02/07/12

O Rosto do Desemprego - 63

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Nome   Maria Isabel da Costa

Idade   43 anos

Naturalidade/Residência   Lisboa

For­mação   fre­quên­cia do 11º ano

Última profis­são   coz­in­heira

Há quanto tempo desem­pre­gado   desde agosto de 2008

Agre­gado famil­iar   sep­a­rada, familia monoparental, mãe de 3 fil­hos, vive com um deles

O que mudou na sua vida desde que ficou desem­pre­gado   “vivo com uma renda social de inserção, 249 euros, todos os dias vives com uma corda ao pescoço. a pre­ocu­pação, todos os dias, de como vou ali­men­tar os meus fil­hos (quando estava emigrada em espanha) aqui vivo com a ajuda da família (…) vivo na casa dos meus pai, com a ajuda da família, que me ced­eram a sua casa, pois não tenho casa própria. mesmo que gan­hasse o orde­nado min­imo nacional (485 eros) eu pagava a renda da casa e já não tinha nem para pagar a água, luz, o gás nem para comer. as coisas são muito práti­cas: dois mais dois são 4 ”

Per­spec­ti­vas de futuro   “não faço a min­ima ideia de como vai ser. vou ao cen­tro de emprego, recebo umas car­tas para me apre­sen­tar em alguns tra­bal­hos. tra­bal­has uma série de horas com turnos par­tidos para gan­har 500 euros.  eu em 2007 como aju­dante de coz­inha em valên­cia estava a gan­har 900 euros. aqui como coz­in­heiro prin­ci­pal gan­has 700, e já dizem que é um bom orde­nado. uma porra. não é assim. não tenho muita for­mação académica, mas em for­mação de vida tenho muita, sou uma pes­soa capaz,  sinto-me inte­gra, sei o meu valor, sei aquilo que valho, eu não mereço 485 euros, des­culpem lá eu, mas tra­bal­har por esse valor, reben­tar com o resto da minha saúde, sinto muito mas eu não o faço, que ven­ham mais de fora, do exte­rior, mas eu não o faço (…) gostaria de saber qual seria a solução para isto tudo. as notí­cias que ouvi apon­tam para a for­mação de um estado europeu, e essa per­spec­tiva está me a assus­tar um pouco. vamos depois lutar pelos dire­itos de inde­pendên­cia. porque a tendên­cia vai ser con­tro­lar o euro, voltar à moeda antiga, há muitos países que não o querem voltar a fazer e muitos que o querem voltar a fazer. o que isto vai pro­por­cionar, quanto a mim numa guerra (…) isto está, em ter­mos culinários, a entrar em ebu­lição, a começar a fer­ver, deva­gar­inho, a par­tir daqui começa a subir a tem­per­atura, é uma questão de tempo, prin­ci­pal­mente quando se trata de ali­men­tação, quando não tens de dar aos teus fil­hos alguma coisa vai acontecer”

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