois todos os anos fico com mais tempo de serviço mas fico mais para trás em ter­mos de grad­u­ação (…) encaro out­ras hipóte­ses de tra­balho, desde servir café a lavar escadas se for pre­ciso, desde que isso me per­mita dar aos meus fil­hos uma vida condigna (…) se eu fosse mais nova já teria encar­ado a hipótese de emi­grar, se cal­har devia tê-lo feito noutra altura em que ainda não tinha con­sti­tuído família”

O Rosto do Desemprego - 148

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Nome   Celise Sousa

Idade   49 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Oli­vais

For­mação   fre­quên­cia do 1º ano com­ple­men­tar, antigo 10º

Última profis­são   aju­dante famil­iar

Há quanto tempo desem­pre­gado  desde final de 2005

Agre­gado famil­iar   vive soz­inha

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “mudou tudo. não con­sigo fazer uma refeição decente. tiraram-me 1/4 do rendi­mento mín­imo (social) de inserção. neste momento vivo com 143 euros por mês para pagar água, luz, comer e vestir. emprego, nada. no cen­tro de emprego nada, cur­sos e for­mação nada, fecharam tudo”

Per­spec­ti­vas de futuro  “tenho impressão que ainda vamos bater ainda mais em baixo(…) não vejo per­spec­ti­vas. para emi­grar tenho 50 anos… é ficar sen­tada na sala a ver tele­visão, se é que haverá din­heiro para pagar a elec­t­ri­ci­dade. se apare­cer alguma opor­tu­nidade de tra­balho era já. nem que fosse limpezas, fosse o que fosse ia já”

O Rosto do Desemprego - 147

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Nome   Ana Rita Silva

Idade   19 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Lis­boa

For­mação   12º ano

Última profis­são   caixa de cin­ema

Há quanto tempo desem­pre­gado   maio de 2012

Agre­gado famil­iar   vive com a mâe

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “come­cei a ter dis­cussões famil­iares, que­ria ir para a fac­ul­dade e não tenho din­heiro, quero tirar a carta e não tenho din­heiro,  quero ter a minha vida e não tenho din­heiro, vivo à custa da minha mãe, logo a minha vida é uma “des­graça” porque depende da minha mãe, que quer todo o con­trolo sobre mim, etc, etc, etc”

Per­spec­ti­vas de futuro  “arran­jar emprego muito rápido, vou ten­tar uma cadeia de super­me­r­ca­dos, para ver se ganho din­heiro para ten­tar tirar um curso de fotografia, e depois logo se vê”

O Rosto do Desemprego - 146

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Nome   Luís Rebelo

Idade   18 anos

Naturalidade/Residência   Lis­boa / Lis­boa

For­mação   12º ano em curso profis­sional de gestão e pro­gra­mação de sis­temas infor­máti­cos

Última profis­são   infor­mático

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde junho de 2012

Agre­gado famil­iar   vive com os pais, três pes­soas

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “nada. ainda não senti difer­ença, mas no ini­cio do próx­imo mês ten­ciono estar a tra­bal­har na minha área, existe essa possibilidade”

Per­spec­ti­vas de futuro  “arran­jar um tra­balho e ir gan­hando uns “din­heir­in­hos”, para ir fazendo a minha vida e depois ir subindo aos pou­cas na car­reira de informática”

10/10/12

A opinião do PS sobre o IMI

O vice-presidente da bancada socialista anunciou que o PS vai tentar impedir que seja retirada a cláusula de salvaguarda sobre o aumento do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis), durante a discussão na especialidade do Orçamento do Estado.

Bancada do PS vai propor manutenção da salvaguarda

“As famílias têm uma bomba relógio em casa. Esta vai rebentar se nada for feito”, disse Mota Andrade, considerando que a retirada do travão ao aumento do IMI no próximo Orçamento de Estado torna a subida deste imposto “incomportável e abusivo”. Em causa está o limite máximo do aumento do IMI fixado na em 75 euros, mas que pode ser retirado a partir do próximo ano.

Mota Andrade também expressou “preocupação” pelo “pouco rigor” da forma como têm sido feitas as avaliações aos imóveis, em que os técnicos “não se deslocam” ao local e fazem a avaliação pelo Google.

Questionado sobre a hipótese de o Governo recuar nesta retirada da salvaguarda, o deputado socialista disse não ter qualquer indicação nesse sentido.

O Rosto do Desemprego - 145

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Nome   João Semedo

Idade   25 anos

Naturalidade/Residência   Cabo Verde / Rio de Mouro

For­mação   9º ano

Última profis­são   lavador de car­ros

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde 10 de julho de 2012

Agre­gado famil­iar   união de facto, a com­pan­heira tem uma filha

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “fazia elec­t­ri­ci­dade, carpin­taria, canal­iza­ção, manutenção. faço tudo (…) estive dois anos sem tra­bal­har, depois fiz um curso que acabou em 2011. só come­cei a tra­bal­har em maio de 2012 e um mês depois voltei a ficar sem emprego (…) não gosto de estar assim. não gosto de sair quando não estou a tra­bal­har, fico em casa com a minha mul­her e a filha dela. não tenho o que gas­tar, não saio”

Per­spec­ti­vas de futuro  “tenho esper­ança que vai mudar porque assim não dá. gostaria de encon­trar tra­balho em qual­quer coisa, mas prefe­ria em elet­ri­ci­dade, que adoro. mas qual­quer tra­balho que encon­tre estou dentro…”

O Rosto do Desemprego - 144

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feijao baixa

Nome   Ana Fei­jão

Idade   29 anos

Naturalidade/Residência   Lisboa

For­mação   Arqui­tec­tura Paisagista

Última profis­são    asses­so­ria em Orde­na­mento do Ter­ritório, Ambi­ente e Agricultura

Há quanto tempo desem­pre­gado  junho 2011

Agre­gado famil­iar  solteira, par­tilha casa com uma amiga

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado  “nos últi­mos dois meses pas­sei a ser só desem­pre­gada de manhã e caix­eira aju­dante à tarde, o que me impede de estar inscrita no cen­tro de emprego (…) o desem­prego per­mi­tiu dedicar mais tempo ao activismo. Os dia que cor­rem são de difi­cul­dade e tão cedo não vão mel­ho­rar… alguma coisa temos que fazer para fazer o tempo valer a pena e não deixar­mos que deci­dam tudo por nós… tam­bém me deu tempo para aumen­tar a cria­tivi­dade e pen­sar em pro­jec­tos com pes­soas ami­gas, mas com a falta de tempo e recur­sos as coisas demoram a arrancar…”

Per­spec­ti­vas de futuro   “gostava que os pro­jec­tos que come­cei a desen­volver com pes­soas ami­gas me per­mi­tis­sem pagar as con­tas e me deix­as­sem tempo para o activismo. se não der para mais, dis­penso (enquanto me obri­garem à aus­teri­dade) idas ao cin­ema, livros de fotografia, con­cer­tos de jazz ou jantares no nepalês. enquanto as coisas arran­cam, vou con­tin­uando com o meu part-time, que ape­nas me per­mite pagar a renda, e out­ros bis­cates cria­tivos que vão surgindo”

O Rosto do Desemprego - 143

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Nome   Hum­berto Mendes

Idade   47 anos

Naturalidade/Residência   Guiné-Bissau / Sin­tra

For­mação   elec­tricista

Última profis­são   elec­tricista

Há quanto tempo desem­pre­gado   junho de 2008

Agre­gado famil­iar   casado, tem 4 fil­hos depen­dentes

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “muito difí­cil, temos grande difi­cul­dade económica. para a comida, a renda da casa e tudo o resto. a esposa tam­bém está desem­pre­gada. as cri­anças estão na escola. está mesmo difícil”

Per­spec­ti­vas de futuro  “espero que vá mel­ho­rar. tam­bém tenho for­mação de segu­rança. espero que apareça qual­quer coisa. até agora ainda não apare­ceu. mas acred­ito que vai acon­te­cer. se o pais não mudar a vida não pode con­tin­uar assim. quero tra­bal­har em qual­quer coisa para não ficar parado. sair do pais não posso e não quero, tenho os meus fil­hos pequenos e a minha mul­her está doente. não penso nisso”

O Rosto do Desemprego - 142

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Nome   Antó­nia Cor­reia

Idade   55 anos

Naturalidade/Residência   Aldeia Nova de S. Bento (Alen­tejo) / Ral Sin­tra

For­mação   far­ma­cêu­tica

Última profis­são   tra­bal­hou um lar de idosos

Há quanto tempo desem­pre­gado   junho de 2011

Agre­gado famil­iar   3 pes­soas

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “sinto-me cada vez pior, mais ner­vosa e os ner­vos à flor da pele. gosto de tra­bal­har, para além de pre­cisar. a tra­bal­har dis­traio. mudou tudo bas­tante. tenho mais stress, não dev­e­ria ter, mas tenho, sinto-me inútil. não sou pes­soa de sair. quando estou a tra­bal­har sou activa. sem tra­bal­har não tenho von­tade de sair ou ir a lado nenhum”

Per­spec­ti­vas de futuro  “estou sem­pre a pen­sar que dev­e­ria mel­ho­rar, mas não acred­ito muito. gostaria de voltar a tra­bal­har com idosos. ou qual­quer outra área, mas está com­pli­cado. exigem exper­iên­cia mas esta adquire-se na prática. com esta idade é muito difí­cil encon­trar qual­quer coisa. acham que sou velha mas muitos, com metade da minha idade, são muito mais moles que eu. sou bas­tante activa”

O alerta de Ramalho Eanes

Ramalho Eanes lançou nesta terça-feira à noite um forte apelo ao Governo para que não deixe que os cidadãos fiquem completamente desapoiados pelo Estado, porque isso “põe em causa a unidade do país”.

Eanes: "a indignação é a mãe de todos os disparates"

Em entrevista à Rádio Renascença, o antigo Presidente da República salienta mesmo que “quando não há unidade num país, os homens passam muito rapidamente da resignação à indignação e a indignação é a mãe de todos os disparates”.

Ramalho Eanes diz também que a Igreja católica devia neste momento ter “uma voz mais activa”, porque quando alguns dos “filhos de Deus e nossos irmãos estão em grande sofrimento a Igreja deve fazer ouvir a sua voz”.

Ramalho Eanes sugere ainda na entrevista à Rádio Renascença que seja criado um “grupo de sábios”, que inclua pessoas como Silva Lopes e Bagão Félix, para apresentarem aos partidos “um projecto de pacto de crescimento e de estado” que possa reunir o mínimo de consenso em torno do qual se possam realizar as reformas necessárias no país.

Para o antigo Presidente, é impensável que se venha a abrir uma crise política, mas diz também que “em situações de emergência não pode haver tabus”. Por isso, não rejeita uma solução à italiana – que tem um governo não eleito –, embora sublinhe que o melhor é a estabilidade em torno deste Governo.