A EDP quer assumir a liderança da Companhia de Electricidade de Macau (CEM), disse hoje à agência Lusa o presidente da eléctrica portuguesa, António Mexia.
“Acho que a CEM tem tudo a ganhar se se tornar uma companhia que em vez de ser meio-meio, não sendo bem assim, mas 42 por cento/42 por cento, fosse uma companhia onde alguém assuma a liderança e nós sempre nos mostrámos interessados nesse papel”, afirmou à margem do seminário “Caminho das Exportações”, organizado pelo semanário Expresso, a propósito da visita do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, à China.
Salientando que apesar da participação na CEM e do interesse do mercado asiático em forte crescimento ser uma realidade, António Mexia traça, contudo, um cenário de expansão regional mais demorado ao salientar que a “prioridade” passa pela consolidação das contas, do balanço e da situação financeira da EDP.
Já a parceria com a China Three Gorges dá à EDP outro “tónus muscular” que António Mexia considera “fundamental” para o processo de internacionalização da empresa portuguesa.
Numa relação de benefício mútuo, António Mexia salientou também que a EDP dá ao seu sócio chinês “essencialmente aquele movimento que as companhias chinesas hoje têm que é serem companhias globais” e que, apontou, “corresponde, aliás, a uma transformação”.
“A China era um centro de produção e agora posicionou-se como um mercado global e as companhias chinesas grandes como a China Three Gorges estão nessa globalização”, disse, ao defender que, por um lado, ganha a EDP com a força do gigante chinês, mas que a empresa portuguesa dá também “acesso a mercados, competências, organização e métodos adequados a essa política de globalização”.